quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Derramamento de sangue em Honduras e a desonra de Obama

Imagine que um ativista opositor fosse assassinado em plena luz do dia na Argentina, na Bolívia, no Equador ou na Venezuela por pistoleiros mascarados, ou sequestrado e assassinado por guardas armados de um conhecidíssimo partido do governo.



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Porfirio Lobo e Obama O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama conversa com Porfírio Lobo na Oficina Oval da Casa Branca
Seria uma notícia de primeira página no The New York Times e em todos os canais de TV. O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiria uma enérgica declaração sobre graves abusos dos direitos humanos, caso algo semelhante acontecesse.

Agora, imagine que 59 assassinatos desse tipo aconteceram até agora, durante o ano de 2011, e 61 em 2010. Muito antes da quantidade de vítimas chegar a esse nível, seria convertido em um importante tema de política exterior para os Estados Unidos e Washington exigiria sanções internacionais.

Porém, estamos falando de Honduras, não da Bolívia ou da Venezuela. Portanto, quando o presidente Porfirio Lobo, de Honduras, foi a Washington, no mês passado, o presidente Obama o saudou calorosamente e disse: "Há dois anos, vimos um golpe em Honduras que ameaçou desviar o país da democracia e, em parte pela pressão da comunidade internacional; porém, também pelo forte compromisso com a democracia e a liderança do presidente Lobo, o que vemos é uma restauração das práticas democráticas e um compromisso com a reconciliação, o que nos dá muitas esperanças”.

Quando votei por Barack Obama, em 2008, nunca imaginei que seu legado na América Central seria o retorno do governo dos esquadrões da morte, do tipo que Ronald Reagan apoiou tão vigorosamente nos anos 80. Porém, parece ser o caso em Honduras.

O governo ignorou até agora a pressão dos membros democratas do Congresso para que sejam respeitados os direitos humanos em Honduras. Esses esforços continuarão; porém, Honduras necessita ajuda do Sul. A América do Sul foi a que encabeçou os esforços para reverter o golpe de 2009. Apesar de que Washington os derrotou, não pode abandonar Honduras enquanto gente que não é diferente de seus amigos e partidários em seus países são assassinadas por um governo respaldado pelos Estados Unidos.

Fonte: Mark Weisbrot no jornal britânico The GuardianTradução: Adital
Para leitura na íntegra. http://www.portalvermelho.com.br/

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