Cantor, morto no dia 24 de novembro de 1991, é até hoje lembrado por seu carisma e voz únicos
Foto: Getty Images
Se a aids era sinônimo de sentença de morte até poucos anos atrás, parece óbvio que, quando Freddie Mercury anunciou ser portador da doença, em 1991, o pior estaria por vir. No entanto, poucos poderiam imaginar que o líder do Queen morreria apenas um dia depois de o mundo conhecer sua condição, no dia 24 de novembro, há exatamente 20 anos.
Considerado por muitos críticos especializados como o maior cantor da história do rock, Freddie tinha apenas 45 anos quando se foi, após anos de cuidados por parte de seu parceiro, o cabeleireiro Jim Hutton, também soropositivo. A constatação da portabilidade do vírus HIV veio em 1987, mas foi guardada em sigilo pelo cantor até a véspera de sua morte.
Famoso pelas performances teatrais frente a públicos imensos, Freddie foi responsável por alguns dos maiores sucessos do Queen, uma das bandas mais bem-sucedidas da história, com estimativas que cravam até 300 milhões de discos vendidos. Entre as composições de autoria do cantor, estão hits como Bohemian Rhapsody, We are the Champions e Love of my Life - esta última representativa de um dos fatores mais emblemáticos de sua vida: a sexualidade.
"Gay como um narciso"
Os trejeitos de Freddie no palco, seus gostos, amizades e, claro, seus relacionamentos amorosos, sempre levaram o mundo a vê-lo como homossexual assumido, algo raro para pessoas em sua posição quando do nascimento do Queen, em 1971. Mas, apesar de nunca ter escondido o que fazia na vida pessoal, ele jamais se definiu como um sujeito de um gosto só.
Freddie utilizou uma frase que se tornou bastante conhecida para exemplificar a complexidade de seus desejos - "sou tão gay quanto um narciso" -, comparando sua condição sexual com a de uma planta. O histórico de relacionamentos comprova isso: o maior amor da vida do cantor, com o qual seus futuros amantes viriam a se incomodar por não conseguirem fazê-lo esquecê-lo, foi uma mulher chamada Mary Austin.
O envolvimento foi tão profundo que, não só foi sucedido por uma amizade encerrada apenas com o fim de sua vida, como gerou um dos maiores clássicos da história da música, Love of My Life, canção confessadamente composta em homenagem a ela.
Paradoxos de um ícone
Nascido no protetorado britânico de Zanzibar - hoje território da Tanzânia -, oeste da África, no dia 5 de setembro de 1946, Freddie foi desde a infância incentivado pelos pais a se dedicar à música. Aos 7 anos de idade, quando ainda atendia pelo nome Farrokh Bulsara, começou a ter aulas de piano. Aos 12, já havia formado sua primeira banda na St. Peter's School, localizada em uma pequena cidade próxima a Mumbai, na Índia.
Já com o ensino médio concluído, mudou-se em 1964 para a Inglaterra, onde estudou artes no Ealing College of Art, em Londres. Foi lá que adquiriu as qualidades necessárias para criar o caprichado logotipo do Queen, banda que fundou ao lado do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor - mais tarde, o baixista John Deacon se juntaria a eles.
Apesar de ter garantido a vida inteira nunca ter tido aulas de canto - apenas participado de corais -, no quarteto inglês se consagrou como um dos maiores vocalistas da história do rock. A qualidade, conferida pelos brasileiros em duas ocasiões - 1981, no Estádio do Morumbi, e 1985, na primeira edição do Rock in Rio - é até hoje aclamada pelos principais veículos especializados em música do mundo.
Caracterizado por seu carisma único e pelo estilo extravagante no palco, sempre com roupas coladas - muitas vezes compostas apenas por uma sunga -, Freddie se dizia um sujeito extremamente tímido, o que justifica o fato de ter evitado ao máximo as entrevistas durante a carreira. Festeiro e falante entre amigos, se fechava quando constatava a presença de desconhecidos no mesmo ambiente que o seu.
Além dos 14 álbuns de estúdio com o Queen, Freddie ainda lançou dois discos solo, ambos na década de 1980: Mr. Bad Guy, trabalho essencialmente pop, com fortes influências de música eletrônica, e Barcelona, no qual canta ao lado da soprano espanhola Monserrat Caballé.
O Show deve continuar
A despeito de ter pego de surpresa os fãs, os tabloides britânicos fizeram um cerco a Freddie no final de sua vida, alertando para o que estava por vir. Paparazzi o perseguiam para onde quer que fosse buscando algum flagra para justificar os rumores sobre sua saúde, e jornais, como o The Sun, faziam plantão em frente à sua casa e publicavam com regularidade matérias nas quais era abordada sua derrocada física.
Mas não era preciso ir tão longe, já que o próprio cantor e seus companheiros já previam claramente a proximidade do fim, vendo a necessidade de falar sobre ela. Última faixa do álbum Innuendo, lançado em fevereiro de 1991 no Reino Unido, The Show Must Go On narra os esforços de Freddie em seguir em frente mesmo com a iminente tragédia que estava por vir.
No dia 24 de novembro do mesmo ano, no início de uma noite de domingo em sua mansão em Londres, Freddie não resistiu ao sofrimento de uma pneumonia violenta, consequência do HIV, e morreu.
Considerado por muitos críticos especializados como o maior cantor da história do rock, Freddie tinha apenas 45 anos quando se foi, após anos de cuidados por parte de seu parceiro, o cabeleireiro Jim Hutton, também soropositivo. A constatação da portabilidade do vírus HIV veio em 1987, mas foi guardada em sigilo pelo cantor até a véspera de sua morte.
Famoso pelas performances teatrais frente a públicos imensos, Freddie foi responsável por alguns dos maiores sucessos do Queen, uma das bandas mais bem-sucedidas da história, com estimativas que cravam até 300 milhões de discos vendidos. Entre as composições de autoria do cantor, estão hits como Bohemian Rhapsody, We are the Champions e Love of my Life - esta última representativa de um dos fatores mais emblemáticos de sua vida: a sexualidade.
"Gay como um narciso"
Os trejeitos de Freddie no palco, seus gostos, amizades e, claro, seus relacionamentos amorosos, sempre levaram o mundo a vê-lo como homossexual assumido, algo raro para pessoas em sua posição quando do nascimento do Queen, em 1971. Mas, apesar de nunca ter escondido o que fazia na vida pessoal, ele jamais se definiu como um sujeito de um gosto só.
Freddie utilizou uma frase que se tornou bastante conhecida para exemplificar a complexidade de seus desejos - "sou tão gay quanto um narciso" -, comparando sua condição sexual com a de uma planta. O histórico de relacionamentos comprova isso: o maior amor da vida do cantor, com o qual seus futuros amantes viriam a se incomodar por não conseguirem fazê-lo esquecê-lo, foi uma mulher chamada Mary Austin.
O envolvimento foi tão profundo que, não só foi sucedido por uma amizade encerrada apenas com o fim de sua vida, como gerou um dos maiores clássicos da história da música, Love of My Life, canção confessadamente composta em homenagem a ela.
Paradoxos de um ícone
Nascido no protetorado britânico de Zanzibar - hoje território da Tanzânia -, oeste da África, no dia 5 de setembro de 1946, Freddie foi desde a infância incentivado pelos pais a se dedicar à música. Aos 7 anos de idade, quando ainda atendia pelo nome Farrokh Bulsara, começou a ter aulas de piano. Aos 12, já havia formado sua primeira banda na St. Peter's School, localizada em uma pequena cidade próxima a Mumbai, na Índia.
Já com o ensino médio concluído, mudou-se em 1964 para a Inglaterra, onde estudou artes no Ealing College of Art, em Londres. Foi lá que adquiriu as qualidades necessárias para criar o caprichado logotipo do Queen, banda que fundou ao lado do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor - mais tarde, o baixista John Deacon se juntaria a eles.
Apesar de ter garantido a vida inteira nunca ter tido aulas de canto - apenas participado de corais -, no quarteto inglês se consagrou como um dos maiores vocalistas da história do rock. A qualidade, conferida pelos brasileiros em duas ocasiões - 1981, no Estádio do Morumbi, e 1985, na primeira edição do Rock in Rio - é até hoje aclamada pelos principais veículos especializados em música do mundo.
Caracterizado por seu carisma único e pelo estilo extravagante no palco, sempre com roupas coladas - muitas vezes compostas apenas por uma sunga -, Freddie se dizia um sujeito extremamente tímido, o que justifica o fato de ter evitado ao máximo as entrevistas durante a carreira. Festeiro e falante entre amigos, se fechava quando constatava a presença de desconhecidos no mesmo ambiente que o seu.
Além dos 14 álbuns de estúdio com o Queen, Freddie ainda lançou dois discos solo, ambos na década de 1980: Mr. Bad Guy, trabalho essencialmente pop, com fortes influências de música eletrônica, e Barcelona, no qual canta ao lado da soprano espanhola Monserrat Caballé.
O Show deve continuar
A despeito de ter pego de surpresa os fãs, os tabloides britânicos fizeram um cerco a Freddie no final de sua vida, alertando para o que estava por vir. Paparazzi o perseguiam para onde quer que fosse buscando algum flagra para justificar os rumores sobre sua saúde, e jornais, como o The Sun, faziam plantão em frente à sua casa e publicavam com regularidade matérias nas quais era abordada sua derrocada física.
Mas não era preciso ir tão longe, já que o próprio cantor e seus companheiros já previam claramente a proximidade do fim, vendo a necessidade de falar sobre ela. Última faixa do álbum Innuendo, lançado em fevereiro de 1991 no Reino Unido, The Show Must Go On narra os esforços de Freddie em seguir em frente mesmo com a iminente tragédia que estava por vir.
No dia 24 de novembro do mesmo ano, no início de uma noite de domingo em sua mansão em Londres, Freddie não resistiu ao sofrimento de uma pneumonia violenta, consequência do HIV, e morreu.
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