As centrais sindicais vão ao Congresso Nacional nesta terça-feira (10), em Brasília, onde se encontraram com os presidentes do Senado e Câmara, Renan Calheiros (PMDB) e Eduardo Cunha (PMDB), respectivamente.
Jaélcio Santana
Dia 28 as centrais realizam atos pela revogação das medidas. Prometem repetir as manifestações no próximo dia 26 de fevereiro
O encontro, no início da nova gestão do parlamento, é uma tradicional iniciativa dos representantes da classe trabalhadora, que este ano ganha importância diante das Medidas Provisórias 664 e 665, lançadas no fim de 2014 pelo governo federal e que alteram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. As MPs serão apreciadas pelos deputados e senadores antes de entrarem em vigor.
Os sindicalistas se reuniram com parlamentares de diferentes partidos, na Câmara dos Deputados. Às 15h30 acontece a reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e às 16 horas o encontro será com Eduardo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados.
Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, destacou que a reunião é um esforço de levar uma mensagem unitária das centrais. “Será importante construir um diálogo com o Congresso Nacional no sentido de esclarecer os prejuízos que serão causados aos trabalhadores caso as medidas sejam sacramentadas”, salientou o sindicalista.
Eco do Congresso
Para Adílson, o Congresso precisa ouvir o clamor dos trabalhadores brasileiros. “O povo não elegeu um Congresso para lhe trazer prejuízos, pelo contrário, o que se espera do parlamento é que tenha um olhar mais próximo dos anseios e das expectativas da maioria da população, que tem consciência que diante da defasagem histórica precisa avançar numa justa política de valorização do trabalho e dos trabalhadores”, enfatizou.
“Os trabalhadores têm encontrado eco na representação do Congresso e será importante deixar bem claro que a nossa luta é para que não haja nenhum retrocesso”, pontuou o representante da central, que acredita que as medidas serão revogadas. “Nossa posição é para que sejam revertidas as medidas, principalmente com relação ao seguro-desemprego. A manutenção das medidas provocará um prejuízo para mais de 60% de trabalhadores, segundo estimativas, que passarão a não ter mais acesso ao benefício. Num ambiente que sinaliza retração e redução de postos de trabalho, evidentemente que o acesso desses trabalhadores será menor. Vai se tornar mais distante a possibilidade de ter acesso ao benefício que é, muitas vezes, o único meio de sobrevivência do trabalhador”.
Lideranças de diversos partidos já manifestaram apoio ao pleito das centrais. A bancada do PCdoB foi uma das primeiras a informar que o partido não concorda com medidas que retiram direitos.
“O PCdoB não concordará com a retirada de nenhum direito social. Dentro dessas medidas, algumas são absorvíveis. Mas tem uma que não tem como mexer em razão da crise de rotatividade do mundo do trabalho, que é a ampliação do prazo de acesso ao seguro-desemprego. Com essa nós não concordamos e vamos atuar para retirar da medida provisória a alteração do seguro-desemprego”, enfatizou a deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder da bancada do PCdoB.
“Não podemos brigar com nossas bases, estamos em conflito com a CUT e as centrais sindicais. Precisamos equilibrar para que os mais ricos paguem essa conta”, disse o senador Lindbergh Farias (PT).
Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências
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