Cerca de R$580 bilhões de prejuízos aos cofres públicos e a “grande
mídia” silencia.
Via Os amigos do presidente Lula em 7/9/2015
A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira, dia 3/9, a segunda etapa da
Operação Zelotes, que apura a existência de um bilionário esquema de sonegação
de tributos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão
vinculado ao Ministério da Fazenda.
As primeiras denúncias da Operação Zelotes, que apura um esquema de
propinas e tráfico de influência no Conselho Administrativo de Recursos Fiscal
(Carf), devem ser apresentadas ainda este mês. Segundo o procurador do
Ministério Público Federal (MPF) Frederico Paiva, que está à frente das
investigações, seis empresas devem ser denunciadas nos próximos dias por crime
de sonegação de impostos e corrupção no Carf. Uma delas poderá ser gaúcha.
Atualmente são 20 empresas investigadas.
A iniciativa não produziu o mesmo alarido que têm gerado as ações da
Lava-Jato. Seja pela presença de políticos entre os envolvidos, seja pelo ritmo
acelerado com que suas etapas se sucedem, as investigações sobre desvios também
bilionários na Petrobras costumam atrair muito mais atenção.
Se dependesse somente das cifras movimentadas, contudo, as duas
operações mereceriam tratamento igualitário. Representantes da PF já afirmaram
que as fraudes no Carf deixaram para os cofres públicos um prejuízo de quase
R$6 bilhões, pelo menos.
Estão sob suspeita 74 processos relacionados com dívidas tributárias de
grandes empresas. De acordo com os investigadores, integrantes do Carf –
espécie de tribunal da Receita Federal – recebiam propina para diminuir ou até
cancelar débitos com o fisco.
Como das decisões do órgão não cabe recurso, pode-se imaginar que muitos
empresários viam no esquema uma grande oportunidade de economizar dinheiro.
Pode-se imaginar, além disso, que o desfalque tenha sido ainda maior.
Basta dizer que, somadas todas as pendências hoje em discussão no Carf,
chega-se a nada menos que R$580 bilhões.
Entende-se assim por que o conselho teve suas atividades suspensas
durante quatro meses após a primeira fase da Zelotes, datada de março. Quando
voltou a funcionar, já se regia por novas diretrizes, em tese capazes de
ampliar a transparência e a segurança das decisões tomadas.
Adotaram-se medidas óbvias, como a introdução do sorteio eletrônico para
definição dos relatores e a proibição de que um conselheiro atue em causas de
parentes ou de grupo econômico para o qual tenha trabalhado. É espantoso que
tais regras não vigessem antes.
Para além dessas bem-vindas reformas administrativas, é de esperar que a
Operação Zelotes logo resulte em denúncias e julgamentos dos envolvidos –para
nada dizer do pagamento dos bilhões devidos. No que respeita à celeridade, a
comparação com a Lava-Jato pode ser bastante instrutiva.
Leia também:
Compartilhe:
Nenhum comentário:
Postar um comentário