Luciano Rezende *
O discurso e a tomada de posição do presidenciável Aécio Neves em enxugar o papel do Estado Nacional na economia não é novidade. Seu assessor para assuntos econômicos, Armínio Fraga, foi muito sincero, inclusive, em externar a opinião do PSDB de que o salário mínimo está muito alto. Na visão dos tucanos, é preciso deixar o mercado ser mais ativo e ditar as regras do jogo sem a interferência do governo. Já vivemos isso décadas atrás e sabemos na pele o que significa.
Entretanto, o que chama atenção é o posicionamento de outro candidato da oposição, Eduardo Campos. Embora muitas vezes se apresente como um concorrente da conciliação assume-se claramente como um neoliberal e disputa com Aécio quem vai agradar mais o deus-mercado. Em entrevista recente aos grandes meios de comunicação, prometeu, caso eleito, fechar metade dos ministérios existentes.
Esse pronunciamento demonstra, uma vez mais, que não existe a tal terceira margem do rio. A disputa eleitoral posta em jogo em 2014 se dá entre o pólo nacional desenvolvimentista liderado por Dilma Rousseff, e o pólo desestatizante e neoliberal puxado pela junta Campos-Neves com o apoio explícito do mercado.
Em uma votação organizada durante o evento “Executivo de Valor”, organizada pelo jornal Valor Econômico e que premiou na última segunda-feira (05/05) os maiores dirigentes empresariais do país, mostrou que apenas 2,9% dos participantes, em um total de 103, apóia Dilma. Aécio tem o apoio de 69,9% e Eduardo Campos 16,5%. Embora esse resultado não tenha validade científica, dá uma noção importante sobre de qual lado cada candidatura se posiciona.
A visão que defende o fechamento de ministérios, ainda que tenha apoio deste mercado e do senso-comum pautado pela grande imprensa privada - que considera essas estruturas como sendo elefantes brancos e sumidouros de recursos públicos -, desconhece o gigantismo de nosso país, tanto com relação às suas dimensões geográficas continental, como em seu dinamismo econômico. O Brasil só pode ser comparado estruturalmente com países compatíveis à sua própria envergadura, tais como EUA, Rússia, China ou Índia.
Lastimável ouvir isso da boca de um candidato como Eduardo Campos, que reivindica a herança política de seu avô Miguel Arraes. Ceder a esta ou aquela pressão do mercado é compreensível. Até mesmo fazer alguma concessão aos marqueteiros de plantão que agem de acordo com os rumores das pesquisas de opinião pública é perfeitamente plausível. Incabível mesmo, para um candidato que se posiciona “à esquerda” de Aécio, é pregar o receituário “à direita” dos liberais. A nova caça aos marajás (leia-se servidor público) volta à cena.
A pergunta que precisa ser feita a Eduardo Campos é quais ministérios ele fechará. Será o de Ciência e Tecnologia? Ou quem sabe a pasta de Cultura? E ser for o de Esporte que mesmo tendo o menor orçamento promoveu e está promovendo uma enorme arrecadação aos cofres públicos com eventos internacionais como os Jogos Pan-americanos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Seja quais forem, os retrocessos serão enormes.
Esse pronunciamento demonstra, uma vez mais, que não existe a tal terceira margem do rio. A disputa eleitoral posta em jogo em 2014 se dá entre o pólo nacional desenvolvimentista liderado por Dilma Rousseff, e o pólo desestatizante e neoliberal puxado pela junta Campos-Neves com o apoio explícito do mercado.
Em uma votação organizada durante o evento “Executivo de Valor”, organizada pelo jornal Valor Econômico e que premiou na última segunda-feira (05/05) os maiores dirigentes empresariais do país, mostrou que apenas 2,9% dos participantes, em um total de 103, apóia Dilma. Aécio tem o apoio de 69,9% e Eduardo Campos 16,5%. Embora esse resultado não tenha validade científica, dá uma noção importante sobre de qual lado cada candidatura se posiciona.
A visão que defende o fechamento de ministérios, ainda que tenha apoio deste mercado e do senso-comum pautado pela grande imprensa privada - que considera essas estruturas como sendo elefantes brancos e sumidouros de recursos públicos -, desconhece o gigantismo de nosso país, tanto com relação às suas dimensões geográficas continental, como em seu dinamismo econômico. O Brasil só pode ser comparado estruturalmente com países compatíveis à sua própria envergadura, tais como EUA, Rússia, China ou Índia.
Lastimável ouvir isso da boca de um candidato como Eduardo Campos, que reivindica a herança política de seu avô Miguel Arraes. Ceder a esta ou aquela pressão do mercado é compreensível. Até mesmo fazer alguma concessão aos marqueteiros de plantão que agem de acordo com os rumores das pesquisas de opinião pública é perfeitamente plausível. Incabível mesmo, para um candidato que se posiciona “à esquerda” de Aécio, é pregar o receituário “à direita” dos liberais. A nova caça aos marajás (leia-se servidor público) volta à cena.
A pergunta que precisa ser feita a Eduardo Campos é quais ministérios ele fechará. Será o de Ciência e Tecnologia? Ou quem sabe a pasta de Cultura? E ser for o de Esporte que mesmo tendo o menor orçamento promoveu e está promovendo uma enorme arrecadação aos cofres públicos com eventos internacionais como os Jogos Pan-americanos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Seja quais forem, os retrocessos serão enormes.
* Engenheiro Agrônomo, mestre em Entomologia e doutor em Fitotecnia (Melhoramento Genético de Plantas). Professor do Instituto Federal Fluminense (IFF)
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