Por Dedé Rodrigues.
Meus
amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. O grande líder e
pensador latino americano Fidel Castro disse certa vez que esta geração vive em
um mundo muito perigoso. Ele se referia aos interesses imperialistas e a
possibilidade de um conflito nuclear. No
mundo há mais de 16 mil armas nucleares que podem, no caso de um conflito entre
as principais potências, acabar com tudo
que tem vida neste planeta terra. Por outro lado, faz 25
anos que o homem lançou no espaço o mais famoso telescópio, o Hubble.
Com ele, foi possível observar pontos que antes eram inacessíveis aos
olhos humanos e eram mistérios para os pesquisadores. O telescópio permitiu observações de
galáxias que estavam nascendo há bilhões de anos. Em 25 anos, ele também ajudou
cientistas a entender melhor mistérios como a evolução do universo ou os
buracos negros. Mas o homem, com todo
este avanço científico, não conseguiu acabar com a desigualdade social, a fome
e a violência no planeta terra. 1% dos
ricaços do mundo já detém praticamente 50% de toda riqueza.Duas grandes guerras
foram realizadas, só no século passado, tirando
a vida ou mutilando mais de 100 milhões de pessoas. Milhões de seres
humanos ainda morrem de fome tentando escapar de perseguições políticas, religiosas e nas guerras regionais. Um sistema que provoca tudo isto pode ter futuro? Como está o Brasil diante
deste mundo desigual e perigoso? O que os tabirenses tem a ver com isto?
O modo de produção responsável por tudo isto é chamado de capitalismo. Ele destrói o meio ambiente, devasta a
fauna e a flora, estimula o individualismo e o consumismo, este último, virou
uma grande doença do nosso século. Segundo estudos se todo mundo consumisse
igual a um americano médio a gente precisaria de 4 planetas terra. Os teóricos deste sistema criaram uma
ideologia, chamada neoliberal, que retira o Estado da economia, estimula a
especulação e a agiotagem rentista, destrói as economias nacionais, produz
desemprego em massa, privatiza tudo quer pode e coloca o mercado como o seu
novo deus. Até o Papa francisco disse recentemente que o” dinheiro é o estrume
do diabo, fazendo alusão ao egoísmo e ao individualismo deste paradigma atual
que destrói também os valores cristãos. ”
Felizmente com o avanço
científico,notadamente com a descoberta da dialética, se descobriu também que somos cidadãos do mundo.
Isto quer dizer que tudo que ocorre no mundo diz respeito e afeta também a gente, logo a gente precisa posicionar-se. Se é
assim, com a globalização, este sistema foi mergulhado em uma nova crise,
cuja crise, iniciada em 2008, chegou com
força ao Brasil este ano. Não é de se estranhar que aparecem muitos dirigentes
políticos apontando soluções: a esquerda quer cobrar mais impostos de quem
pode, os ricos. Mas os representantes da direita brasileira querem, como
sempre, jogar nas costas dos pobres o peso da crise. Não é atoa que direitos
trabalhistas são ameaçados por intermédio da aprovação do famigerado projeto da
terceirização, o PL 4330, que foi votado
na Câmara de deputados e pode acabar até
com o nosso mais importante conjunto de leis trabalhistas, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Isto
é muito grave.
A própria CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) disse num texto recentemente que:
“A lei que permite a terceirização do
trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma,
restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos
direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise”.
Também na avaliação dos bispos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC
171/1993), que propõe redução da maioridade penal para 16 anos, é um “equívoco
que precisa ser desfeito”. Para a CNBB, a redução da maioridade penal não é
solução para a violência no país. “Investir em educação de qualidade e em
políticas públicas para a juventude e para a família é meio eficaz para
preservar os adolescentes da delinquência e da violência”.
Aproveitando-se desta crise mundial a gente
assiste aqui no Brasil um intenso ataque da mídia e da direita ao governo Dilma
querendo que o povo acredite que tudo de ruim que ocorre no Brasil é culpa dela.
Sob o disfarce do combate a corrupção, que é produto deste sistema e desta mesma
elite, deformados e convocados pela
Globo sob o manto da corrupção , fizeram passeatas recentemente pedindo tudo
que não presta para o Brasil: Pediram até a volta da ditadura militar. O que
significaria a volta da ditadura? Perseguição, prisão, exílio, tortura e morte para
as lideranças e o partidos que defendem a democracia e os trabalhadores: morte
aos comunistas, aos petistas, aos democratas, a educação libertadora de Paulo Freire
nas escolas, perseguição também e tortura aos religiosos progressistas, enfim,
morte a liberdade e a democracia do país.
A Ditadura Militar no Brasil não fez tudo isto com os seus opositores? Por acaso é exagero da minha parte dizer
isto? Leiam a história do Brasil!
Hoje a grande
mídia no Brasil, virou um partido de oposição ao governo, particularmente a Rede Globo. O Jornal
Nacional transformou os escândalos de corrupção que envolvem o PT nos maiores
escândalos da nossa história. Divulgaram incansavelmente o mensalão, lava jato,
o petrolão e por aí vai. Os outros
escândalos que envolvem o PSDB e o DEM:
o HSBC, a sonegação da Globo, o trensalão tucano, a privataria tucana, entre outros escândalos muito maiores do que os do PT, quase não tem divulgação na mídia. Tem gente
até defendendo que sonegação não é corrupção. Para complicar ainda mais o
governo, juntou-se a oposição com a mídia golpista e parte da justiça, que virou também partidária da oposição, para infernizar o
governo, prender, especialmente petistas com uma tal de presunção de
culpa, que se fosse usada com o mesmo
empenho para os outros grandes partidos, ficaria pouca gente fora da cadeia.
Este denuncismo sistemático da mídia prejudica a economia nacional parando a
construção de grandes obras. Inventaram agora uma tal de pedalada fiscal para
tentar tirar Dilma do Poder, que segundo a Deputada Federal do PC do B Luciana
Santos: “Eles
não se conformam é com a quantidade de avanços que o Brasil teve nesses anos,
como tirar 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza, enfrentar as
desigualdades regionais, colocar 5,5 milhões de jovens nas universidades
através do Prouni e Fies. Pedaladas fiscais? Os outros presidentes também
usaram... “Se fosse por ‘pedalada fiscal’, o Fernando Henrique não tinha
passado um ano de governo, porque essa questão contábil de mexer nas contas dos
bancos públicos e vice-versa, do Tesouro para os bancos que impulsionam o
desenvolvimento regional ou de estatais, eram práticas seculares no Brasil e no
governo Fernando Henrique eram mais acentuadas do que hoje essas manobras
contábeis. Esse é um assunto superado. O senado aprovou as contas da presidenta
Dilma. E estamos vendo o assunto ser requentado com o único objetivo de golpear
a democracia”. Disse ela.
Concluindo,
meus amigos e amigas ouvintes, apesar de tudo isto, temos boas notícias: nunca se combateu tanto a corrupção, se
investigou tanto e se prendeu tanto no país; mesmo sendo uma parte destas prisões
seletivas, ilegais e partidárias para prejudicar especialmente o PT. A nossa economia dá sinais de recuperação,
dados confirmam que melhora a oferta de emprego, as passeatas contra o governo e contra a
democracia diminuíram, a Petrobras se recupera e o nosso povo começa a acordar
e vai para rua defender os seus direitos contra o projeto da terceirização que não
é nada mais e nada menos do que a
aplicação do neoliberalismo no Brasil, por parte também desta mesma gente da elite que faz passeatas contra o governo. E a notícia mais interessante é que aquele mundo
perigoso que eu citei no início da matéria, comandado por aquela elite que tem metade da
riqueza do planeta, sofreu derrotas
importantes na América Latina com o povo elegendo quase todos os governantes que não concordam com esta ideologia neoliberal
que, na prática, prejudica os mais
pobres. É isto mesmo! A partir da nossa cidade onde 82% dos tabirenses votaram contra o candidato do neoliberalismo
nas últimas eleições, a gente deu a nossa contribuição para o Brasil e este
mundo continuarem mudando noutra direção, na direção de mais democracia, de
mais liberdade e de mais distribuição de renda para beneficiar ainda mais os pobres e os
trabalhadores. Não podemos andar para trás
feito caranguejo. Que viva a liberdade
e à democracia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário