sexta-feira, 19 de junho de 2015

Centrais defendem 85/95 e prometem ir ao Congresso para derrubar veto


Mobilizadas em defesa do projeto 85/95 que estabelece nova fórmula de cálculo do fator previdenciário, as centrais sindicais lamentaram o veto anunciado pela presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (17) e informaram que vão pressionar o Congresso pela permanência da fórmula.


Centrais vão se reunir na próxima segunda (22) para definir os rumos da mobilização
Centrais vão se reunir na próxima segunda (22) para definir os rumos da mobilização

Em nota publicada nesta quinta (18), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, reafirmou a defesa da fórmula 85/95 por reduzir “as perdas no valor da aposentadoria do trabalhador”, mas salientou que o debate sobre um “novo sistema de cálculo parte de uma falsa premissa largamente propagada de que a Previdência Social é deficitária”.

A central considera que a nova fórmula proposta como alternativa ainda penaliza o trabalhador ao manter o fator previdenciário.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o secretário-geral da central, Wagner Gomes, afirmou: “Nossa luta agora será junto ao Congresso Nacional para derrubar o veto. É uma obrigação da CTB e de todas as centrais”, salientou o Wagner, informando que as lideranças sindicais vão se reunir na segunda-feira (22), para definir os rumos da mobilização.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que as centrais devem permanecer unidas para garantir a derrubada do veto.

A CSB, por sua vez, informou que é contra o veto, mas acredita que as centrais devem aproveitar o prazo de três anos, previstos na nova MP que o governo quer editar, para discutir alternativas para a Previdência.

"A decisão do veto foi estritamente tecnocrata. Mas o fato é que a fórmula 85/95 vai valer por três anos, se ela for de fato ponto de partida, da alternativa que o governo vai propor nessa nova medida provisória. Com isso, ganhamos prazo para avaliar saídas", afirmou Antonio Neto, presidente da CSB.

A MP cria uma fórmula progressiva partindo do cálculo 85/95, que é a soma do tempo de contribuição e a idade, diferenciado entre mulher e homem, no momento da aposentadoria. O governo estabeleceu uma escala progressiva de aumento dessa soma a partir de 2017, outra em 2019 e, a partir de então, um ponto a cada ano até chegar a 90/100 em 2022.

A nova lei foi editada em forma de Medida Provisória, ou seja, já está em vigor, mas sua efetivação depende de aprovação do Congresso num prazo de 180 dias.

Leia a íntegra da nota da CTB:


“A CTB manifesta com veemência o seu desapontamento com a decisão da presidenta Dilma Rousseff em vetar a fórmula 85/95, projeto aprovado no Congresso que reduz as perdas no valor da aposentadoria do trabalhador.

Entendemos que o debate sobre o novo sistema de cálculo parte de uma falsa premissa largamente propagada de que a Previdência Social é deficitária. O próprio fator previdenciário, tão lesivo aos direitos do trabalhador, foi criado no governo FHC sob este pretexto: sanar o déficit da Previdência.

No entanto, é fato que o sistema previdenciário brasileiro não está quebrado nem falido. Segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP), o sistema de seguridade social obteve um superávit estimado em R$ 100 bilhões nos últimos cinco anos. O problema reside na alocação dos recursos, boa parte destinada a outros programas do governo.

Por isso, agora que se tem a oportunidade de amenizar os efeitos lesivos do Fator com uma fórmula de cálculo que reduz as perdas da aposentadoria, nada justifica que isto seja vetado pelo governo federal.

A proposta 90/100, apresentada como alternativa à fórmula em Medida Provisória emitida pela presidenta, não é solução e penaliza novamente o trabalhador ao manter o famigerado fator previdenciário que, como se sabe, chega a reduzir em até 40% o valor da aposentadoria.

A CTB lamenta que o governo tenha assumido este posicionamento e vai se mobilizar com determinação para que o Senado Federal derrube o veto.

Executiva Nacional"




Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências

Nenhum comentário:

Postar um comentário