Imagine que um ativista opositor fosse assassinado em plena luz do dia na Argentina, na Bolívia, no Equador ou na Venezuela por pistoleiros mascarados, ou sequestrado e assassinado por guardas armados de um conhecidíssimo partido do governo.
Getty O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama conversa com Porfírio Lobo na Oficina Oval da Casa Branca
Seria uma notícia de primeira página no The New York Times e em todos os canais de TV. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiria uma enérgica declaração sobre graves abusos dos direitos humanos, caso algo semelhante acontecesse.Agora, imagine que 59 assassinatos desse tipo aconteceram até agora, durante o ano de 2011, e 61 em 2010. Muito antes da quantidade de vítimas chegar a esse nível, seria convertido em um importante tema de política exterior para os Estados Unidos e Washington exigiria sanções internacionais.
Porém, estamos falando de Honduras, não da Bolívia ou da Venezuela. Portanto, quando o presidente Porfirio Lobo, de Honduras, foi a Washington, no mês passado, o presidente Obama o saudou calorosamente e disse: "Há dois anos, vimos um golpe em Honduras que ameaçou desviar o país da democracia e, em parte pela pressão da comunidade internacional; porém, também pelo forte compromisso com a democracia e a liderança do presidente Lobo, o que vemos é uma restauração das práticas democráticas e um compromisso com a reconciliação, o que nos dá muitas esperanças”.
Quando votei por Barack Obama, em 2008, nunca imaginei que seu legado na América Central seria o retorno do governo dos esquadrões da morte, do tipo que Ronald Reagan apoiou tão vigorosamente nos anos 80. Porém, parece ser o caso em Honduras.
O governo ignorou até agora a pressão dos membros democratas do Congresso para que sejam respeitados os direitos humanos em Honduras. Esses esforços continuarão; porém, Honduras necessita ajuda do Sul. A América do Sul foi a que encabeçou os esforços para reverter o golpe de 2009. Apesar de que Washington os derrotou, não pode abandonar Honduras enquanto gente que não é diferente de seus amigos e partidários em seus países são assassinadas por um governo respaldado pelos Estados Unidos.
Fonte: Mark Weisbrot no jornal britânico The GuardianTradução: Adital
Para leitura na íntegra. http://www.portalvermelho.com.br/
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