terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Centrais vão ao Congresso por revogação de medidas

As centrais sindicais vão ao Congresso Nacional nesta terça-feira (10), em Brasília, onde se encontraram com os presidentes do Senado e Câmara, Renan Calheiros (PMDB) e Eduardo Cunha (PMDB), respectivamente.


Jaélcio Santana
Dia 28 as centrais realizam atos pela revogação das medidas. Prometem repetir as manifestações no próximo dia 26 de fevereiro
Dia 28 as centrais realizam atos pela revogação das medidas. Prometem repetir as manifestações no próximo dia 26 de fevereiro

O encontro, no início da nova gestão do parlamento, é uma tradicional iniciativa dos representantes da classe trabalhadora, que este ano ganha importância diante das Medidas Provisórias 664 e 665, lançadas no fim de 2014 pelo governo federal e que alteram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. As MPs serão apreciadas pelos deputados e senadores antes de entrarem em vigor. 

Os sindicalistas se reuniram com parlamentares de diferentes partidos, na Câmara dos Deputados. Às 15h30 acontece a reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e às 16 horas o encontro será com Eduardo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, destacou que a reunião é um esforço de levar uma mensagem unitária das centrais. “Será importante construir um diálogo com o Congresso Nacional no sentido de esclarecer os prejuízos que serão causados aos trabalhadores caso as medidas sejam sacramentadas”, salientou o sindicalista.

Eco do Congresso

Para Adílson, o Congresso precisa ouvir o clamor dos trabalhadores brasileiros. “O povo não elegeu um Congresso para lhe trazer prejuízos, pelo contrário, o que se espera do parlamento é que tenha um olhar mais próximo dos anseios e das expectativas da maioria da população, que tem consciência que diante da defasagem histórica precisa avançar numa justa política de valorização do trabalho e dos trabalhadores”, enfatizou.

“Os trabalhadores têm encontrado eco na representação do Congresso e será importante deixar bem claro que a nossa luta é para que não haja nenhum retrocesso”, pontuou o representante da central, que acredita que as medidas serão revogadas. “Nossa posição é para que sejam revertidas as medidas, principalmente com relação ao seguro-desemprego. A manutenção das medidas provocará um prejuízo para mais de 60% de trabalhadores, segundo estimativas, que passarão a não ter mais acesso ao benefício. Num ambiente que sinaliza retração e redução de postos de trabalho, evidentemente que o acesso desses trabalhadores será menor. Vai se tornar mais distante a possibilidade de ter acesso ao benefício que é, muitas vezes, o único meio de sobrevivência do trabalhador”.

Lideranças de diversos partidos já manifestaram apoio ao pleito das centrais. A bancada do PCdoB foi uma das primeiras a informar que o partido não concorda com medidas que retiram direitos. 

“O PCdoB não concordará com a retirada de nenhum direito social. Dentro dessas medidas, algumas são absorvíveis. Mas tem uma que não tem como mexer em razão da crise de rotatividade do mundo do trabalho, que é a ampliação do prazo de acesso ao seguro-desemprego. Com essa nós não concordamos e vamos atuar para retirar da medida provisória a alteração do seguro-desemprego”, enfatizou a deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder da bancada do PCdoB.

“Não podemos brigar com nossas bases, estamos em conflito com a CUT e as centrais sindicais. Precisamos equilibrar para que os mais ricos paguem essa conta”, disse o senador Lindbergh Farias (PT).

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências

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