sábado, 18 de junho de 2016

Depois de devassa contra Lula, Lava Jato diz não ter provas contra ele



Reprodução
  
A vida do ex-presidente Lula e de seus familiares foi completamente devassada pelas operações da Lava Jato em conluio com a imprensa. Uma tentativa de mascarar a realidade por meio de vazamentos de delações e factoides.

No dia 4 de março deste ano, a Polícia Federal, por ordem do juiz Sérgio Moro - responsável pela Lava Jato em Curitiba, prendeu coercitivamente o ex-presidente levando-o numa viatura policial para depor. Sob forte aparato policial e de câmeras da grande mídia, Lula foi retirado de sua casa e levado para uma sala no aeroporto de Congonhas para ser ouvido, quando poderia ter dado o depoimento em sua residência ou ido, como fez por vezes, voluntariamente depor.

Nesse mesmo dia, a residência de Lula foi completamente revirada. O Instituto Lula foi ocupado por policiais. Em todas as operações foram apreendidos documentos, computadores e outros objetos pessoais. Até o sítio em Atibaia, que não pertence ao ex-presidente, foi alvo da operação.

Grampos ilegais, autorizados e divulgados por Moro, foram massivamente publicados como se tratassem de “confissões” e “negociatas”. Ao todo, Moro divulgou 52 grampos. Isso mesmo, 52 gravações de conversas do ex-presidente, inclusive com seus advogados, o que também fere o direito de sigilo do advogado e cliente. Veja:

20/2, 20h06 - Lula e Azevedo (pessoa não identificada)

21/2, 10h36 - Lula e Marisa com Carla (mulher não identificada)

22/2, 13h38 - Paulo Okamotto (Instituto Lula) e Márcio

23/2, 10h58 - Instituto Lula e Edna (subprefeitura do Ipiranga)

23/2, 20h55 - Marisa (mulher de Lula) e o filho Fábio Luís

24/2, 21h20 - Paulo Gordilho (ex-executivo da OAS) e Henrique

26/2, 10h59 - Fábio Silva (filho de Lula) e Kalil Bittar

26/2, 13h02 - Lula e Vagner Freitas (presidente da CUT)

26/2, 13h13 - Fábio Silva (filho de Lula) e Kalil Bittar

26/2, 14h21 - Clara Ant (Instituto Lula) e Daniel

26/2, 14h26 - Fábio Silva (filho de Lula) e Kalil Bittar

26/2, 17h14 - Lula e Roberto Teixeira (advogado)

26/2, 17h16 - Lula e Jaques Wagner (ministro)

26/2, 17h19 - Lula e Jaques Wagner (ministro)

26/2, 17h23 - Lula e Roberto Teixeira (advogado)

26/2, 17h44 - Lula e Roberto Teixeira (advogado)

27/2, 10h47 - Fábio Silva (filho de Lula) e Maradona (caseiro)

27/2, 10h49 - Fábio Silva (filho de Lula) e Kalil Bittar

27/2, 10h52 - Lula e Paulo de Tarso Vannuchi (um dos diretores do Instituto Lula) 

27/2, 15h48 - Renata (nora de Lula) e Kalil Bittar

27/2, 16h43 - Lula, Paulo Teixeira (deputado federal) e Jaques Wagner (ministro)

27/2, 18h38 - Paulo Okamotto e Paulo Vannuchi, ambos do Instituto Lula

27/2, 22h34 - Lula e Rui Falcão (presidente do PT)

27/2, 22h38 - Lula e Lindberg Farias (senador)

28/2, 12h37 - Lula e Wadih Damous (deputado federal)

29/2, 9h39 - Lula e Jaques Wagner (ministro)

29/2, 11h16 - Paulo Okamotto (Instituto Lula) e Dr. Sérgio

1/3, 8h19 - Lula e Jaques Wagner (ministro)

1/3, 12h07 - Lula e Edinho Silva (ministro)

1/3, 14h36 - Paulo Okamotto (Instituto Lula) e Paulo Giaquinto (arquiteto)

2/3, 9h13 - Lula e Lindberg Farias (senador)

4/3, 13h02 - Lula, Dilma e Jaques Wagner (ministro)

7/3, 9h18 - Lula e Eduardo Paes (prefeito do Rio)

7/3, 11h05 - Lula e Nelson Barbosa (ministro)

7/3, 11h27 - Lula e Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (advogado)

7/3, 20h21 - Lula e Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (advogado)

7/3, 20h31 - Lula e Gilberto Carvalho (ex-ministro)

8/3, 18h11 - Lula e Alberto Carlos Almeida (cientista político)

9/3, 12h13 - Lula e Wellington Dias (governador do PI)

9/3, 13h12 - Lula e Vagner Freitas (presidente da CUT)

9/3, 15h50 - Lula e Gilberto Carvalho (ex-ministro)

9/3, 19h17 - Lula e Lurian (filha de Lula)

9/3, 19h22 - Lula e Roberto Teixeira (advogado)

9/3, 19h32 - Lula e Marco Aurélio (funcionário do Instituto Lula)

9/3, 19h56 - Lula e Vagner Freitas (presidente da CUT)

9/3, 19h59 - Lula e Vagner Freitas (presidente da CUT)

10/3, 17h34 - Rui Falcão (presidente do PT) e Jaques Wagner (ministro)

10/3, 21h25 - Lula e José Guimarães (deputado federal)

11/3, 19h53 - Lula e Vavá (irmão de Lula)

14/3, 19h13 - Lula e Jaques Wagner (ministro)

14/3, 19h17 - Lula e Gilberto Carvalho (ex-ministro)

16/3, 13h32 - Lula e Dilma

Apesar disso, segundo o jornalista do Zero Hora, “mesmo antes de se debruçarem oficialmente sobre os três casos que envolvem o ex-presidente, os integrantes do Ministério Público Federal (MPF) que agem em Curitiba já firmaram convicção de que nenhum dos episódios enseja gravidade suficiente para justificar a colocação do líder petista atrás das grades — pelo menos, não antes do julgamento”.

Mas a principal contradição é jurídica. A demonstração de que todas as operações feitas contra o ex-presidente foram abuso de autoridade e violação de direitos está no fato de que, segundo o jornalista, a única esperança dos investigadores em prender Lula seria o da suposta tentativa de nomeá-lo ministro, feita pela presidenta Dilma Rousseff antes de ser afastada do cargo.

As apreensões de documentos e equipamentos, casa e instituto revirados, devassa nas contas pessoais e grampos ilegais não encontrou qualquer prova das acusações que eles e a imprensa diziam ter. Não encontraram porque não tem e como o grampo telefônico entre ele e Dilma, interceptado por Moro foi invalidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por ferir a Constituição, a esperança foi parar no ralo.

Ainda segundo o jornalista, os procuradores “estão decididos a agir com a cautela” porque “não existem, no entender deles, indícios que justifiquem a prisão do ex-presidente”. Os procuradores teriam afirmado que Lula “não chegou a intimidar testemunhas ou mover dinheiro no exterior, nem tentou eliminar provas, como ocorreu com outros réus da Lava Jato”.

Essa “cautela” citada pelo jornalista nós podemos chamar de uso político da Lava Jato. Isso porque até a aprovação do pedido de impeachment da presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e seus familiares eram alvos de vazamentos ilegais e operações da PF. Diariamente a imprensa trazia supostas delações e depoimentos citando o ex-presidente.

Agora, preferem “agir com cautela”, ou seja, basta a presidenta Dilma retomar o seu cargo ou o ex-presidente Lula confirmar sua candidatura, que a cautela vai dar lugar a operações. 
Do Portal Vermelho

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