(por Sandro Ferreira)
Clube abriu as portas para o negro jogar futebol na década de 20
Roberto DinamiteVasco 5x2 Corinthians - Narração: Jorge Cury. Autor: Roberto Dinamite
Duração: 00:01:23Vasco 1x0 Flamengo - Narração: Jorge Cury. Autor: Marquinhos
Duração: 00:01:26Vasco 3x0 Botafogo. Narração: Luiz Penido. Autor: Romário
Duração: 00:00:45Vasco 1x0 Corinthians - Narração: Luiz Penido. Autor:Mauricinho
Duração: 00:01:11Vasco 1x0 Flamengo - Narração: José Carlos Araújo. Autor: Cocada
Duração: 00:01:01Vasco 5x0 Nova Venecia. Narração: Antônio Porto. Autor: Romário
Duração: 00:00:55Vasco 2x0 América - Narração: Edson Mauro. Autor: Alex Teixeira
Duração: 00:01:32Vasco 2x1 Botafogo - Narração: Waldir Amaral. Autor: Roberto Dinamite
Duração: 00:01:26Vasco 2x1 Cruzeiro - Narração: Waldir Amaral. Autor: Jorginho Carvoeiro
Duração: 00:01:15
Quando 62 apaixonados pelo remo se reuniram na Sociedade Dramática Filhos de Talma, no bairro da Saúde, para criar uma associação dedicada à prática do esporte, não imaginavam que o futebol seria o maior fator de atração de milhares de apaixonados pelo mundo.
A inspiração para nome do clube veio das celebrações do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para as Índias. Eles batizaram a nova agremiação com o nome do heróico português que alcançara tal feito: Club de Regatas Vasco da Gama.
O remo era o esporte praticado pelos vascaínos, até que no dia 26 de novembro de 1915 eles resolveram se fundir ao Luzitânia SC, clube dedicado ao futebol e que, até então, somente admitia portugueses em seus quadros.
Com isso, o Vasco da Gama filiou-se à Liga Metropolitana para participar da temporada de 1916. A Terceira Divisão foi o primeiro passo dentro de uma história gloriosa e de muitas conquistas.
Na estreia, o time foi goleado por 10 a 1 para Paladino FC, em 3 de maio de 1916. Adão Antônio Brandão foi o autor do primeiro gol do Vasco.
No ano de 1922, o Vasco sagrou-se campeão na Série B da primeira divisão da Liga Metropolitana, conquistando o direito de disputar a promoção à Série A, em uma partida extra contra o último colocado da Série A, o São Cristóvão. O resultado de 0 a 0 garantiu ao Vasco a participação na elite do futebol carioca no ano seguinte.
Em 1923, o time do Vasco ficou conhecido como os camisas negras. Foram 11 vitórias, dois empates e uma derrota, conquistando o primeiro titulo de campeão carioca de sua História. Com o uniforme preto – ainda sem a faixa diagonal – de gola branca e com uma cruz vermelha, semelhante à da Ordem de Cristo, no lado esquerdo do peito.
O time titular tinha alguns negros e mulatos e quebrava, definitivamente, a hegemonia de América, Fluminense, Botafogo e Flamengo, clubes nos quais atuavam somente jogadores brancos. O Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do esporte nacional e para romper preconceitos.
Em 1924, o time era o adversário a ser batido pelos inimigos da bola e os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as atividades profissionais e sociais dos camisas negras, uma vez que o futebol ainda era amador e os jogadores não podiam receber salário por praticarem o esporte.
E através de uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, o Gigante da Colina mostrou sua total indignação à discriminação racial: "Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923 (...) Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da AMEA".
Restou ao Vasco disputar o campeonato da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres, com times de menor expressão.
Em 1927, a construção do estádio de São Januário foi uma resposta que os grandes clubes da época receberam, ao tentarem barrar a ascensão do time de negros e brancos pobres que, com o campeonato de 1923, havia conquistado o direito de figurar na elite do futebol carioca.
A alegação de que o Vasco não tinha campo para receber seus adversários se desfez, quando o presidente Washington Luiz e sua comitiva viram-se diante do então maior estádio da América do Sul.
Os vascaínos tinham se mobilizado em memorável campanha para arrecadar contribuições que possibilitaram erguer, em menos de 12 meses, o estádio que recebeu o nome oficial de Vasco da Gama, logo substituído por São Januário, devido à proximidade do estádio com a rua de mesmo nome.
Daí em diante, o Vasco passou a fazer parte da elite e as conquistas e os ídolos vieram na mesma velocidade do surgimento do clube. Quatro Campeonatos Brasileiros, uma Libertadores, uma Mersocul e 20 títulos estaduais estão entre os mais importantes do futebol.
Grandes jogadores vestiram a camisa do Vasco, como Roberto Dinamite (maior goleador da história do clube com 664 gols, e o jogador que mais vezes vestiu a camisa vascaína, com 955 participações), Bellini, Vavá, Domingos da Guia, Barbosa, Andrada, Leônidas da Silva, Romário, Edmundo, Juninho Pernambucano, Mauro Galvão, entre outros.
Pelé, o atleta do século XX, vestiu a camisa do Vasco em 1957, no Torneio do Morumbi, com jogos realizados no Maracanã, diante do Flamengo, Belenenses (POR) e Dínamo (IUG). Foi um combinado Vasco e Santos e o Rei Pelé marcou cinco gols durante a competição.
Garrincha também vestiu a camisa vascaína. Foi em 1967, quando Mané disputou um amistoso contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ). O jogador deixou sua marca nesse jogo, marcando um gol de falta para os vascaínos, mesmo jogando no sacrifício. O placar final do jogo foi 6 a 1 para o Vasco.
*fonte: site oficial vasco.com.br
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