sábado, 21 de fevereiro de 2015

NOSSOS PÊSAMES AOS FAMILIARES DOS LEITORES ASSÍDUOS DA FOLHA DE SÃO PAULO!

Nossa homenagem aos 94 anos da Folha de S. Paulo

 
 

Notas Vermelhas presta aqui sua comovida homenagem ao jornalFolha de S. Paulo, na passagem dos seus 94 anos de fecunda existência, sempre contra os trabalhadores, contra a democracia e pró-imperialista.



A Folha de S. Paulo está em festa, nesta quinta-feira (19), o grupo que controla o jornal completou 94 anos, com a inauguração do jornal Folha da Noite em 1921. AFolha reivindica para si mesma diversas virtudes: democrática, pluralista, moderna, etc. Podem ser até desejos sinceros a serem perseguidos (o que não acreditamos) mas o fato doloroso é que nenhuma destas virtudes você encontra na história e na trajetória do grupo Folha. Basta ver a postura da empresa em relação à Ditadura Militar.

Como a Folha apoiou a ditadura

Folha lutou pela implementação da ditadura e depois a apoiou entusiasticamente. Negar isto é negar os fatos. Durante anos a Folha de S. Pauloajudou a criar um clima de constante terrorismo político, como se o Brasil vivesse na eminência de um “golpe” comunista, tudo para justificar a ascensão e o fortalecimento das forças mais reacionárias. Os exemplos existem a mão cheia. Em 13/7/62 uma chamada de capa anunciava “Goulart acusado de articular um golpe”. Isto mesmo, o legítimo presidente que dois anos depois seria deposto por um golpe militar era acusado na capa, pela democrática Folha, de “articular um golpe contra as instituições”. Na verdade, havia chegado ao conhecimento do presidente João Goulart um documento com revelações sobre uma articulação militar visando sua deposição. O governo denunciou o fato e, segundo as "fontes" da Folha, isso era um pretexto para Goulart dar o golpe! Comparem como a Folhae demais órgãos da mídia hegemônica tratam nesta sexta-feira (20) o desmonte, pelo presidente Maduro, do plano de golpe armado na Venezuela. A semelhança é cristalina. No dia 23/7/62 a manchete principal do jornal era “Descoberto complô comunista em SP”. No dia 19/3/64 ocorre a “marcha da família com Deus, pela liberdade”, saudada no dia seguinte com entusiasmo pela Folha em manchete apoteótica: “São Paulo parou ontem em defesa do regime”. Segundo o jornal a marcha defendeu a “Constituição”, ameaçada pelos comunistas.

Como a Folha apoiou a ditadura II

Quando finalmente, depois de longa preparação, o golpe é consumado, a Folhapublica, no dia 2 de abril de 1964, editorial cinicamente intitulado “Em defesa da lei”. Ele começa por colocar a culpa do golpe nos comunistas (!): “Ninguém por certo desejou tal situação, excluídos os elementos comunistas para os quais a situação do país estará tanto melhor quanto na verdade pior for”. E segue, acusando Goulart, o presidente deposto, de atacar a Constituição: “por que passou a atacá-la (a Constituição) exigindo sua reforma o chefe do poder executivo que jurou cumpri-la (...) ?” O cinismo não parecia ter limites para aFolha, mas o jornal fazia isto para justificar sua defesa do golpe que, pouco depois, revogou a Constituição e dissolveu o Congresso.

Como a Folha apoiou a ditadura III

Depois de seguir mentindo e distorcendo, o famoso editorial conclui que a quebra da disciplina e da hierarquia - por parte de Goulart (!) – “constitui crime pelo qual qualquer chefe de Estado pode ser responsabilizado. Assim se deve enxergar o movimento que empolgou o país (o golpe militar)”. Triunfante, anuncia na manchete principal do dia 7 de abril de 1964 os principais “objetivos” dos golpistas: “Combate sistemático ao comunismo e à corrupção”. O pluralista grupo Folha tornou-se um dos principais porta-vozes da ditadura, apoiando inclusive a repressão e a tortura dos opositores de modo tão ativo que chegou a emprestar suas viaturas para o transporte de presos políticos. No painel de fotos acima um dos veículos do grupo Folha é queimado pela resistência ao regime. Realmente, aFolha é um jornal moderno. É tão avançado que só foi condenar o regime militar mais de vinte anos depois que ele foi derrotado. Qualquer dia a Folha faz um editorial em termos veementes pedindo o fim da escravidão. Antes que a gente esqueça: parabéns, Folha!

Coerência histórica

Aliás, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saudou os 94 anos do jornal. Para ele “a história da Folha só mostra a importância de uma imprensa livre de regulações”. Passa o tempo e a Folha sempre ao lado do que é mais avançado, moderno e pluralista.

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