Trabalhadores do Brasil inteiro paralisaram as atividades nesta quarta-feira (15) para manifestar indignação e rechaço contra a lei que regulamenta a terceirização irrestrita do trabalho. Na capital paulista as centrais sindicais e os movimentos sociais fizeram dois grandes atos: um na Avenida Paulista e outro no Largo da Batata. Os milhares de manifestantes marcharam pela avenida Rebouças, rumo ao centro da capital, para fundir as duas manifestações.
Caio Mathias
"O apoio ao governo vai no sentido de romper com o neoliberalismo”, disse Adilson
Durante o ato realizado na Avenida Paulista, por volta das 15 horas, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, destacou a gravidade do projeto de terceirização que, segundo ele, representa o fim da CLT e de todos os direitos conquistados ao longo de décadas com lutas históricas da classe trabalhadora. Não titubeou em afirmar que “a terceirização é o pior projeto em curso desde a ditadura militar”. Já no Largo da Batata o dirigente nacional do MTST, Guilherme Boulos, destacou a luta pelo direito à moradia digna.
“As perdas para os trabalhadores com esse projeto de lei vão muito além da CLT, tudo que nós conquistamos até hoje: férias, décimo terceiro salário, licença maternidade... todas essas conquistas vão ser jogadas na vala comum se esse projeto for aprovado”, explicou o dirigente.
As paralisações desta quarta-feira (15) aconteceram em todo o Brasil, em alguns lugares fábricas inteiras pararam, os trabalhadores do transporte público também fizeram paralisações gerais em algumas cidades, servidores municipais, estaduais, bancários, diversas categorias estiveram unidas neste dia que marcou a luta contra a terceirização. Para Adilson, essa foi a resposta do povo ao Congresso conservador. “Cidades inteiras amanheceram sob protesto, protesto esse que tem a voz da nossa dignidade. A resposta está dada, estas atividades servem para mostrar de que lado nós estamos”, disse.
Manifestantes criticaram o posicionamento do lider sindical Paulinho da Força | Foto: Caio Mathias
O dirigente ressaltou, porém, que as manifestações contra o projeto de lei não podem, em nenhum momento, serem instrumentalizadas pela direita porque se trata de uma crítica pontual ao Congresso conservador que está atacando os interesses dos trabalhadores. “O apoio ao governo vai no sentido de romper com o neoliberalismo”.
Adilson denunciou a participação da imprensa hegemônica no processo de distorcer a informação e tentar fazer com que a população aceite o PL da terceirização sem contestar. “A mídia vai contra a classe trabalhadora e a direita cerca o Congresso”.
Foto: Caio Mathias
Segundo ele, cabe aos trabalhadores se unirem em torno de um projeto nacional que defenda a democracia, a Petrobras e mais avanços para o povo brasileiro.
Para o presidente da CUT, Wagner Freitas, a classe trabalhadora “deu uma lição na direita”. “Eles acharam que iam aprovar esse projeto sem a reação do povo, mas esqueceram que o povo não está la Congresso, está sim aqui nas ruas”.
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Do Portal Vermelho,
Mariana Serafini
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