domingo, 11 de maio de 2014

Dilma, Lula e o PT

 

O 14º Encontro Nacional do PT encerra-se hoje com a deliberação sobre as Diretrizes para o Programa de Governo e a Tática eleitoral desse partido para as eleições presidenciais. Na noite de ontem, Dilma e Lula protagonizaram ato político onde Dilma foi aclamada pré-candidata à Presidência da República sob ovação, contando com a presença do PMDB, PCdoB, PDT, PP, PTB, PRB, PSD e outras legendas.
O PT afirma ter por objetivo central em 2014 dar continuidade ao projeto nacional de desenvolvimento sustentável iniciado por Lula e continuado por Dilma Rousseff. Condenou os pesados ataques ao projeto em curso, ao governo e ao PT por parte do “principal partido da oposição, a mídia monopolizada”, e as arbitrariedades de que são vítimas Genoíno, Zé Dirceu, Delúbio e João Paulo. Enfatizou o compromisso da luta por regulamentar os meios de comunicação, impedindo práticas monopolistas, sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos.
Com acerto, o Encontro vê as eleições como disputa entre projetos opostos, mesmo que um dos adversários se esforce em transmutar-se em uma suposta terceira via. Julga que o bloco de esquerda e progressista, com amplo apoio nos movimentos sociais, agregando também forças políticas de centro, é o que melhor pode responder às demandas por mudanças mais profundas e rápidas reclamadas pela sociedade. A continuidade com mudança ou mudança com continuidade envolverão um salto de qualidade nos serviços públicos e no funcionamento das instituições políticas. Essa à a base para um novo ciclo de desenvolvimento e inclusão, defendendo o legado alcançado mas falando de esperanças para o futuro.
O PT em suas diretrizes programáticas para a disputa presidencial entende que o problema central da sociedade brasileira é a luta contra a desigualdade, não só econômica e social, mas como um processo mais amplo, complexo e prolongado. E consideram que Dilma e as forças sociais e políticas que a apoiam são as que têm credibilidade para dar mais impulso e velocidade ás transformações requeridas.
Nas inovações inseridas nas diretrizes estão dois temas, considerados centros táticos, que nortearão a continuidade ao combate à pobreza e por um Brasil de oportunidades. O primeiro é a reforma política, a “mãe de todas as reformas”, para reduzir ao máximo o peso do poder econômico nas eleições e funcionamento das instituições. O PT deliberou unificar todo o partido e todos os candidatos em torno da proposta de plebiscito para convocar uma Constituinte exclusiva pela Reforma Política, a começar pela votação de um decreto legislativo da Câmara dos Deputados nesse sentido, apoiando ao mesmo tempo as demais iniciativas em curso na sociedade.
O outro é o aumento da produtividade, especialmente industrial, para um crescimento mais acelerado da economia nos próximos anos. Um rol de propostas articuladas é apresentado para esse escopo, tendo por base a construção de importante infra-estrutura energética e logística – já em curso neste atual governo -, e às reformas a aprofundar na educação, saúde, realidade urbana – habitação, mobilidade, segurança -, agrária. A ideia é aprofundar o modelo de retroalimentação consumo-investimento-produtividade e mantendo o Pacto pela Estabilidade Fiscal e controle da inflação enunciado por Dilma em 2013.
No ato político, Dilma foi aclamada. O discurso de Lula foi enfático em afirmar que a hora é de apresentar os imensos legados do governo Dilma, “falar mais” das realizações alcançadas. Parabenizando-a pelo pronunciamento do 1º de Maio, disse que ela “precisa falar mais ainda”. Desfiou uma longa lista que demonstra o lugar do Brasil como 7ª economia mundial, mas ocupando posição ainda mais destacada na produção de alimentos, energia, recipiente de investimentos estrangeiros etc, e campeão absoluto hoje em programas de distribuição de renda.
Para ele, as elites que se opõem ao projeto são ingratas: “Nunca vi pessoas que ganharam tanto dinheiro serem tão ingratas”. Criticou, sem mencionar diretamente o ex-governador Eduardo Campos quanto à proposta de autonomia do Banco Central. Quanto à Petrobras, criticou a oposição que lança suspeitas sobre a estatal minando sua credibilidade. Do mesmo modo, condenou as perseguições da Justiça aos companheiros presos, enquanto “do mensalão mineiro ninguém fala”.
Dilma encerrou o ato. Honrada com a missão de candidata à reeleição, homenageou seu antecessor: “Eu tive uma tarefa fantástica, uma tarefa que a gente pode chamar de avassaladoramente forte, hercúlea, de suceder Lula”.
Condenou o rancor e ódio que move a oposição. Para ela, o que eles propõem é o retrocesso. Seu compromisso é avançar com reformas e defendeu, em especial, a reforma política. “Essa nova campanha na qual me colocaram como candidata exige que coloquemos como estratégica a reforma política.”
O presidente Renato Rabelo, discursando no Encontro, foi enfático em denunciar as perseguições à esquerda brasileira mediante ataques ao PT, e também quanto ao empenho nas reformas democráticas estruturais para o Brasil avançar ainda mais. Para ele, há uma encruzilhada política nestas eleições, entre avanço e retrocesso. O PCdoB também elaborará suas diretrizes programáticas para a reeleição de Dilma, que deverão ser apreciadas pela Convenção Nacional e apresentadas como contribuição ao Programa de Governo de Dilma Rousseff.
Mais um passo importante foi dado para a disputa polarizada já em curso. O bloco de esquerda e progressista, fortalecido com as forças sociais e demais forças políticas da base de sustentação do atual governo, tem as ferramentas necessárias para empolgar o povo com uma mensagem de esperança com um Programa de Governo de Dilma Rousseff para um segundo mandato, aprofundando as mudanças fundamentais que vem fazendo do Brasil um país melhor para se viver, respeitado mundialmente, desenvolvido e progressista.
Blog do Walter Sorrentino

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