segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Quatro eleições na América Latina

Quatro países da América Latina terão um final de semana decisivo pela frente. Argentina, Guatemala, Haiti e Colômbia serão palco das eleições para presidente da República. Em sua coluna na Rádio Brasil Atual, o cientista político e sociólogo Emir Sader comenta as expectativas nas urnas desses locais.



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Na Argentina, Daniel Scioli continua na frente nas pesquisas. Segundo Emir, existe uma margem de erro, mas aumenta a vantagem relativa, propiciando o favoritismo a Scioli no primeiro turno. “O candidato Francisco De Narváez, que era de direita, manifestou ao Scioli, é um elemento que ajuda a consolidar seu favoritismo. Se vencer é uma grande vitória de Cristina, mesmo não sendo o nome favorito dela.”

O analista vê que em caso de vitória de Daniel Scioli, Cristina Kirchner dará continuidade ao projeto dela, após a pior crise da história argentina. Porém, mesmo com um clima positivo, Emir chama a atenção para uma jogada suja da oposição. “Como é normal na direita latino-americana, na última semana saíram denúncias de supostos esquemas de espionagem do governo aos candidatos da oposição, que não deve ter efeito, mas consolida o desespero da oposição.”

Haiti
Para o cientista político, o território haitiano tem uma “situação confusa”. O país tem mais de 50 candidatos à presidência e apenas 18% da população votou nas eleições parlamentares. São dois candidatos mais cotados nas urnas. “Há certa convergência entre alguns candidatos, que polarizam em torno de um candidato que daria continuidade do governo atual, e por outro lado, o candidato apoiado pelo ex-presidente da República que tem um grande apoio popular.”

“Pode haver uma vitória com margem estreita entre os candidatos, principalmente do candidato do governo. Com os questionamentos do grande partido de oposição La Vazquez, surge uma instabilidade política, que gera preocupação”, completa.

Guatemala
Na Guatemala, as eleições estão no segundo turno. Segundo Emir, o duelo está entre um candidato que é humorista na televisão, Jimmy Morales, e uma candidata que é mulher de um ex-presidente do país, Sandra Torres. Sader conta que Morales “se aproveitou da crítica à política feito pelo grande movimento democrático que derrubou o presidente por corrupção”.

“É um segundo turno tenso após mobilizações populares contra a corrupção do presidente, mas Sandra Torres é favorita para o turno, porque tem uma estrutura partidária nacional, além de ter o apoio dos setores populares de esquerda, por ela ter mais sensibilidade.”
Colômbia

Bogotá terá eleições regionais neste final de semana. Os três candidatos do primeiro turno são ex-presidenciáveis: Henrique Peñalosa, Clara Lopes, Rafael Pardo. Corre por fora o ex-prefeito da cidade Gustavo Petro.

Para Emir Sader, Peñalosa é um candidato de centro e favorito para vencer a eleição, já que tem a simpatia do atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, além do ex-chefe de Estado Álvaro Uribe.

Segundo o cientista político, Clara Lopes, ex-candidata a presidente pela esquerda em 2010, está em terceiro lugar. E Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá, teve sua gestão reprovada, mas foi destituído por improbidade e está em quarto nas pesquisas.

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