Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Quem fornecia o pesticida Zyklon-B (cianeto de hidrogênio)
colocado nas chamadas “câmaras de gás” utilizadas pelos nazistas para
exterminar milhões de judeus? A empresa alemã IG Farben, antecessora da mesma
Bayer que continua a fornecer inseticidas mundo afora.
A ignorância em torno do socialismo não resiste a cinco
minutos de pesquisa no Google. A mais recorrente mentira que a direita tenta
espalhar e que encontra receptividade em jovens sem leitura, desconhecedores da
história e que se contentam com meia dúzia de frases nas redes sociais, é que o
sanguinário Adolf Hitler foi um socialista. Isto baseado na “genial” sacada de
que o nome do partido dele era Partido Nacional Socialista. Certamente devem
achar que a Coréia do Norte é democrática e popular, já que se chama República
Democrática Popular da Coréia. Ou talvez o PSB brasileiro seja socialista, né?
Vários esquerdistas na rede perderam algum tempo desmentindo
a idiotice. Os melhores links, em minha opinião, estão no artigo Detonando a
Mentira de que os Nazistas eram de Esquerda (em inglês), onde o blogueiro e
tuiteiro Shoq escancara o total nonsense desta história. Mas o cineasta
independente grego Aris Chatzistefanou foi além e praticamente desenhou para
quem se recusa a pesquisar ou pelo menos usar a lógica. A ascensão do nazismo
de Adolf Hitler na Alemanha e do fascismo de Benito Mussolini na Itália durante
os anos 1920, 1930 e 1940 só foi possível com a colaboração e o suporte
financeiro de grandes corporações ainda hoje poderosas: BMW, Fiat, IG Farben
(Bayer), Volkswagen, Siemens, IBM, Chase Bank, Allianz… Sem contar, é claro,
com os grupos de mídia.
O filme Fascismo Inc. é o terceiro feito por Chatzistefanou
para mostrar as origens da crise econômica na Europa e na Grécia em particular.
São imperdíveis também os primeiros da série: Dividocracia e Catastroika, que
denunciam a bolha imobiliária e depois a “ajuda” do FMI (Fundo Monetário
Internacional), fiel à sua velha cartilha de socorrer os ricos em detrimento
dos pobres. Em Fascismo Inc., o cineasta esmiúça a estreita colaboração de
industriais e banqueiros com os nazistas para perseguir e destruir o
sindicalismo e os socialistas, a quem chamavam de “terroristas” (qualquer
coincidência com o Brasil de hoje será mera semelhança). Detalhe: Hitler
extinguiu o Partido Comunista alemão um dia depois de tomar posse.
O documentário relata inclusive como a perseguição aos
judeus não foi apenas uma questão racial, mas também tinha interesses
econômicos. Como os judeus integravam uma poderosa classe média na Alemanha de
então, os nazis se utilizaram do racismo para fazê-los bode expiatório da
crise, acusando-os de “roubar os empregos” dos alemães – não por acaso, o mesmo
discurso que a direita utiliza atualmente em relação aos imigrantes na Europa.
O fascismo de Benito Mussolini não foi, ao contrário do que os ditadores
pregavam, um movimento de massas: o rei Emanuel III entregou o poder a
Mussolini porque era o que queriam as indústrias do Norte da Itália. Para
confrontar as massas de esquerda, era preciso criar um movimento de massas de
direita. Que melhores líderes para isso do que o psico Adolf e o fanfarrão
Benito?
O filme mostra ainda como, no tribunal de Nuremberg, as
empresas envolvidas com o nazismo foram submetidas a uma pantomima de
condenação. Enquanto os oficiais nazis foram enforcados, quem entrou com o
dinheiro para financiar a empreitada foi solto anos depois –os diretores da IG
Farben (Bayer), que fornecia os químicos para matar gente, foram condenados a
no máximo 8 anos.
Mas o pior são os sinais que Chatzistefanou está vendo, na
sociedade grega, de recrudescimento deste nazi-fascismo financiado pela grana:
os partidos neonazis gregos são apoiados por parte da elite econômica e dos
grupos de mídia (olha eles aí de novo) do país. E o cineasta está convencido de
que é uma tendência que pode se espalhar como consequência da crise. “Nosso
lema é: ‘o que acontece na Grécia nunca fica na Grécia. Temo que este
crescimento da extrema-direita e movimentos neo-nazistas que estamos vendo nos
últimos anos na Grécia apareçam em outros países da Europa onde a austeridade
foi imposta do mesmo jeito” (leia mais aqui).
Muita gente usa a tirania do ditador soviético Josef Stalin
para atacar a esquerda. Stalin (cujo exército, por sinal, derrotou os nazistas)
é acusado da morte de milhões, mas o socialismo foi uma de suas vítimas. Hitler
também matou milhões, mas o capitalismo não sofreu sob o nazismo ou o fascismo.
Pelo contrário: foi seu financiador.
Assistam o filme, é muito bom. Legendas em português.
***
Como nossos amigos reaças ficam me mandando “discursos” de
Hitler, vou colocar algumas frases da autobiografia dele, Minha Luta (Mein
Kampf) para ver se eles caem na real. Sei que será difícil, mas… Não custa
tentar.
Com vocês, Hitler:
“A cor vermelha de nossos cartazes foi por nós escolhida,
após reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a Esquerda, de revoltá-la
e induzi-la a freqüentar nossas assembléias; isso tudo nem que fosse só para
nos permitir entrar em contato e falar com essa gente.”
“Como não tinham logrado perturbar a calma das companhias,
mediante gritarias e aclamações ofensivas, os representantes do verdadeiro
socialismo, da igualdade e da fraternidade, começavam a jogar pedras. Com isso
foi esgotada a nossa paciência, e, em conseqüência, distribuímos pancadas à
esquerda e à direita, durante dez minutos. Um quarto de hora mais tarde, não
havia mais um vermelho nas ruas.”
“Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários
círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista,
de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.”
“Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que
eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam
nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo germânico:
marxismo e judaísmo.”
“Só o conhecimento dos judeus ofereceu-me a chave para a
compreensão dos propósitos íntimos e, por isso, reais da social-democracia.
Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos o véu que impedia descobrir as
concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do
palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura
do marxismo.”
“Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar
as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça
humana e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de
anos, errará pelo éter.”
“No meu íntimo eu estava descontente com a política externa
da Alemanha, o que revelava ao pequeno circulo que meus conhecidos, bem como
com a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema
mais importante que havia na Alemanha daquela época – o marxismo. Realmente, eu
não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos –
tendo-se em vista a intenção do marxismo tinham de ser um dia terríveis.”
A ignorância em torno do socialismo não resiste a cinco
minutos de pesquisa no Google. A mais recorrente mentira que a direita tenta
espalhar e que encontra receptividade em jovens sem leitura, desconhecedores da
história e que se contentam com meia dúzia de frases nas redes sociais, é que o
sanguinário Adolf Hitler foi um socialista. Isto baseado na “genial” sacada de
que o nome do partido dele era Partido Nacional Socialista. Certamente devem
achar que a Coréia do Norte é democrática e popular, já que se chama República
Democrática Popular da Coréia. Ou talvez o PSB brasileiro seja socialista, né?
Vários esquerdistas na rede perderam algum tempo desmentindo
a idiotice. Os melhores links, em minha opinião, estão no artigo Detonando a
Mentira de que os Nazistas eram de Esquerda (em inglês), onde o blogueiro e
tuiteiro Shoq escancara o total nonsense desta história. Mas o cineasta
independente grego Aris Chatzistefanou foi além e praticamente desenhou para
quem se recusa a pesquisar ou pelo menos usar a lógica. A ascensão do nazismo
de Adolf Hitler na Alemanha e do fascismo de Benito Mussolini na Itália durante
os anos 1920, 1930 e 1940 só foi possível com a colaboração e o suporte
financeiro de grandes corporações ainda hoje poderosas: BMW, Fiat, IG Farben
(Bayer), Volkswagen, Siemens, IBM, Chase Bank, Allianz… Sem contar, é claro,
com os grupos de mídia.
O filme Fascismo Inc. é o terceiro feito por Chatzistefanou
para mostrar as origens da crise econômica na Europa e na Grécia em particular.
São imperdíveis também os primeiros da série: Dividocracia e Catastroika, que
denunciam a bolha imobiliária e depois a “ajuda” do FMI (Fundo Monetário
Internacional), fiel à sua velha cartilha de socorrer os ricos em detrimento
dos pobres. Em Fascismo Inc., o cineasta esmiúça a estreita colaboração de
industriais e banqueiros com os nazistas para perseguir e destruir o
sindicalismo e os socialistas, a quem chamavam de “terroristas” (qualquer
coincidência com o Brasil de hoje será mera semelhança). Detalhe: Hitler
extinguiu o Partido Comunista alemão um dia depois de tomar posse.
O documentário relata inclusive como a perseguição aos
judeus não foi apenas uma questão racial, mas também tinha interesses
econômicos. Como os judeus integravam uma poderosa classe média na Alemanha de
então, os nazis se utilizaram do racismo para fazê-los bode expiatório da
crise, acusando-os de “roubar os empregos” dos alemães – não por acaso, o mesmo
discurso que a direita utiliza atualmente em relação aos imigrantes na Europa.
O fascismo de Benito Mussolini não foi, ao contrário do que os ditadores
pregavam, um movimento de massas: o rei Emanuel III entregou o poder a
Mussolini porque era o que queriam as indústrias do Norte da Itália. Para
confrontar as massas de esquerda, era preciso criar um movimento de massas de
direita. Que melhores líderes para isso do que o psico Adolf e o fanfarrão
Benito?
O filme mostra ainda como, no tribunal de Nuremberg, as
empresas envolvidas com o nazismo foram submetidas a uma pantomima de
condenação. Enquanto os oficiais nazis foram enforcados, quem entrou com o
dinheiro para financiar a empreitada foi solto anos depois –os diretores da IG
Farben (Bayer), que fornecia os químicos para matar gente, foram condenados a
no máximo 8 anos.
Mas o pior são os sinais que Chatzistefanou está vendo, na
sociedade grega, de recrudescimento deste nazi-fascismo financiado pela grana:
os partidos neonazis gregos são apoiados por parte da elite econômica e dos
grupos de mídia (olha eles aí de novo) do país. E o cineasta está convencido de
que é uma tendência que pode se espalhar como consequência da crise. “Nosso
lema é: ‘o que acontece na Grécia nunca fica na Grécia. Temo que este
crescimento da extrema-direita e movimentos neo-nazistas que estamos vendo nos
últimos anos na Grécia apareçam em outros países da Europa onde a austeridade
foi imposta do mesmo jeito” (leia mais aqui).
Muita gente usa a tirania do ditador soviético Josef Stalin
para atacar a esquerda. Stalin (cujo exército, por sinal, derrotou os nazistas)
é acusado da morte de milhões, mas o socialismo foi uma de suas vítimas. Hitler
também matou milhões, mas o capitalismo não sofreu sob o nazismo ou o fascismo.
Pelo contrário: foi seu financiador.
Assistam o filme, é muito bom. Legendas em português.
***
Como nossos amigos reaças ficam me mandando “discursos” de
Hitler, vou colocar algumas frases da autobiografia dele, Minha Luta (Mein
Kampf) para ver se eles caem na real. Sei que será difícil, mas… Não custa
tentar.
Com vocês, Hitler:
“A cor vermelha de nossos cartazes foi por nós escolhida,
após reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a Esquerda, de revoltá-la
e induzi-la a freqüentar nossas assembléias; isso tudo nem que fosse só para
nos permitir entrar em contato e falar com essa gente.”
“Como não tinham logrado perturbar a calma das companhias,
mediante gritarias e aclamações ofensivas, os representantes do verdadeiro
socialismo, da igualdade e da fraternidade, começavam a jogar pedras. Com isso
foi esgotada a nossa paciência, e, em conseqüência, distribuímos pancadas à
esquerda e à direita, durante dez minutos. Um quarto de hora mais tarde, não
havia mais um vermelho nas ruas.”
“Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários
círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista,
de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.”
“Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que
eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam
nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo germânico:
marxismo e judaísmo.”
“Só o conhecimento dos judeus ofereceu-me a chave para a
compreensão dos propósitos íntimos e, por isso, reais da social-democracia.
Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos o véu que impedia descobrir as
concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do
palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura
do marxismo.”
“Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar
as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça
humana e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de
anos, errará pelo éter.”
“No meu íntimo eu estava descontente com a política externa
da Alemanha, o que revelava ao pequeno circulo que meus conhecidos, bem como
com a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema
mais importante que havia na Alemanha daquela época – o marxismo. Realmente, eu
não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos –
tendo-se em vista a intenção do marxismo tinham de ser um dia terríveis.”
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