No primeiro trimestre deste ano, 185 pessoas foram mortas no estado de São Paulo em confrontos envolvendo policiais militares em serviço, média de 2,05 pessoas a cada dia. Trata-se do maior número de mortes em confrontos com a Polícia Militar (PM) desde 2003, quando ocorreram 196 vítimas. O dado é parte de um balanço que é divulgado trimestralmente pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
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No mesmo período do ano passado, foram registradas 157 mortes em confronto com a PM em serviço, média de 1,74 pessoas por dia. “É um aumento muito grande, substancial e que preocupa”, disse o ouvidor-adjunto da Polícia do Estado de São Paulo, Walter Foster Jr.
Em relação à Polícia Civil, nove pessoas morreram em confrontos e cinco ficaram feridas. Mais sete pessoas foram mortas por policiais civis em folga. Um policial civil em serviço morreu em confronto e mais 18 ficaram feridos. Nos primeiros 90 dias do ano passado, seis pessoas morreram em confrontos com policiais civis em serviço e sete por policiais civis de folga.
Estudo sobre violência policial revela "racismo institucional" na PM de SP
Homens negros, sobretudo jovens, são as principais vítimas da violência policial no estado de São Paulo, segundo pesquisa do Gevac (Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos) da UFSCar (Faculdade Federal de São Carlos) lançada oficialmente no dia 2 de abril. A análise sobre taxas de 100 mil habitantes indica que a mortalidade de negros é pelo menos três vezes maior que a de brancos.
Entre os anos de 2009 e 2011, 939 casos de ações policiais foram analisados. O resultado aponta que 61% das vítimas de morte por policiais eram negras. No âmbito infanto-juvenil, os dados são mais alarmantes: entre 15 e 19 anos, duas a cada três pessoas mortas pela PM são negras.
"Existe um mito que a população negra é maior e por isso os números são automaticamente maiores. Isso não é verdade: no estado de São Paulo, apenas 30% da população é negra", afirma a coordenadora da pesquisa, Jacqueline Sinhoretto.
Várias entidades do movimento social em São Paulo há décadas denunciam a violência desproporcional que a PM utiliza com a juventude negra e periférica.
Ato em SP denuncia a violência polícial que atinge a juventude negra e periférica
Do Portal Vermelho, com agências
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