Milhares de trabalhadores participaram, nesta terça-feira (18), da marcha pela paz convocada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro contra as ações violentas perpetradas pelos opositores radicais. Durante seu discurso, Maduro saudou a prisão do líder da direita, Leopoldo López e celebrou a informação de que não houve nenhum fato violento nos protestos que a oposição também chamou para esta terça (18).
Por Vanessa Martina Silva, do Portal Vermelho
“Quero
paz, entendimento e progresso para a pátria. É o que estou fazendo. Não
tenho nem 10 meses de governo e durante todo o tempo esta oposição
ensaiou todos os mecanismos para me matar, me derrubar. Até quando a
direita seguirá prejudicando o país? Temos que refletir coletivamente.
Basta de tanto racismo, intolerância”.
Trabalhadores venezuelanos rechaçam ações fascistas na Venezuela| Foto: La Iguana TV
Vestidos de vermelho, manifestantes tomaram o Palácio de Miraflores onde saudaram a Maduro: “Trabalhadores e estudantes unidos em combate”; Em referência aos golpistas de 2002 que tentaram derrubar o ex-presidente Hugo Chávez, gritavam: “Não voltarão, não voltarão”. Outra palavra de ordem afirmava que “há um presidente, há um comandante, há um povo unido preparado para o combate”. Além destas, as frases já clássicas “Chávez vive, a Luta segue” e “Chávez não morreu, se multiplicou” estiveram presentes durante todo o discurso.
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“Se esta direita derrotada 18 vezes quer me ver fora do governo terá que esperar até 2016 e fazer o referendo revogatório. Tenho certeza que ganharemos novamente. Já basta de sabotagem, deixem o governo trabalhar”, declarou Maduro ao lembrar que no terceiro ano de gestão é possível pedir a revogação do mandato do presidente.
Sobre os atos violentos dos últimos dias, o mandatário enfatizou: “garantimos a paz e contivemos os ataques. Estamos em comunicação permanente com o comandante da Guarda Nacional, com todo o alto comando militar para garantir estabilidade, independência e paz. Eles não têm o direito de submeter todo o país a uma guerra psicológica”.
Diálogos
“Abri a porta do Palácio Branco. Convidei [Henrique] Capriles para uma reunião sobre a paz no país. Eu dei a mão a ele de maneira cortês. Eu fiz a convocatória para ampliar o que já fazemos. Se o mundo quer diálogo, aqui temos diálogo com as massas, com o povo, trabalhadores, jovens, mulheres, não é mais o diálogo de cúpula como estavam acostumados. Nosso diálogo é com o povo”, afirmou o mandatário.
"A Pátria não se negocia"| Foto: La Iguana TV
“Agora mesmo o conselho federal de governo está reunido com todos os governadores do país. Os únicos que não vieram foram os três da oposição que se negam a trabalhar com o governo”, Maduro ressaltou ainda que apesar da abertura ao diálogo, não fará negociação ou barganhas de cargos e posições no governo: “Na Venezuela o poder é do povo”, defendeu.
“Quero paz, entendimento e progresso para a pátria. É o que estou fazendo. Não tenho nem 10 meses de governo e durante todo o tempo esta oposição ensaiou todos os mecanismos para me matar, me derrubar. Até quando a direita seguirá prejudicando o país? Temos que refletir coletivamente. Basta de tanto racismo, intolerância”.
“A burguesia nacional e internacional ignora o povo. Esta poderosa marcha que cruzou Caracas com 100 mil trabalhadores não estará em nenhum meio de comunicação burguês nacional ou internacional. Somos revolucionários e invisíveis. Nos desprezam como a chusma. Sempre foi assim”, disse fazendo referência ao complô da mídia internacional contra sua gestão.
Ingerência internacional
Primeiro Maduro criticou a postura do presidente colombiano Juan Manuel Santos: “Colômbia tem um exército e está em guerra contra grupos guerrilheiros. Mais de 300 mil mortos nos últimos 20 anos. Torturados, desaparecidos. Por que o fez o Estado colombiano? Não foi para defender os interesses da classe política colombiana? E agora vem dar lição a mim sobre o que é democracia quando o que estou fazendo é defender a Venezuela? Já basta de abusos, carajo”.
Trabalhadores saíram às ruas nesta terça-feira (18) contra a violência no país| Foto: La Iguana TV
E continuou: “vem o presidente Santos dizer que na Venezuela maltratamos os colombianos. Mas novamente cometeu um erro ao se deixar levar pelo coração e simpatia aos fascistas da direita venezuelana. Já basta. O que querem que eu faça? Que deixe que estes grupos sigam agredindo os trabalhadores venezuelanos?”.
Em seguida, Maduro criticou duramente a posição dos Estados Unidos e justificou a expulsão dos trêsdiplomatas estadunidenses: “Eles estavam oferecendo passaporte e cursos gringos nas universidades venezuelanas. Estávamos seguindo esta conspiração, mas diante dos últimos fatos decidi antecipar esta decisão. Estavam fazendo isso sem a autorização de nosso governo”.
Além disso, enfatizou, o governo estadunidense fez exigências: pediram que o governo se sente para dialogar com a oposição e que soltem os detidos nos últimos protestos. "E em terceiro lugar (...) disseram que a prisão do senhor Leopoldo López poderia causar muitas consequências negativas com suas ramificações internacionais e solicitaram que as medidas judiciais sejam freadas”. Enfático, Maduro pediu a retificação da política ingerencista: “peço que retifiquem, que reflitam e respeitem o povo de Bolívar, o povo da Venezuela. Já basta de abuso e arrogância”.
Milhares acompanharam o discurso do presidente Maduro| Foto: La Iguana TV
“El norte es el sur. Mas o norte segue conspirando contra a Venezuela, o Equador, a Nicarágua, a Bolívia. Segue com posições imperialistas contra Cuba, contra a Celac. Mas nós seguimos avançando”. Maduro também agradeceu os presidentes e presidentas do Mercosul e da Unasul pelo “aporte na luta pela paz e contra a violência”.
Ataques à VTV
A emissora estatal Venezolana de Televisión tem sido alvo de ataques de grupos fascistas, como denunciou o governo. Sobre isso, Maduro questionou: “onde estão os hipócritas fariseus da SIP [Sociedade Interamericana de Imprensa], os direitos humanos internacionais quando atacam há quatro dias seguidos os trabalhadores da VTV?”.
Contrato coletivo
No encerramento do ato, Maduro assinou o contrato coletivo dos trabalhadores da estatal petrolífera PDVSA.
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