quarta-feira, 29 de agosto de 2012

REFLEXÃO DO DIA


“Uma grande vitória para os movimentos que vivem há décadas lutando pela paz”. Foi como resumiu Socorro Gomes, a presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP), ao falar sobre o acordo inédito firmado em Havana, Cuba, nesta segunda-feira (27), entre o governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para encerrar o conflito armado no país.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo




Socorro Gomes: Paz na Colômbia deve vir com justiça e democracia 
 Em entrevista à Rádio Vermelho, a presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) declarou que essa busca pelo acordo de paz na Colômbia é uma vitória histórica para o povo colombiano, é muito importante do ponto de vista do caminho para a paz em toda a América Latina.

“Uma grande vitória para os movimentos que vivem há décadas lutando pela paz. O Conselho Mundial da Paz e o Cebrapaz estão absolutamente esperançosos de que esse acordo, que ainda precisamos conhecer, se desenvolva em medidas e atitudes das partes envolvidas para alcançar a paz nessa pátria irmã”, enfatizou

A dirigente destaca que o fato também fortalece a luta pela consolidação da paz no continente e destacou que o passo dado pela Farc, libertando detidos, também fortaleceu esse processo. “Então, tudo indica que poderemos ter êxito nesse acordo, mas como ainda não o conhecemos é preciso ter cautela. Além disso, já ficou claro que a saída para a Colômbia não pode ser a das armas”, reafirmou.

Valter Pomar, secretário-executivo do Foro de São Paulo, em declaração a Rádio Vermelho, afirmou ser essencial a consolidação da paz, mas esta deve vir acompanhada de um acordo que garanta justiça social e democracia. Além disso, ele afirma que uma solução pacífica para a crise colombiana irá impactar positivamente toda a conjuntura latino-americana.

“A nós não interessa conflito militar no nosso território, até porque este conflito militar é a porta de entrada da influência dos Estados Unidos aqui na região Sul. Entretanto, é bom que se frise, devemos olhar com entusiasmo, mas também com cautela, pois não é a primeira vez que ocorrem negociações, nós já tivemos pelo menos dois grandes processos, um dos quais teve como consequência um verdadeiro massacre de colombianos que voltaram a sua vida civil”.

Pomar também destaca que a mídia brasileira e internacional dificulta o processo de consolidação da paz no mundo. Segundo ele, a mídia brasileira é órfã daquele discurso feito ainda no governo Bush da chamada guerra contra o terror.

“Com a dissolução da União Soviética, os Estados Unidos saíram em busca de um novo inimigo e um dos primeiros inimigos que localizaram foi o terrorismo, que é um inimigo ideal, pois não possui pátria, rosto, que pode atacar de maneira permanente. Como isso, eles têm a justificativa para atuar em todos os locais do mundo, sem respeitar fronteiras, leis, e principalmente colocando o mundo em um estado de guerra permanente. E esse discurso do terrorismo está entre nós há muito tempo”, denunciou o dirigente.

PCdoB pela paz e contra o imperialismo

Em entrevista à Rádio Vermelho, Ricardo Abreu, secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), destaca que para o Partido esse acordo é animador de que se está, novamente, buscando um acordo de paz para finalizar um conflito que já perdura por décadas.

Ele frisa que “há anos a guerrilha na Colômbia vem tentado esse acordo de paz, porém o imperialismo estadunidense e os governos reacionários da Colômbia não abriam espaço para que essa paz fosse efetivada. Esperamos que estes aceno do governo de Juan Manoel Santos caminhe, efetivamente, para a instauração da paz”.

Ricardo Abreu destacou a importância do papel de Cuba como sede das negociações, bem como o apoio de governos mais avançados de toda a América Latina. “Tanto Cuba como as nações progressistas da América Latina defendem uma saída pacífica para o conflito na Colômbia. Entendemos que ali não há outra saída senão através da implantação da paz com desenvolvimento, justiça social e soberania nacional. E fique claro que esta sempre foi a proposta dos insurgentes naquele país”.

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