quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bolsonaro: derrota do milico homofóbico

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Por Altamiro Borges

Numa votação tensa e apertada - dez votos a oito -, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal elegeu nesta quarta-feira (26) o deputado Assis do Couto (PT-PR) para a sua presidência. Com isso, afastou o risco da instância ser tomada por um dos mais notórios direitistas do parlamento, o ex-militar Jair Bolsonaro (PP-RJ). Famoso por suas posições homofóbicas e contrárias aos direitos humanos e pela defesa histérica da ditadura e de suas torturas e assassinatos, o deputado disputou a vaga com uma candidatura avulsa e teve o apoio do ex-presidente da comissão, o também reacionário Marco Feliciano (PSC), e da bancada evangélica na Câmara dos Deputados.



A vitória das forças de esquerda com a eleição de Assis do Couto não representa, porém, dias de paz nesta comissão tão nevrálgica. Por um lado, o próprio deputado não tem maior identidade com as causas contemporâneas dos direitos humanos. Pequeno agricultor, ele se destaca na defesa da reforma agrária e da agricultura familiar. O paranaense fez parte da Frente Mista em Defesa da Vida - Contra o Aborto, e também apoiou um seminário para discutir a redução da maioridade penal. A militância de esquerda mais identificada com os direitos humanos preferia os nomes da deputada Erika Kokay (DF) ou de Nilmário Miranda (MG), ambos do PT, para presidir a comissão, mas não obteve êxito.

Por outro lado, os setores mais conservadores conseguiram vários postos na nova comissão. Em sua despedida, o deputado Marco Feliciano já explicitou que não dará trégua aos defensores dos direitos humanos. Ele criticou os parlamentares de esquerda que "sabotaram" o seu trabalho e prometeu total empenho da bancada no próximo período. Com mais de 40% dos votos dos integrantes da comissão, Jair Bolsonaro ainda disfarçou a tristeza da derrota e garantiu que reforçará sua hidrófoba atuação. A derrota da direita no tema dos direitos humanos dependerá, ainda mais, da pressão da sociedade!

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