Foto: Reuters
Tati Almeyda (dir.), integrante da organização Mães da Praça de Maio, comemora condenação de militares em Buenos Aires, na Argentina (26/10)
Stella Caloni: 12 repressores argentinos recebem prisão perpétua
“Ao fim a justiça!”, gritaram em uníssono centenas de manifestantes que escutaram em uma tela gigante o veredicto dos juízes do Tribunal Federal Cinco que, em uma resolução histórica, condenou à prisão perpétua figuras emblemáticas da última ditadura (1976-1983), como os ex marinheiros Alfredo Astiz, Jorge Tigre Acosta, Ricardo Miguel Cavallo, e outros, por crimes de lesa humanidade perpetrados no Centro Clandestino de Detenção da Escola de Mecânica da Armada (Esma).
Sabe-se que milhares de presos desaparecidos nesse centro clandestino foram jogados vivos e drogados ao mar nos chamados “voos da morte”.
Os testemunhos foram dilacerantes e puderam identificar os responsáveis das torturas, assassinatos e desaparecimentos de pessoas de diversas idades, incluindo adolescentes e anciãos.
Por isso, esta foi uma jornada histórica na grande luta por banir a impunidade do país e punir com a justiça, de forma responsável, os autores de crimes aberrantes cometidos durante ditadura, durante a qual, se calcula, desapareceram 30 mil pessoas. Há outros 70 acusados esperando julgamento pela Esma e por crimes contra outras 800 pessoas.
* Stella Caloni é jornalista, correspondente, na Argentina, do jornal mexicano La Jornada
Tradução: Vanessa Silva
Reeditado por Dedé Rodrigues
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