O filme, produzido para a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, desde seu lançamento, em julho, está circulando em diversos estados do Brasil, geralmente acompanhado pela presença do diretor. A ideia é levar à população os perigos do uso dos insumos químicos com o propósito de estimular o debate em torno dessa questão, na perspectiva de combater o uso dos agrotóxicos e defender uma forma de produção agroecológica.
“Desde 2008 o Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos”, destaca o documentário, logo no início de sua exibição. Denunciando as formas de produção em massa que se utilizam dos defensivos químicos, degradando o meio ambiente e prejudicando a saúde da população, o filme do cineasta carioca levantou reflexões sobre a temática, trazendo à tona, principalmente, o papel da sociedade e do poder público no combate ao uso dos agrotóxicos.
Após a exibição do documentário foi formada uma mesa de debate com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, como o líder do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, a presidente da Associação das Agricultoras e Agricultores do Assentamento Chico Mendes III - São Lourenço da Mata/PE, Enilda da Silva e do professor do Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC/UFRPE) e presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA Agroecologia), Francisco Roberto Caporal. Silvio Tendler, por motivos de saúde, não participou do evento.
Documentário atraiu a atenção de estudantes, professores e agricultores | Foto: Alexandre Sena |
“Enquanto nos Estados Unidos são necessários em torno de 250 mil dólares para registrar um principio ativo, no Brasil, esse valor gira em torno de 33 a 100 dólares”, disse Francisco Caporal. Então, a importância da intervenção do governo e da atuação constante da sociedade aparece como cernes para a continuidade do debate.
Incentivar a agricultura familiar e o consumo de produtos orgânicos ecoou de forma constante na fala dos participantes. Progressivamente, os debates estão aparecendo pelos estados e a luta por uma forma mais justa e saudável de produção poderá ser vislumbrada e contemplada no país. Quem sai ganhando? O Brasil e todos os produtores e consumidores dos produtos da agricultura familiar, que abastecem a mesa dos brasileiros todos os dias.
Viva a agricultura Familiar
O Veneno está na Mesa faz uma chamada para a luta contra o agronegócio e destaca a importância do estímulo à agricultura familiar. Através da construção de políticas alinhadas aos movimentos da sociedade esses avanços começam a surgir. A importância do cultivo de uma agricultura saudável, livre do uso dos agrotóxicos, para um país onde 70% dos alimentos que compõem a dieta dos brasileiros são da agricultura familiar, torna-se essencial para esse debate. Nesse sentido, Silvio Tendler esteve em Pernambuco no mês de outubro, e, através da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) pôde conhecer algumas famílias agricultoras da Zona da Mata pernambucana. Para o cineasta, esse momento servirá para a coleta de informações sobre a realidade de trabalhadores rurais no estado que irão subsidiar, em um futuro próximo, um novo documentário, dando continuidade ao debate sobre os agrotóxicos e seus riscos.
fonte: ASA Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário