I PARTE.
Dizia um dos
maiores pensadores que a humanidade produziu chamado Karl Marx que nunca
devemos julgar um fenômeno pela sua aparência é preciso ir a essência dele para
compreendê-lo. Pois bem, o fenômeno social que surgiu no mês de junho no Brasil,
liderado inicialmente pelo MPL (Movimento Passe Livre) em São Paulo, apesar de
novo na aparência, tem no seu conteúdo o conflito
político entre o velho e o novo.
De novo poderíamos identificar a força da mobilização por intermédio das redes
sociais e a falta de lideranças visíveis no movimento. Nós ainda não vemos essas
lideranças, mas na verdade elas existem. Inicialmente era o MPL e depois
começou a ser comandado por lideranças difusas, inclusive, uma minoria que
liderava o quebra-quebra. Nesse momento surge o conflito entre os que lideravam
um movimento pacífico e os que lideravam os atos de vandalismo. Não ter
liderança tradicional ou conhecida não significa falta de lideranças. É claro
que essas lideranças, apesar de não visíveis ainda, são produzidas nas redes sociais e no calor
das manifestações. Mas ainda tem o perigo das lideranças sem rosto, ou com
rostos encobertos que podem ser forças da direita, camufladas, estimuladas ou
até financiadas por forças obscuras inimigas da nação. O que existe de velho
nesse movimento? Existe algum movimento social que não seja político?
De velho são
as bandeiras defendidas no movimento, combate
a corrupção, melhora na saúde e educação, são bandeiras antigas dos partidos da
esquerda no Brasil e dos tradicionais movimentos sociais com fortes vínculos
partidários. Nessa linha de
raciocínio esse também é um movimento político.
Mas por que os partidos, notadamente da esquerda, foram inicialmente agredidos
por parte desses manifestantes quando foram levar o apoio as causas que sempre defenderam?
Teriam eles também parcelas de culpa desse descontentamento por estarem no
comando da nação? Qual é o peso da contribuição da mídia golpista e da Rede
Globo nesse descontentamento? Quais seriam as forças que teriam interesse em
instalar o caos no Brasil? O que os partidos progressistas e os movimentos sociais
tradicionais devem fazer nesse momento? Penso que cada questão dessas precisa
ser respondida e tem a sua cota de contribuição que tentaremos responder na
segunda parte. Penso também que é importante destacar que não há democracia sem
partido político. Os Anarquistas também defendiam isso, ou seja, eram contra aos
partidos, as doutrinas etc. Mas nunca chegaram ao poder para implementar as suas
propostas. Muitos viraram comunistas porque compreenderam que esse caminho não
levaria a lugar algum. Talvez a afirmação de líder do MPL Lucas Monteiro no
Congresso Brasileiro que disse durante
comissão geral que debatia a política de transporte público no Brasil. “Agora
em 2013, essa foi a principal vitória que conseguimos, depois de muito trabalho
e mobilização” e, o golpe que líderes de partidos
conservadores, junto a aliados da presidenta Dilma, acabam de dar no Congresso no
plebiscito proposto por ela substituindo por uma comissão no congresso que vai
discutir a questão para talvez realizar depois um referendo, ficando só os líderes do
PT, PC do B e PDT insistindo em ouvir o povo para moralizar a política no
Brasil, inclusive, decidindo coletar assinaturas no Congresso para tentar reverter à questão sirvam de exemplos para a juventude mobilizada.
A corrupção está enraizada no modelo político de financiamento privado de campanhas
no Brasil. Esperamos que esses dois exemplos sirvam para alguns manifestantes
refletiram sobre a importância dos governos progressistas e dos partidos políticos
da esquerda para ampliar as conquistas sociais e a democracia direta no Brasil.
No próximo número continuaremos aprofundando esse fenômeno social.
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