quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aversão à democracia no capitalismo europeu

Nada como um dia atrás do outro. A semana começou com um doce banho de euforia nas bolsas de valores pelo mundo, especialmente nos países europeus, que fecharam a sexta-feira (28) em forte alta diante do novo plano de resgate da Grécia e do sistema financeiro e na segunda (31) o alívio ainda predominava. A alegria, que despertou esperanças aparentemente perdidas e gerou novas ilusões na capacidade de recuperação do velho continente, evaporou.


Medo do plebiscito
A razão da queda do valor das ações foi o anúncio feito pelo primeiro-ministro grego, George Papandreou, da convocação de um plebiscito para decidir sobre o novo pacote implícito no plano aprovado pelos líderes europeus, que prevê uma redução do valor da dívida externa do país associada a novas medidas de ajuste fiscal, que significam novos sacrifícios para a classe trabalhadora.

Tendência à reação
Muitos críticos consideram a medida tardia, uma vez que sacrifícios inaceitáveis já foram impostos goela abaixo do povo, sem qualquer consulta. O fato é que na reação dos mercados transparece a aversão do capitalismo europeu à democracia. O cálculo é simples: não se pode pretender que medidas antipopulares, subordinadas aos interesses do capital financeiro, sejam referendadas pelas massas trabalhadoras. As instituições da democracia burguesa servem apenas de fachada para impor o projeto do capital financeiro. É quase uma certeza que o novo pacote de maldades bolado pela troica não passa pelo plebiscito.

Daí a aversão atual do capitalismo europeu à consulta popular. O desmantelamento do Estado de Bem Estar Social não combina com democracia e conduz a classe dominante a posturas cada vez mais reacionárias. O imperialismo em crise tende irresistivelmente à reação no plano político. Era o que dizia Lênin. É o que se vê hoje. A história é mestre em reviravoltas, ironias e convulsões. Lembremos que em passado não tão distante a Europa já foi palco da experiência trágica do nazi-fascismo. A paz social e a democracia dependem, mais do que nunca, da ação e da luta decidida da classe trabalhadora.

Da Redação, Umberto Martins


Reeditado por Dedé Rodrigues
Leia na íntegra http://www.portalvermelho.com.br/

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