segunda-feira, 27 de abril de 2015

REFLEXÃO DA SEMANA DO PROGRAMA TABIRA EM TEMPO

Por Dedé Rodrigues.

Meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. O grande líder e pensador latino americano Fidel Castro disse certa vez que esta geração vive em um mundo muito perigoso. Ele se referia aos interesses imperialistas e a possibilidade de um conflito nuclear.  No mundo há mais de 16 mil armas nucleares que podem, no caso de um conflito entre as principais potências,  acabar com tudo que tem vida neste planeta terra. Por outro lado, faz 25 anos que o homem lançou no espaço o mais famoso telescópio, o  Hubble.  Com ele, foi possível observar pontos que antes eram inacessíveis aos olhos humanos e eram mistérios para os pesquisadores. O telescópio permitiu observações de galáxias que estavam nascendo há bilhões de anos. Em 25 anos, ele também ajudou cientistas a entender melhor mistérios como a evolução do universo ou os buracos negros. Mas o homem,  com todo este avanço científico, não conseguiu acabar com a desigualdade social, a fome e a violência no planeta terra.  1% dos ricaços do mundo já detém praticamente 50% de toda riqueza.Duas grandes guerras foram realizadas, só no século passado, tirando  a vida ou mutilando mais de 100 milhões de pessoas. Milhões de seres humanos ainda morrem de fome tentando escapar de perseguições políticas,  religiosas e nas guerras regionais.  Um sistema que provoca tudo isto  pode ter futuro? Como está o Brasil diante deste mundo desigual e perigoso? O que os tabirenses tem a ver com isto?

O modo de produção responsável por tudo isto é chamado de capitalismo. Ele destrói o meio ambiente, devasta a fauna e a flora, estimula o individualismo e o consumismo, este último, virou uma grande doença do nosso século. Segundo estudos se todo mundo consumisse igual a um americano médio a gente precisaria de 4 planetas terra.  Os teóricos deste sistema criaram uma ideologia, chamada neoliberal, que retira o Estado da economia, estimula a especulação e a agiotagem rentista, destrói as economias nacionais, produz desemprego em massa, privatiza tudo quer pode e coloca o mercado como o seu novo deus. Até o Papa francisco disse recentemente que o” dinheiro é o estrume do diabo, fazendo alusão ao egoísmo e ao individualismo deste paradigma atual que destrói também os valores cristãos. ”
Felizmente com o avanço científico,notadamente com a descoberta da dialética, se  descobriu também que somos cidadãos do mundo. Isto quer dizer que tudo que ocorre no mundo diz respeito e afeta também a gente,  logo a gente precisa posicionar-se. Se é assim,  com a globalização,  este sistema foi mergulhado em uma nova crise, cuja crise, iniciada em 2008,  chegou com força ao Brasil este ano. Não é de se estranhar que aparecem muitos dirigentes políticos apontando soluções: a esquerda quer cobrar mais impostos de quem pode, os ricos. Mas os representantes da direita brasileira querem, como sempre, jogar nas costas dos pobres o peso da crise. Não é atoa que direitos trabalhistas são ameaçados por intermédio da aprovação do famigerado projeto da terceirização, o PL 4330, que  foi votado na Câmara  de deputados e pode acabar até com o nosso mais importante conjunto de leis trabalhistas, a  CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Isto é muito grave.
A própria  CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse num texto recentemente que:  “A lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise”. Também na avaliação dos bispos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 171/1993), que propõe redução da maioridade penal para 16 anos, é um “equívoco que precisa ser desfeito”. Para a CNBB, a redução da maioridade penal não é solução para a violência no país. “Investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e para a família é meio eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e da violência”.
 Aproveitando-se desta crise mundial a gente assiste aqui no Brasil um intenso ataque da mídia e da direita ao governo Dilma querendo que o povo acredite que tudo de ruim que ocorre no Brasil é culpa dela. Sob o disfarce do combate a corrupção, que é produto deste sistema e desta mesma elite,  deformados e convocados pela Globo sob o manto da corrupção , fizeram passeatas recentemente pedindo tudo que não presta para o Brasil: Pediram até a volta da ditadura militar. O que significaria a volta da ditadura? Perseguição, prisão, exílio, tortura e morte para as lideranças e o partidos que defendem a democracia e os trabalhadores: morte aos comunistas, aos petistas, aos democratas, a educação libertadora de Paulo Freire nas escolas, perseguição também e tortura aos religiosos progressistas, enfim, morte a liberdade e  a democracia do país. A Ditadura Militar no Brasil não fez tudo isto com os seus opositores?  Por acaso é exagero da minha parte dizer isto? Leiam a história do Brasil!
Hoje a grande mídia no Brasil,  virou  um partido de oposição ao governo,  particularmente a Rede Globo. O Jornal Nacional transformou os escândalos de corrupção que envolvem o PT nos maiores escândalos da nossa história. Divulgaram incansavelmente o mensalão, lava jato, o  petrolão e por aí vai. Os outros escândalos que envolvem o PSDB e o  DEM: o HSBC, a sonegação da Globo, o trensalão tucano, a privataria tucana,  entre outros escândalos  muito maiores do que os do PT,  quase não tem divulgação na mídia. Tem gente até defendendo que sonegação não é corrupção. Para complicar ainda mais o governo,  juntou-se  a oposição com  a mídia golpista e parte da justiça,  que virou  também  partidária da oposição, para infernizar o governo, prender, especialmente petistas com uma tal de presunção de culpa,  que se fosse usada com o mesmo empenho para os outros grandes partidos, ficaria pouca gente fora da cadeia. Este denuncismo sistemático da mídia  prejudica a economia nacional parando a construção de grandes obras. Inventaram agora uma tal de pedalada fiscal para tentar tirar Dilma do Poder, que segundo a Deputada Federal do PC do B Luciana Santos: “Eles não se conformam é com a quantidade de avanços que o Brasil teve nesses anos, como tirar 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza, enfrentar as desigualdades regionais, colocar 5,5 milhões de jovens nas universidades através do Prouni e Fies. Pedaladas fiscais? Os outros presidentes também usaram... “Se fosse por ‘pedalada fiscal’, o Fernando Henrique não tinha passado um ano de governo, porque essa questão contábil de mexer nas contas dos bancos públicos e vice-versa, do Tesouro para os bancos que impulsionam o desenvolvimento regional ou de estatais, eram práticas seculares no Brasil e no governo Fernando Henrique eram mais acentuadas do que hoje essas manobras contábeis. Esse é um assunto superado. O senado aprovou as contas da presidenta Dilma. E estamos vendo o assunto ser requentado com o único objetivo de golpear a democracia”. Disse ela.
 Concluindo,  meus amigos e amigas ouvintes, apesar de tudo isto,  temos  boas notícias:  nunca se combateu tanto a corrupção, se investigou tanto e se prendeu tanto no país; mesmo sendo uma parte destas prisões seletivas, ilegais e partidárias para prejudicar especialmente o PT. A  nossa economia dá sinais de recuperação, dados confirmam que melhora a oferta de emprego,  as passeatas contra o governo e contra a democracia diminuíram, a Petrobras se recupera e o nosso povo começa a acordar e vai para rua defender os seus direitos contra o projeto da terceirização que não é nada mais e nada menos do que  a aplicação do neoliberalismo no Brasil,  por parte também desta mesma gente da elite  que faz passeatas contra o governo.  E a notícia mais interessante é que aquele mundo perigoso que eu citei no início da matéria,   comandado por aquela elite que tem metade da riqueza do planeta,  sofreu derrotas importantes na América Latina com o povo elegendo quase todos os governantes  que não concordam com esta ideologia neoliberal que, na prática,  prejudica os mais pobres. É isto mesmo! A partir da nossa cidade onde 82% dos tabirenses  votaram contra o candidato do neoliberalismo nas últimas eleições, a gente deu a nossa contribuição para o Brasil e este mundo continuarem mudando noutra direção, na direção de mais democracia, de mais liberdade e de mais distribuição de renda  para beneficiar ainda mais os pobres e os trabalhadores.  Não podemos andar para trás feito caranguejo.  Que viva a liberdade e à democracia!


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