Por Dedé
Rodrigues.
Desde o
surgimento com Jesus Cristo, período de perseguição intensa do Império Roamano aos cristãos, até o
ano de 313, quando Constantino e Licínio, imperadores Romanos, assinaram o
Édito de Milão no qual se concedia aos cristãos a liberdade de culto, passando
por diversos Concílios, até a Reforma Protestante e a Contra Reforma, século XVI,
a Igreja Católica enfrentou muitos desafios, apesar de ser, talvez a
instituição mais rígida do mundo, teve que fazer algumas mudanças para se
adequar ao longo da História aos novos tempos. A mais importante dela, talvez tenha
sido, acabar com o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) de triste memória histórica não só para a
Igreja, mas também para a humanidade. Mas é nesse século, com a visita do Papa
Francisco ao Brasil, que a juventude “manda um recado”, ainda que de forma
implícita, ao Papa Francisco que quer muito mais.
Numa pesquisa realizada pelo Ibope e encomendada pelo grupo Católicas pelo Direito de Decidir divulgada no dia 22 de julho de 2013, a juventude se posicionou sobre temas que sempre foram tabus para a Igreja. O levantamento ouviu a opinião de 4.004 brasileiros com mais de 16 anos (62% católicos), e principalmente entre os participantes até 29 anos. Vejamos os números da pesquisa que indicam apoio as mudanças se fossem implementadas pelo Papa: 82% dos jovens apoiaram total ou parcialmente o uso da pílula do dia seguinte; 56% apoiaram total ou parcialmente união de pessoas do mesmo sexo; 62% discordam total ou parcialmente da prisão de mulher que pratica o aborto, independente de renda, escolaridade ou região do país. 58% dos jovens apoiam totalmente o casamento de padres; quase metade deles, 46% se mostrou totalmente a favou que mulheres também possam celebrar missas. Mais de 80% deles querem punição mais rígida para religiosos que pratiquem os crimes de pedofilia e de corrupção na Igreja católica.
Eu só lamento
essa pesquisa ter deixado de fora uma questão tão importante hoje para a
América Latina que é a perseguição dos dois últimos Papas, João Paulo II e
Bento XVI, aos membros da Igreja Católica que defendem a Teologia da Libertação.
Talvez, dependendo da pergunta, os
jovens também tivessem dito ao Papa que está na hora de a Igreja Pedir perdão a
esses membros perseguidos e proporcionar a eles o apoio e a total liberdade de
lutarem junto com outras religiões e instituições sociais progressistas para
que o “paraíso para os pobres” não seja só uma promessa para a outra vida, mas
que seja construído pelos trabalhadores ainda nesse mundo.
Os números
da pesquisa cobram, mesmo que de forma implícita, ao chefe da Igreja atual, se quiser
realmente ficar em sintonia com os novos tempos, mudanças mais profundas no
papado e na Igreja Católica.
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