As centrais sindicais vão se reunir com o ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante, ainda este mês. Será o primeiro encontro das centrais com o governo neste segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff.
O aumento da renda e do emprego durante os últimos anos, mesmo em situação de crise internacional, reforçou a campanha da presidenta Dilma, que contou com o forte apoio das centrais.
As lideranças sindicais reconhecem que o momento exige medidas que possam equilibrar as contas para retomar o desenvolvimento econômico, mas enfatizam que os “ajustes” não podem representar um retrocesso das conquistas trabalhistas e sociais das quais não abrem mão.
As recentes medidas lançadas pelo governo no final de dezembro com mudanças no acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários causaram mal-estar entre os sindicalistas. Apesar disso, as lideranças sindicais manifestaram a confiança em que o diálogo permanente poderá dirimir dúvidas.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) disse que o melhor caminho “é fazer com que o diálogo seja possível e que o entendimento seja o melhor para o trabalhador”. Segundo ele, o primeiro grande teste de força de Dilma “é não romper com os movimentos sociais”.
A presidenta demonstra disposição para promover esse entendimento. O movimento sindical também. Mas isso não é suficiente para garantir as conquistas na prática. O movimento sindical, que é o setor mais organizado da sociedade, tem papel crucial para assegurar que o governo esteja cada vez mais próximo dos anseios da população por meio das mobilizações.
O novo Congresso Nacional, que inicia os trabalhos a partir de 1º de fevereiro, se instalará sob a ameaça de imposição da agenda conservadora, em face do menor espaço das forças do trabalho nas casas legislativas. Portanto, para estabelecer uma pauta de avanços trabalhistas e sociais é preciso derrotar a pauta conservadora com pressão democrática e mobilização nas ruas.
Durante os últimos 12 anos, as centrais sindicais atuaram de forma unificada buscando uma plataforma comum a partir da qual mobilizaram os trabalhadores em grandes marchas em todo o país. Essa atuação garantiu, entre outras conquistas, a política de valorização do salário mínimo, com ganho real de 72%.
Não há dúvidas de que o momento reforça a necessidade de manutenção dessa estratégia para o avanço das reformas democráticas estruturais. Igualmente, a unidade e a mobilização dos trabalhadores também darão ao governo Dilma o respaldo necessário para enfrentar a pressão do sistema financeiro, da mídia golpista e da oposição conservadora.
O movimento sindical e as organizações populares devem ocupar o seu espaço nas ruas para cobrar e apoiar o governo da presidenta Dilma no empenho em cumprir a tarefa de avançar nas conquistas e mudar mais o Brasil.
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