domingo, 19 de julho de 2015

A CRISE QUE QUEBROU A GRÉCIA ATINGE O BRASIL E TABIRA

REFLEXÃO DA SEMANA Nº 15

Por Dedé Rodrigues.

Meus amigos e minhas amigas ouvintes do programa Tabira em Tempo. Na semana passada ocorreram diversos acontecimentos que merecem uma reflexão da nossa parte para entendê-los melhor. São eles: o desfecho da crise capitalista mundial que praticamente quebrou a Grécia, os ataques da mídia ao PT e ao governo Dilma no Brasil e a crise política em Tabira. 

No caso da Grécia, segundo Maria Lúcia Fattorelli, da comissão que auditou parte da dívida "Esse salvamento não vai resolver nada, “Será um adiamento até uma nova crise. Para ela “Esse sistema não tem lógica. Compromete emprego real, indústria, comércio. A economia real. A vida das pessoas" . E continua dizendo: "A Grécia foi colocada sob os holofotes da grande mídia no mundo inteiro como se fosse a responsável pela crise Europeia. Isso é ridículo, porque quando você olha o tamanho da economia grega, em comparação com a europeia, o PIB da Grécia é em torno de 3% do europeu. Então, como 3% pode abalar 97%? Isso é uma criação e é absurdo que ninguém questione isso”.
Quando a esquerda chegou ao poder recentemente na Grécia o  país já estava quebrado pela política exigida pela Troika que é formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional(FMI). O próprio Alexis Tsipras, primeiro-ministro do país, argumentou que o povo grego fez os “esforços fiscais mais duros do que qualquer outro país” e a "experiência" fracassou. A crise mundial é profunda, segundo Notas Vermelhas, coluna do Portal Vermelho,  “na Espanha o desemprego hoje é de 23,78% e entre os jovens passa de 50%. Em Portugal o índice de desemprego é de 13,7% (35% entre os jovens). Na Irlanda é de 9,9% (entre os jovens, 20,20%) e na Itália é de 12,4% (entre os jovens chega a 42%).
No Brasil,  seguindo esta mesma lógica capitalista neoliberal destes senhores donos do mundo e responsáveis por esta crise que  prejudica os países e os trabalhadores, o PSDB chegou ao poder na década de 90 e implantou um projeto de venda das principais estatais. Segundo a deputada federal do PC do B Jandira Feghali “A Era FHC promoveu o maior ataque privatista ao patrimônio nacional. Puseram despudoradamente à venda gigantes como a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Telebras. Ao todo foram “incineradas” 125 empresas em todo país.
A Vale, por exemplo, foi vendida em 1997 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por míseros US$ 3,558 bilhões, a mesma quantia que atualmente costuma lucrar em apenas um único trimestre. Não foi uma venda, mas uma verdadeira entrega, quase uma “doação”, afirmou ela.
Hoje em nosso país, apesar da crise internacional, nós só temos 7,9% de desemprego geral e entre os jovens só chega a 17,6%, bem menor do que muitos países europeus. O Brasil se desenvolveu muito mais em todas as áreas com a vitória de Lula em 2002, que rompeu em parte,  com esta política do imperialismo americano que enche o bolso dos banqueiros e rentistas e sacrifica os países e os trabalhadores na Europa, no mundo e na Grécia. Mesmo assim,  para a mídia hegemônica e golpista o pior dos mundos é o Brasil e a culpa é única e exclusivamente da presidenta  Dilma. Isto é um absurdo, se a gente conseguir ver a principal causa da crise.  

As denúncias de corrupção não param, não porque a mídia monopolista e golpista  queira contribuir com a ampliação da democracia, da liberdade de imprensa e com o fim da roubalheira, pois ela também é denunciada por corrupção, sonegação de impostos etc.  Este denuncismo seletivo contra o PT tem como objetivo  parar um ciclo virtuoso de mudança que começou há 13 anos com Lula e agora continua com a Dilma. Esta  semana foi a vez  do presidente da câmara acusado de exigir 5 milhões em propina. O fato meus amigos é que esta mídia hegemônica brasileira é aliada do sistema financeiro internacional que  produz uma mega corrupção por dia,  que toda corrupção denunciada por ela,  não chega nem perto. 

Por outro lado no Brasil cresce um movimento de luta pela manutença e ampliação da democracia e pelo respeito ao mandato de Dilma conseguido nas urnas. “Representantes dos movimentos sociais e parlamentares do PT, PCdoB, PDT, PSol, que defendem a democracia e a Petrobras, se reuniram em um ato político, na manhã da terça-feira, dia 14, na Câmara dos Deputados. Entre discursos e palavras de ordem, parlamentares e ativistas denunciaram as tentativas de golpe da direita brasileira e manifestaram unidade e disposição para a luta em favor do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff e contra a intenção da elite de privatizar a Petrobras. Ao final dos discursos, os estudantes, representados na mesa pelas presidentas da UNE, Carina Vitral; e Ubes, Bárbara Melo, gritavam palavras de ordem: “Sou juventude/ Cara-pintada/ a Petrobras não vai ser privatizada”.
Meus amigos e amigas. Esta crise geral do capitalismo neoliberal também chegou ao Pajeú e a Tabira.  Primeiro forçando os ajustes do governo federal, que força os ajustes ou contenção de gastos do governo estadual e nos  governos municipais, resultando também em um baixo número de obras, ou diminuição do ritmo delas. Se é verdade que o governo atual em Tabira precisa ser mais dinâmico, mais ágil e competente na elaboração de projetos, na realização de obras,  como reclama a oposição,  é verdade também que a contenção de gastos dos governos federal e estadual atinge o município e o Pajeú também. Com isto há uma diminuição no rítmo de obras como a  barragem de cachoeirinha, a adutora do Pajeú, a demora para retomar a nossa grande obra do esgotamento sanitário em Tabira, entre outras. Até pequenas obras parecem que não saem do canto.   
É neste quadro de crise econômica que se “movem as peças do tabuleiro da sucessão municipal”. O desenvolvimento pífio em matéria de realizações de obras dos governo atual,  que depende em grande parte,  do FPM e do crescimento da economia nacional, contribui também para a crise política que se instalou no município tendo em vista a sucessão em 2016. Olhando só para o umbigo diversos grupos falam em  tomar o poder das mãos do poeta para “retomar o nosso desenvolvimento”. Lideranças falam em lançar candidaturas sem consultar os aliados. Pelo menos cinco nomes de vários partidos são divulgados  na praça. Tem partidos que têm pelo menos dois nomes. Muita gente está no governo falando mal em todo canto do próprio governo. Todo mundo fala em desenvolver Tabira. Mas é bom perguntar a estes senhores:  com qual projeto pretendem desenvolver Tabira? Com quais alianças municipais e nacionais? Com quais recursos?  Sem responder a estas  questões satisfatoriamente, as ideias não se associarão à prática. Este filme a gente já viu nas outras eleições. Quando alguém no governo daqui fez mais em matéria de obras foi porque o crescimento e o desenvolvimento econômico do país permitia.  É impossível desenvolver Tabira isolada de um projeto nacional como se ela fosse uma ilha. Nem o Brasil pode se dar a este luxo. Ora! No mundo globalizado isto é impossível.
Como desenvolver e democratizar um governo em Tabira se nem o Conselho Político e o Orçamento Participativo não saíram do papel nas duas últimas gestões? Como renovar a política em Tabira aceitando a imposição de velhas candidaturas?  Como inovar com as velhas práticas?  Como desenvolver Tabira sem um aporte de recursos maior vindo do FPM que depende de mais arrecadação com  desenvolvimento e crescimento econômico no Brasil?  

Nessa linha de raciocínio meus amigos o problema do nosso desenvolvimento é bem mais complexo e mais profundo do que as nossas lideranças que aspiram a governança municipal imaginam. Ou descemos do pedestal e abrimos uma grande discussão com todos os tabirenses e partidos políticos  que querem de fato o nosso crescimento, respeitando as divergências, para formar uma síntese de um programa unificado, mais democrático e mais avançado economicamente ou perderemos mais uma vez  a oportunidade de alcançar o nosso desenvolvimento reclamado por todos.

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