quinta-feira, 14 de maio de 2015

A 10ª Conferência Nacional e a militância nossa de cada dia


Luciano Siqueira *

Navegando em mar revolto, marcado por incertezas, uma miríade ideológica contamina a vida militante.


Multiplicam-se pressões e apelos de toda ordem para confundir e desestimular.

Alguns se deixam abater facilmente, mergulhados em mil dúvidas e respostas precárias e indecisas.

O militante do PCdoB, diferentemente, conta com orientação clara e segura. O que nos possibilita estar a postos - conscientes, aguerridos – mesmo com o vento soprando contra.

Não somos daqueles que põem a cabeça de fora para sair bem na foto e se escondem quando nosso campo de forças enfrenta dificuldades.

Na quadra iniciada com a assunção de Lula à presidência da República, em 2003, quando realizamos nossa 9a. Conferência Nacional, em junho daquele ano, o Partido considera a complexa, conflituosa e tumultuada travessia da ordem neoliberal herdada de FHC e comparsas a um novo desenho do desenvolvimento do País – de sentido soberano, democrático e socialmente inclusivo.

Traçamos um rumo confirmado pela vida, referendado e aprofundado nos três Congressos que transcorreram no período; e cá estamos, às vésperas da 10ª Conferência, dando conta das mudanças da situação e da renovação da construção partidária.

Isto porque examinamos a realidade concreta no mundo e no Brasil à luz da teoria marxista-leninista e do manancial teórico e político que temos acumulado a partir de nossas vivências particulares, sobretudo do início dos anos sessenta em diante, nas condições específicas da sociedade brasileira. 

Agora, encarando uma correlação de forças adversa e o ingente desafio de costurar uma ampla frente de resistência pela democracia e pela continuidade das mudanças em curso desde 2003, do ponto de vista dos trabalhadores, também afirmamos o "lugar próprio" do PCdoB no espectro partidário - em sintonia com o nosso caráter de classe, nossa índole revolucionária, nossa linha programática e tática e de construção partidária. 

Demais, num lance ousado e consequente, nesta 10ª Conferência, realizamos a sucessão na presidência do Partido, significando isto a confiança do coletivo militante em uma geração mais jovem de quadros testados na luta teórica e prática. 

A passagem do bastão de Renato Rabelo para Luciana Santos exibe a face visível do PCdoB proletário, revolucionário, de massas, contemporâneo e moderno.

Um partido cuja alma e disposição de luta o colocam em condições de arrostar os imensos desafios do momento presente.

Em meus quarenta e oito anos de militância, nunca me senti tão renovado quanto agora. Pela sua matriz teórico-ideológica e política, de sua larga experiência de lutas e de sua capacidade de se manter sempre atual, o PCdoB nos faz a todos sempre jovens e prontos para o combate.
* Médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB

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