Apesar de todo o "massacre" recente dos meios de comunicação, o que contribuiu para o mau humor visto por parte da população nas manifestações de 15 de março, o segundo governo Dilma tem dois motivos para comemoração – e eles estão nas manchetes desta terça-feira (24) da Folha de S. Paulo e do jornal Valor Econômico.
A Folha destaca a decisão da agência internacional de risco Standard & Poors de manter a nota atribuída ao Brasil, que está nos países considerados bons pagadores, ou seja, com grau de investimento. A agência avalia que o ajuste fiscal capitaneado pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda, é sólido e conta com apoio integral da presidente Dilma, que, ontem, reuniu vários ministros para defender a redução de gastos. "É preciso gastar mais com o Brasil do que com Brasília", disse ela. A S&P também avalia que o ajuste passará no Congresso, apesar dos problemas de articulação com a base aliada.
O Valor Econômico, por sua vez, publica relatórios de bancos de investimento, como o JP Morgan, que consideram cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia no Brasil, em 2015 – ideia defendida, em entrevista deste fim de semana, pelo economista Armínio Fraga (ex-futuro-ministro da Fazenda de Aécio Neves). Segundo o JP Morgan, o racionamento será evitado não apenas porque o regime hidrológico melhorou, ou seja, choveu mais, mas também porque o aumento recente na conta de luz desincentivou o consumo, gerando mudanças no comportamento dos brasileiros.
Sem rebaixamento e sem racionamento, o Brasil estará mais apto a atravessar com mais rapidez o período de ajustes, podendo atrair investimentos e voltar a crescer antes do que se imagina. Segundo o ministro Nelson Barbosa, a economia já estará crescendo no terceiro trimestre deste ano.
Ainda que de forma não assumida, o "quanto pior, melhor" era uma das apostas da oposição. O ex-governador paulista Alberto Goldman defendeu, em artigo publicado na Folha, que a deterioração das condições econômicas seriam uma das condições para um eventual impeachment.
Com a nota de risco mantida e a hipótese de racionamento afastada, o tema mais urgente, agora, é evitar o colapso do setor de infraestrutura e da indústria naval, que vem sendo provocado pela Operação Lava Jato.
Fonte: Brasil 247
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