quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Comerciante lança sorvete Telexfree, referência a suposto golpe financeiro

(por Sandro Ferreira)

Homenagem? 



A empresa TelexFree pode até acabar, mas se depender de um comerciante da cidade de Rio Branco, no Acre, a marca já está eternizada. Ao menos no paladar dos associados. O dono de uma sorveteria na capital acreana, que também é associado da empresa, resolveu pegar carona na polêmica em torno da suposta pirâmide financeira da Telexfree para lançar um novo produto: o sorvete Telexfree.

De acordo com reportagem publicada na edição online desta quarta-feira (21) no portal Folha/UOL, o comerciante Luiz Cordeiro, 48, dono da sorveteria A Era do Gelo, situada na periferia de Rio Branco, criou o novo sabor e afirmou que a ideia surgiu como forma de se expressar contra a Justiça. “É para mostrar que é bom. Bom como a empresa Telexfree. O sorvete também não é pirâmide. Queria até convidar a juíza e os desembargadores para provar do sorvete Telexfree”, disse Cordeiro. Ele defende a empresa e nega que haja pirâmide e prejuízo para seus participantes.



Cordeiro faz parte dos 70 mil clientes da empresa cadastrados no Acre, estado que, segundo estimativa do Ministério Público local, tem 10% da população cadastrada na empresa. Ele ingressou na divulgação dos serviços em fevereiro e, até o momento, disse não ter tido prejuízo nenhum com a Telexfree. O comerciante, aliás, espera o retorno das atividades para receber seus R$ 18 mil de lucros que estão retidos.

“Quando bloquearam os serviços, ficou meio difícil para a gente. Para não perder o vínculo com a empresa, tive a ideia de criar o sorvete, que deu muito certo”, explicou. Segundo ele, o sorvete mistura chocolate branco, diamante negro e leite de coco. Ele pode ser consumido em taças no self-service (R$ 23 o quilo) ou na casquinha grande ao preço de R$ 2 (a bola). Segundo Cordeiro, as vendas na sorveteria aumentaram 30% com a novidade.

A população, pelo visto, já aprovou o lançamento. “É um sabor diferenciado. Muito bom. Achei uma maravilha essa mistura. Recomendo”, disse à Folha/UOL o professor Ely Roberto, 50, que não ingressou na empresa. Com a grande procura, o dono da sorveteria já adiantou que lançará na próxima semana o picolé Telexfree. O produto custará R$ 1, valor igual ao dos demais sabores vendidos no estabelecimento.

Investigação

A Telexfree, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida pela Justiça de operar em junho. A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, mas até negou qualquer irregularidade. Com a prodibição da Justiça, continua impossibilitada de realizar novos cadastros de divulgadores, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.

Atuando no Brasil desde março de 2012, a Telexfree vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet. Porém, segundo a acusação da Justiça, isso seria apenas uma fachada. A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores.

De acordo com as investigações, assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo. Em notas divulgadas à imprensa, a empresa disse que está se defendendo de forma vigorosa das acusações e que tem apresentado sua defesa juntando aos processos todos os documentos necessários para provar a regularidade e a viabilidade econômica de suas atividades.
fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br

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