Com o punho esquerdo erguido e a mão direita no peito, Evo Morales fez o juramento de posse do seu terceiro mandato à frente do governo na Bolívia, nesta quinta-feira (21). Ele recebeu a faixa presidencial das mãos de seu vice, Álvaro García Lineira, em um ato protocolar, que contou com a presença de chefes de Estado internacionais.
La Razón
Evo Morales recebe a faixa presidencial das mãos de Álvaro García Linera, vice-presidente da Bolívia.
Segundo informações publicadas pelaPrensa Latina, desde as primeiras horas da manhã, milhares de pessoas se abarrotaram na Plaza Murillo, região central de La Paz, para acompanhar o primeiro pronunciamento do presidente reeleito. Morales foi aplaudido por todos ao sair do Palácio do Governo em direção à Assembleia Legislativa, onde foi empossado oficialmente.
Em sua fala, Morales recordou quando foi expulso do Congresso, em 2002, e disse estar muito feliz por poder voltar e assumir pela terceira vez a presidência, completando nove anos à frente do país. “Tenho a enorme responsabilidade de assumir mais cinco anos, graças à luta do povo boliviano e às lutas sociais”, disse.
Ele lembrou que, no passado, a Bolívia já teve três presidentes em um ano e comemorou a sua permanência: “ganhamos sete eleições”, reforçou. Segundo ele, “isso demonstra que temos democracia e estabilidade política”.
Evo Morales venceu a eleição presidencial com mais de 60% dos eleitores a um terceiro mandato. Com isso, Evo se torna o presidente boliviano com mais anos contínuos na gestão da Bolívia.
Avanços na economia
O chefe de Estado fez um balanço e enumerou as conquista de seu governo. Dentre elas, destacou o significativo crescimento da economia boliviana. Em 2014, a Bolívia foi o país que mais cresceu na América do Sul, fechando o ano com um avanço de 5,5% no PIB. Segundo Morales, isto só foi possível graças à nacionalização do setor de hidrocarbonetos e a grande demanda interna.
“Em 2006 nos diziam que se nacionalizássemos os hidrocarbonetos não haveria investimento”, recordou. "Agora temos mais de 15 bilhões de dólares em reservas internacionais”.
Redução da pobreza
Morales analisou os avanços na erradicação da pobreza extrema, que baixou consideravelmente desde 2005. O presidente atribuiu isto ao avanço do “socialismo comunitário e à luta pela igualdade entre todos os bolivianos”. Ele citou o acesso à energia elétrica, à água potável, ao gás doméstico como um dos indicadores mais notáveis que ajudaram a diminuir a pobreza. Ainda assim, admitiu que há muito por fazer em relação à moradia.
Ritual ancestral
Pela terceira vez em nove anos, o presidente Evo Morales foi ungido nesta quarta-feira (21) com o antigo simbolismo dos povos indígenas andinos, em uma cerimônia em que reafirmou a identidade do modelo de desenvolvimento de "viver bem". O evento foi realizado no sítio arqueológico pré-colombiano de Tiwanaku, localizado a 70 quilômetros de La Paz.
Na véspera de iniciar oficialmente o terceiro mandato, Morales disse que é tempo de “pachakuti”, que significa retorno ao equilíbrio na língua indígena quéchua, de reafirmação da identidade e da revolução democrática e cultural.
Morales afirmou que o mundo precisa mudar, com base em princípios fundamentais de identidade, convivência e solidariedade, com respeito e equilíbrio, “que são os pilares da visão dos povos indígenas do continente e do mundo”.
Dilma prestigia Morales
Dilma Rousseff fez sua primeira viagem internacional em seu segundo mandato. A presidenta embarcou para La Paz, por volta das 8h, horário de Brasília, onde participou da cerimônia de posse do presidente boliviano, Evo Morales.
Dilma esteve acompanhada do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Por conta da viagem à Bolívia, Dilma não participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, representam o Brasil no evento.
A presidenta brasileira foi saudada por Morales e por Linera, que agradeceram a presença e o prestígio da mandatária ao processo democrático na Bolívia.
Após a posse, Dilma e os demais presidentes participam de cerimônia de cumprimentos a Morales no Palácio do Governo, mesmo local onde será feita a fotografia oficial. O retorno da presidenta ao Brasil está programado para o início da tarde, com chegada prevista às 19 horas.
Convidados internacionais
Além da presidenta Dilma Rousseff, participaram da cermônia de posse de Evo Morales, os presidentes de Equador, Rafael Correa; da Venezuela, Nicolás Maduro; do Paraguai, Horácio Cartes, entre outras autoridades oficiais de distintos países.
Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Telesur
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