Acrescentado o título por Dedé Rodrigues.
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Domingo os brasileiros decidirão entre dois projetos de país. Duas visões político-econômicas que divergem muito nas prioridades, na concepção do que é melhor para a população e o mundo.
Por Rennan Martins*
Dilma e o PT enxergam o Estado como um agente importante na condução econômica, consideram que este deve impulsionar setores estratégicos e atuar onde o mercado deixa a desejar.
Aécio e o PSDB creem que a esfera pública deve ser ao máximo reduzida, que as forças de mercado sozinhas dão conta de alocar os recursos de forma eficiente.
O atual governo vê na expansão da classe média um importante fator de aquecimento do mercado interno, um dinamizador das atividades produtivas nacionais.
A oposição propõe que esta deve contentar-se com ganhos proporcionais à produtividade, que a desigualdade não pode ser atacada e que resta aos cidadãos esperar que as benesses da globalização atinjam as bases da pirâmide. Não importando quanto tempo isso leve.
O PT considera que as riquezas nacionais precisam ser exploradas estrategicamente, vinculadas a investimentos na saúde e educação de forma a garantir que haja ganhos de capital social interno e qualidade de vida.
O PSDB acredita que devemos nos integrar às ditas “cadeias globais de produção”, que nossos recursos serão mais bem aproveitados se inseridos num contexto de franca abertura de mercado, ainda que em condições desiguais perante os desenvolvidos.
Dilma prioriza as relações comerciais com os parceiros do Sul Global, o BRICS e o Mercosul. Entende que a integração entre economias semelhantes gera maiores ganhos e evita que os fortes explorem os mais fracos.
Aécio acredita que devemos nos voltar para a Europa e os EUA. Julga que o comércio integrado a eles nos trará mais conveniências, mesmo que tenhamos de suportar os efeitos deletérios que a competição desigual traz a produção e emprego nacionais.
O governo vê os bancos públicos como fundamentais no processo de financiamento dos projetos de longo prazo, de desenvolvimento do país. Considera que há questões as quais não devem ser deixadas ao sabor do setor financeiro internacional.
A oposição pensa que a atuação dos bancos públicos emperra as dinâmicas do mercado e que isso gera ineficiência. Não se importam de sujeitar o desenvolvimento e bem-estar da população aos mandos da agiotagem institucional.
O PT propõe que o mercado precisa vincular-se à produção da economia real, que a riqueza precisa ser materializada em prosperidade a ser disponibilizada a toda a população.
O PSDB enxerga o mercado como uma entidade racional que por si só consegue alocar os recursos da melhor forma possível. Ignoram que desde a desregulação iniciada por Pinochet, Thatcher e Reagan o que assistimos é o aumento da concentração da riqueza a nível mundial.
Por fim, são essas as opções. De um lado, um projeto que pretende que o crescimento econômico não se opõe ao combate a desigualdade e ao investimento social, este é o projeto de Dilma. Do outro estão os velhos partidários da ideia de que a melhor forma de conduzir a economia é deixar o bolo crescer para um dia, quem sabe, ele ser dividido. Isto é o que propõe Aécio.
*Rennan Martins é colaborador do Portal Desenvolvimentistas e colunista daRádio Vermelho
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