Nenhum país sai o mesmo dos episódios da sexta-feira, 4 de março. Uma tentativa frustrada de prender o mais popular líder político do Brasil – e o único que mantem imenso apoio popular – não permite que tudo siga igual no país.
Por Emir Sader*
Divulgação
Está claro que o objetivo da direita no Brasil é tirar o Lula da vida política. Sabem que correm todos os riscos de disputa eleitoral com ele. E suas aparições na sexta-feira (4) confirmaram como ele é capaz de reaparecer com toda forca no imaginário das pessoas com sua figura, seu discurso, sua mensagem. Se reforçam assim as vias de tentar tirá-lo do jogo no tapetão, porque sabem que têm todas as possibilidades de perder no campo democrático das eleições.
Voltam a surgir apelos aos militares na mídia que ficou com a boca torta da época da ditadura militar. Setores golpistas do Judiciário deixam claro que buscam interditar a carreira do Lula.
Mas, quem é obstáculo hoje para a democracia brasileira? Lula, com sua liderança política, ou os monopólios privados dos meios de comunicação? Lula, com seu prestígio popular ou quem deseja judicializar a política e impor a ditadura do Judiciário?
Depende da concepção que se tenha da democracia. O Brasil saiu da ditadura e retomou um sistema político que o liberalismo considera democrático, com a retomada dos direitos jurídicos e políticos, mas sem tocar no estigma mais profundo que carregava o país: o de ser o mais desigual do continente mais desigual.
Isso não é um problema para os liberais e todos os que se abrigam, por conveniência, sob essa doutrina. Que todos sejam iguais diante da lei, lhes basta. Não lhes inquieta que todos sejam desiguais na vida real. Que a lei não seja igual para todos.
O governo de Lula buscou concluir a transição democrática promovendo os direitos sociais das grandes maiorias, colocando o tema do combate à desigualdade como central do seu governo e do país. Promoveu avanços extraordinários, o que o tornou o alvo fundamental da direita do Brasil, que perdeu o controle do Estado desde 2003.
Lula tornou-se o maior agente da democratização da sociedade brasileira, promovendo a inclusão dos excluídos. Mas tornou-se, ao mesmo tempo, pelas mesmas razões, o grande obstáculo para a que a direita volte a governar o Brasil.
A questão política central hoje no país é, repito: quem é obstáculo para a democracia? Lula, com a retomada desse imenso projeto de inclusão social? Ou o monopólio privados dos meios de comunicação, que manipula a opinião publica com mentiras e chamados ao golpe? Ou promotores que se colocam a serviço desse projeto, buscando criminalizar o Lula e tira-lo da vida politica, para que a direita volte a mandar no país?
Na democracia brasileira não cabem mais juntos todos esses três atores: Lula, os monopólios privados da mídia e os que promovem a judicialização da política. Essa é a disputa em jogo.
Ou Lula supera os ataques concentrados contra ele, apoiado pelos movimentos populares e pelo conjunto da cidadania democrática, e são derrotados os agentes do golpismo. Ou estes triunfam, excluindo Lula da vida política e retomando o controle do Estado, para impor um brutal projeto de restauração conservadora e anti-popular.
*Sociólogo e cientista político
Voltam a surgir apelos aos militares na mídia que ficou com a boca torta da época da ditadura militar. Setores golpistas do Judiciário deixam claro que buscam interditar a carreira do Lula.
Mas, quem é obstáculo hoje para a democracia brasileira? Lula, com sua liderança política, ou os monopólios privados dos meios de comunicação? Lula, com seu prestígio popular ou quem deseja judicializar a política e impor a ditadura do Judiciário?
Depende da concepção que se tenha da democracia. O Brasil saiu da ditadura e retomou um sistema político que o liberalismo considera democrático, com a retomada dos direitos jurídicos e políticos, mas sem tocar no estigma mais profundo que carregava o país: o de ser o mais desigual do continente mais desigual.
Isso não é um problema para os liberais e todos os que se abrigam, por conveniência, sob essa doutrina. Que todos sejam iguais diante da lei, lhes basta. Não lhes inquieta que todos sejam desiguais na vida real. Que a lei não seja igual para todos.
O governo de Lula buscou concluir a transição democrática promovendo os direitos sociais das grandes maiorias, colocando o tema do combate à desigualdade como central do seu governo e do país. Promoveu avanços extraordinários, o que o tornou o alvo fundamental da direita do Brasil, que perdeu o controle do Estado desde 2003.
Lula tornou-se o maior agente da democratização da sociedade brasileira, promovendo a inclusão dos excluídos. Mas tornou-se, ao mesmo tempo, pelas mesmas razões, o grande obstáculo para a que a direita volte a governar o Brasil.
A questão política central hoje no país é, repito: quem é obstáculo para a democracia? Lula, com a retomada desse imenso projeto de inclusão social? Ou o monopólio privados dos meios de comunicação, que manipula a opinião publica com mentiras e chamados ao golpe? Ou promotores que se colocam a serviço desse projeto, buscando criminalizar o Lula e tira-lo da vida politica, para que a direita volte a mandar no país?
Na democracia brasileira não cabem mais juntos todos esses três atores: Lula, os monopólios privados da mídia e os que promovem a judicialização da política. Essa é a disputa em jogo.
Ou Lula supera os ataques concentrados contra ele, apoiado pelos movimentos populares e pelo conjunto da cidadania democrática, e são derrotados os agentes do golpismo. Ou estes triunfam, excluindo Lula da vida política e retomando o controle do Estado, para impor um brutal projeto de restauração conservadora e anti-popular.
*Sociólogo e cientista político
Fonte: Rede Brasil Atual
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