Editado por Dedé Rodrigues.
A justiça argentina condenou nesta quinta-feira (5) o ex-ditador Jorge Rafael Videla a 50 anos de prisão pelo rapto de bebês como parte de um plano sistemático executado durante o governo militar na Argentina (1976-1983).
Enrique Marcarian / Reuters
Jorge Videla (centro) e Reynaldo Bignone acompanham o veredicto durante julgamento
Considerado um processo emblemático, o julgamento
começou por uma denúncia das Avós de Praça de Maio por "subtração,
retenção, ocultação e substituição de identidade de menores de dez anos"
e abrange 34 casos. As Avós de Praça de Maio calculam que, de fato, 500
crianças foram roubadas de suas famílias biológicas durante o último
governo militar.
Na maioria dos casos, as crianças nasceram em centros de detenção da Esma (Escola de Mecânica da Armada), na guarnição militar de Campo de Mayo e no denominado Pozo de Banfield, na periferia de Buenos Aires. No total, 26 pessoas das 34 cujos casos fazem parte deste julgamento reencontraram suas famílias e recuperaram suas verdadeiras identidades.
Além de Videla, sentaram-se no banco dos réus o também ex-ditador Reynaldo Bignone, condenado a 15 anos, Antonio Vañek, almirante reformado condenado a 40 anos, o ex-capitão de fragata Jorge Eduardo Acosta, sentenciado a 30, e o ex-general Omar Riveros, a 20, entre outros repressores da ditadura militar.
Sentado na primeira fila, Videla escutou, sem demonstrar qualquer reação, o anúncio de sua pena, que se soma a uma de prisão perpétua também por crimes contra a humanidade em seu período à frente do governo argentino.
Fonte: Ópera Mundi
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