quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ingerência dos EUA na Venezuela é evidente, diz Fernando Lugo


O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo disse, nesta quarta-feira (18), que há provas evidentes da ingerência dos Estados Unidos na Venezuela, dirigida a desestabilizar e golpear o processo bolivariano e o governo do presidente Nicolás Maduro.


 
 

Em entrevista concedida à Prensa Latina, o atual senador nacional assegurou que o princípio geral de autodeterminação dos povos é atacado especialmente pelo que qualificou de império do Norte.

"Não aprenderam com Cuba, com a América Central, com Equador, tiveram muita ingerência no golpe de Estado de Honduras, em todos os países de América do Sul", acrescentou.

Lugo realçou que os tentáculos "do polvo grande do Norte" ainda estão em ação e não resta outra opção a não ser rejeitar todo tipo de ingerência em defesa do princípio de autodeterminação dos povos, neste momento valor fundamental para sustentar as democracias latino-americanas.

O também presidente da Frente Guasú sustentou que os triunfos revolucionários na América Central, especialmente do sandinismo, e das forças democráticas e progressistas na Venezuela, Argentina, Brasil, Equador e América do Sul em geral preocupam Washington.

"Isso os levou a criarem focos de desestabilização, como estou convencido que fazem na Venezuela, Argentina e Brasil em nível econômico e o fizeram em nível jurídico no Paraguai", acrescentou.

De acordo com Lugo, os países da região estão vivendo um processo puramente latino-americano em uma grande aposta para reavivar o espírito da primeira independência e sofrem as consequências da ingerência mediante o capital financeiro e as multinacionais.

Ele também qualificou de um passo importante e inteligente a mudança anunciada na política do governo dos Estados Unidos para Cuba em direção a uma normalização das relações dentro de um marco de respeito.

No entanto, esclareceu que continua tão forte como há décadas a demanda universal do fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro estadunidense contra a ilha, que tem o direito a uma economia aberta a todos os países inclusive aos próprios Estados Unidos.

Ao falar sobre a situação interna no Paraguai destacou o fortalecimento e ampliação do espectro das forças progressistas e de esquerda dentro do país e ironizou que o melhor aliado para isso é o presidente Horacio Cartes.

"Com sua atuação faz que as forças progressistas fortaleçam as coincidências e falem de um projeto nacional amplo, includente, que possa mudar a matriz econômica e produtiva da nação e o rumo político de relançamento com outros Estados, agora debilitado", disse.

Lugo manifestou que os problemas não resolvidos como o da posse da terra e o da narcopolítica além das contas secretas de Cartes em bancos suíços puseram ao mandatário no olho da tormenta, mostrando tal visão diante dos chefes de Estado de países relacionados com Paraguai.

Explicou ainda que o atual governo se baseia no projeto de construir um Paraguai só para uns privilegiados, empresários e capital estrangeiro, o que faz crescer o descontentamento.

"Agora há comparações com as políticas de saúde gratuita, infraestrutura, educação de qualidade e moradia digna que marcaram nosso governo, baseado nos direitos da gente, o qual foi truncado para a mordomia de alguns poucos", declarou.

Fonte: Prensa Latina

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