REFLEXÃO DA SEMANA Nº 15
Por Dedé Rodrigues.
Meus amigos e
minhas amigas ouvintes do programa Tabira em Tempo. Na semana passada ocorreram
diversos acontecimentos que merecem uma reflexão da nossa parte para
entendê-los melhor. São eles: o desfecho da crise capitalista mundial que
praticamente quebrou a Grécia, os ataques da mídia ao PT e ao governo Dilma no
Brasil e a crise política em Tabira.
No caso da
Grécia, segundo Maria Lúcia Fattorelli, da
comissão que auditou parte da dívida "Esse salvamento não vai resolver
nada, “Será um adiamento até uma nova crise. Para ela “Esse sistema não tem
lógica. Compromete emprego real, indústria, comércio. A economia real. A vida
das pessoas" . E continua dizendo: "A Grécia foi colocada sob os holofotes da grande mídia no
mundo inteiro como se fosse a responsável pela crise Europeia. Isso é ridículo,
porque quando você olha o tamanho da economia grega, em comparação com a
europeia, o PIB da Grécia é em torno de 3% do europeu. Então, como 3% pode
abalar 97%? Isso é uma criação e é absurdo que ninguém questione isso”.
Quando a
esquerda chegou ao poder recentemente na Grécia o país já estava quebrado pela política exigida
pela Troika que é formada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional(FMI). O próprio Alexis Tsipras, primeiro-ministro do país, argumentou
que o povo grego fez os “esforços fiscais mais duros do que qualquer outro
país” e a "experiência" fracassou. A crise mundial é profunda, segundo Notas Vermelhas,
coluna do Portal Vermelho, “na Espanha o
desemprego hoje é de 23,78% e entre os jovens passa de 50%. Em Portugal o
índice de desemprego é de 13,7% (35% entre os jovens). Na Irlanda é de 9,9%
(entre os jovens, 20,20%) e na Itália é de 12,4% (entre os jovens chega a 42%).
No Brasil, seguindo esta mesma lógica
capitalista neoliberal destes senhores donos do mundo e responsáveis por esta
crise que prejudica os países e os
trabalhadores, o PSDB chegou ao poder na década de 90 e implantou um projeto de
venda das principais estatais. Segundo a deputada federal do PC do B Jandira
Feghali “A Era FHC promoveu o maior ataque privatista ao patrimônio nacional.
Puseram despudoradamente à venda gigantes como a Vale do Rio Doce, a Companhia
Siderúrgica Nacional e a Telebras. Ao todo foram “incineradas” 125 empresas em
todo país.
A Vale, por exemplo, foi vendida em 1997 pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso por míseros US$ 3,558 bilhões, a mesma quantia que atualmente
costuma lucrar em apenas um único trimestre. Não foi uma venda, mas uma verdadeira
entrega, quase uma “doação”, afirmou ela.
Hoje em nosso país, apesar da crise internacional, nós só temos 7,9% de
desemprego geral e entre os jovens só chega a 17,6%, bem menor do que muitos
países europeus. O Brasil se desenvolveu muito mais em todas as áreas com a vitória de Lula em 2002, que rompeu em parte,
com esta política do imperialismo americano que enche o bolso dos banqueiros e rentistas e
sacrifica os países e os trabalhadores na Europa, no mundo e na Grécia. Mesmo assim, para a mídia hegemônica e golpista o pior dos
mundos é o Brasil e a culpa é única e exclusivamente da presidenta Dilma. Isto é um absurdo, se a gente conseguir ver a
principal causa da crise.
As denúncias de corrupção
não param, não porque a mídia monopolista e golpista queira contribuir com a ampliação da democracia, da liberdade de imprensa e com o fim da roubalheira, pois ela também
é denunciada por corrupção, sonegação de impostos etc. Este denuncismo seletivo contra o PT tem como
objetivo parar um ciclo virtuoso de
mudança que começou há 13 anos com Lula e agora continua com a Dilma. Esta semana foi a vez do presidente da câmara acusado de exigir 5 milhões em propina. O fato meus amigos é que esta mídia hegemônica brasileira é aliada do
sistema financeiro internacional que
produz uma mega corrupção por dia, que toda corrupção denunciada por ela, não chega nem perto.
Por outro
lado no Brasil cresce um movimento de luta pela manutença e ampliação da democracia
e pelo respeito ao mandato de Dilma conseguido nas urnas. “Representantes dos movimentos sociais e
parlamentares do PT, PCdoB, PDT, PSol, que defendem a democracia e a Petrobras,
se reuniram em um ato político, na manhã da terça-feira, dia 14, na Câmara dos
Deputados. Entre discursos e palavras de ordem, parlamentares e ativistas
denunciaram as tentativas de golpe da direita brasileira e manifestaram unidade
e disposição para a luta em favor do segundo mandato da presidenta Dilma
Rousseff e contra a intenção da elite de privatizar a Petrobras. Ao final dos discursos, os estudantes,
representados na mesa pelas presidentas da UNE, Carina Vitral; e Ubes, Bárbara
Melo, gritavam palavras de ordem: “Sou juventude/ Cara-pintada/ a Petrobras não
vai ser privatizada”.
Meus amigos e amigas. Esta
crise geral do capitalismo neoliberal também chegou ao Pajeú e a Tabira. Primeiro forçando os ajustes do governo
federal, que força os ajustes ou contenção de gastos do governo estadual e nos governos municipais, resultando também em um
baixo número de obras, ou diminuição do ritmo delas. Se é verdade que o governo
atual em Tabira precisa ser mais dinâmico, mais ágil e competente na elaboração
de projetos, na realização de obras,
como reclama a oposição, é
verdade também que a contenção de gastos dos governos federal e estadual atinge
o município e o Pajeú também. Com isto há uma diminuição no rítmo de obras como
a barragem de cachoeirinha, a adutora do
Pajeú, a demora para retomar a nossa grande obra do esgotamento sanitário em
Tabira, entre outras. Até pequenas obras parecem que não saem do canto.
É neste quadro de crise econômica
que se “movem as peças do tabuleiro da sucessão municipal”. O desenvolvimento
pífio em matéria de realizações de obras dos governo atual, que depende em grande parte, do FPM e do crescimento da economia nacional,
contribui também para a crise política que se instalou no município tendo em
vista a sucessão em 2016. Olhando só para o umbigo diversos grupos falam em tomar o poder das mãos do poeta para “retomar
o nosso desenvolvimento”. Lideranças falam em lançar candidaturas sem consultar
os aliados. Pelo menos cinco nomes de vários partidos são divulgados na praça. Tem partidos que têm pelo menos
dois nomes. Muita gente está no governo falando mal em todo canto do próprio
governo. Todo mundo fala em desenvolver Tabira. Mas é bom perguntar a estes
senhores: com qual projeto pretendem desenvolver
Tabira? Com quais alianças municipais e nacionais? Com quais recursos? Sem responder a estas questões satisfatoriamente, as ideias não se
associarão à prática. Este filme a gente já viu nas outras eleições. Quando
alguém no governo daqui fez mais em matéria de obras foi porque o crescimento e
o desenvolvimento econômico do país permitia. É impossível desenvolver Tabira isolada de um
projeto nacional como se ela fosse uma ilha. Nem o Brasil pode se dar a este
luxo. Ora! No mundo globalizado isto é impossível.
Como desenvolver e
democratizar um governo em Tabira se nem o Conselho Político e o Orçamento
Participativo não saíram do papel nas duas últimas gestões? Como renovar a
política em Tabira aceitando a imposição de velhas candidaturas? Como inovar com as velhas práticas? Como desenvolver Tabira sem um aporte de
recursos maior vindo do FPM que depende de mais arrecadação com desenvolvimento e crescimento econômico no
Brasil?
Nessa linha de raciocínio meus
amigos o problema do nosso desenvolvimento é bem mais complexo e mais profundo
do que as nossas lideranças que aspiram a governança municipal imaginam. Ou
descemos do pedestal e abrimos uma grande discussão com todos os tabirenses e
partidos políticos que querem de fato o
nosso crescimento, respeitando as divergências, para formar uma síntese de um
programa unificado, mais democrático e mais avançado economicamente ou
perderemos mais uma vez a oportunidade
de alcançar o nosso desenvolvimento reclamado por todos.
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