sábado, 23 de fevereiro de 2013

PC DO B DEVERÁ APONTAR PERSPECTIVA PARA O BRASIL


13º Congresso deverá analisar e apontar perspectivas para o país


Nesta sexta-feira (22), em reunião da Comissão Política do Partido Comunista do Brasil, o aniversariante do dia, presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez sua intervenção tendo como tema central o 13º Congresso do Partido.


 
Renato Rabelo: O 13º Congresso Nacional do PCdoB deverá apontar perspectivas para o Brasil
A Comissão Política Nacional do PCdoB reuniu-se na sede do Partido em São Paulo, tendo como pauta a preparação do 13º Congresso nacional do Partido que se realizará em novembro deste ano, na capital paulista. De acordo com o presidente, Renato Rabelo, o temário do Congresso será definido pelo Comitê Central, em reunião, no final de março deste ano.


Ao fazer a abertura da discussão, Renato proferiu que “2013 é um ano-chave que concentra fatores externos e internos definidores de tendências e perspectivas tendo em vista as eleições gerais de 2014”. Para ele, o Congresso do PCdoB deverá se basear em dois principais temas, o primeiro seria um balanço destes últimos quatro anos e uma atualização da perspectiva do Partido para o Brasil. O segundo tema indicado por Renato seria um balanço do curso geopolítico e da situação da crise sistêmica desde o 12º Congresso (2009) até a situação atual. “Devemos debater sobre essa crise que se alonga e que se acentua”.

Para fazer esta avaliação, Rabelo afirmou que é fundamental também analisar os 10 anos de governos progressistas, populares e democráticos, iniciado em 2003, com a vitória de Lula e com a eleição da presidenta Dilma Rousseff. Parafraseando Dilma, Renato apontou: “Nós brasileiros sabemos qual a melhor década da nossa história recente”.

Com isso, o dirigente nacional confirmou que a conquista política maior desta década é a ascensão das forças democráticas, progressistas e de esquerda ao centro do poder nacional, contando com crescente apoio popular e a continuidade da ação com a eleição da primeira mulher à presidência da República, comprometida com o avanço desse projeto.

Oposição - críticas recorrentes
A conjunção desses fatores neste ano – disse Renato, em contraste com a ausência de alternativa viável e de derrotas eleitorais da oposição - vem acirrando o processo político, com a aproximação do grande embate político-eleitoral de 2014.

O presidente lembrou que “a oposição só enxerga erros e fracassos e por isso devemos fazer o enfrentamento na luta de massas e na luta de ideias. A oposição no seu ‘braço político’, demonstra desespero, desnorteada, ainda tentando seu caminho. Seu ideólogo maior, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desespera-se com a comparação do período atual com o seu tempo de governo, dizendo pra que comparar se já ocorreu ‘há muito tempo’. Isso é ‘picuinha’, é ‘coisa de criança’. Como é isso? Questiona Renato, se o processo analítico deve ser feito”.

Da mesma maneira, prosseguiu o presidente nacional, o senador Aécio (PSDB-MG), mesmo com todo destaque da grande mídia, faz uma critica de clichê, requentada, sem indicar nenhuma alternativa. Em verdade aflige a própria oposição porque não demonstra estatura para a disputa presidencial.

Contudo, Renato constata que o PCdoB deve se empenhar pela unidade da base aliada, em torno da reeleição da presidenta Dilma, tendo como referencia um Projeto de nova arrancada no rumo de maiores conquistas para o povo e a Nação.

Plano econômico
Renato confia que o desempenho da economia pode se transformar em tema central do debate eleitoral de 2014. Para ele, a economia brasileira se desenvolve ao meio à crise do capitalismo central, que se manifesta agora mais agudamente na Europa, em recessão. “A retomada da economia dos EUA é extremamente frágil. Por isso, a crise contribuiu para que as economias dos países periféricos, assim chamados, passassem a crescer a taxas menores”. A China cresceu 7,8% em 2012; o PIB da Rússia cresceu a 3,4% em 2012; a Índia em 2012, crescendo a 5%.

O dirigente pondera que no caso brasileiro, as taxas recentes de crescimento do PIB têm sido bem menores que a média do período imediatamente anterior, ou seja, do período Lula. Em 2011, primeiro ano do governo Dilma, houve uma diminuição significativa do ritmo que ficou em 2,7%. Em 2012, um novo recuo para um índice que deve ficar em torno de 1,3%. 

Para a contenção da crise, pronunciou Renato, “o governo Dilma Rousseff tem adotado um receituário bastante amplo com o intuito de enfrentar os efeitos da crise e os problemas já existentes na economia do país. Pode-se dizer que a presidenta Dilma redirecionou boa parte da política macroeconômica. Medidas estas que merecem o apoio do PCdoB”.

Segundo a avaliação do presidente, entretanto, algumas medidas têm sido insuficientes para produzir uma nova arrancada de crescimento. E por isso, cresce entre as forças da base do governo, partidos políticos e intelectuais, a discussão sobre as saídas para que o país volte a crescer mais aceleradamente. Fala-se muito em aumentar o nível dos investimentos, particularmente em infraestrutura. Fala-se também, frequentemente, em retomar a industrialização. Há os que colocam em destaque os problemas de gestão. 

Para Renato, essa questão deve ser tratada no bojo de uma nova política macroeconômica. “Já é parte importante os avanços conquistados pelo governo, como a redução na taxa de juros, a melhoria na distribuição de renda, etc. Falta agora uma definição mais nítida que foque a questão na taxa de câmbio. Avaliação que, aliás, se assemelham às de Bresser Pereira e Delfim Netto”, disse ele.

De acordo com o presidente nacional, o PCdoB deve continuar insistindo “na retomada da industrialização, no aumento dos investimentos em infraestrutura, a diminuição dos juros básicos da economia como objetivos e na busca imediata de uma taxa de câmbio que possa impulsionar o crescimento e a industrialização”.

A taxa de desemprego do país ficou em 4,6% em dezembro e fechou o ano de 2012 em 5,5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados mostram que o índice anual é o mais baixo da série histórica iniciada em março de 2002. Antes disso, a taxa de 2011 havia sido a menor da série, ao ficar em 6%. Em um período de dez anos, de 2003 a 2012, as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE teve redução de 48,7% no total de desempregados. O número de pessoas desocupadas caiu de 2,6 milhões para 1,3 milhão. O total de ocupados aumentou 24% em dez anos, com acréscimo de 4 milhões de postos de trabalho. Na média do ano, a população ocupada chegou a 23 milhões de pessoas.

Com base nisso, do ponto de vista econômico, ainda segundo Renato, “a retomada do desenvolvimento é importante e tem sido possível manter um nível de emprego,” finaliza. 

Da redação do Vermelho, Eliz Brandão
Com informações da assessoria da presidência nacional do PCdoB

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