quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

OPINIÃO DO LEITOR


Pedágios em São Paulo

Marcone Rodrigues Santos

POR MARCONE RODRIGUES

Os meios de comunicação sempre divulgam que as rodovias de São Paulo são as melhores do País. Mas o que, raras vezes divulgam, é que isso tem um custo altíssimo aos motoristas, que é repassado aos preços dos produtos transportados nessas rodovias, no caso de repasse ao custo do frete. Com isso, todos nós pagamos a conta. Não tem como escapar. São rodovias bem cuidadas e bem sinalizadas, não restam dúvidas. Contudo, questiono o valor e a quantidade de praças instaladas em todo o Estado. Senão vejamos: nos 5280 km de rodovias administradas pelas empresas concessionárias se espalham 227 praças de pedágios. Quando era o DER havia uma política de se evitar uma implantação de praça de pedágio com distância inferior a 50 km entre uma praça e outra. Mas com a criação da DERSA, no governo do PSDB, isso não foi observado e existem praças com distância bem inferior. Exemplo disso é uma viagem de São Paulo a São Carlos, percorrendo uma distância de 255 km, tem 06 praças de pedágios, o que dá uma média de 42,5 km de distância entre uma praça e outra. Desde que o programa de concessão de rodovias foi implantado em 1998 no governo do PSDB em São Paulo, foram implantados mais de 09 praças por ano no Estado. É como se a cada 40 dias os motoristas tivessem que se preocupar com uma nova praça de pedágio implantada. E o valor da tarifa cobrada é absurdamente alto, não havendo custo que justifique tal valor. Um exemplo prático é de uma carreta que transporta mercadoria do porto de Santos até Ribeirão Preto/SP, no período de um ano o dono pagará de pedágio o valor equivalente ao de outra carreta. Na maioria das viagens feitas dentro do Estado de São Paulo o motorista gasta mais com pedágio do que com combustível. Muitas ações na justiça questionam os valores abusivos dos pedágios por todo o Brasil, mas os grupos que controlam as rodovias estão cada vez mais fortes e estruturados. As concessionárias gastam muito dinheiro na grande mídia, para evitar reportagens esclarecedoras. O tema é muito polêmico e requer muita mobilização da população para não permitir os abusos. A questão não é pagar para trafegar numa determinada rodovia, mas o quanto se paga. Aqui em São Paulo paga-se por tudo e muito caro. As pessoas estão acostumadas. É uma questão cultural. É mais fácil pagar do que reclamar. Não vemos ninguém reclamando de forma organizada. Muitos criticam, mas pouco se faz. Será que não está na hora de dar um basta nisso ou, pelo menos, mudar a direção do comando do nosso Estado? Como se não bastasse, ainda está prevista a criação do chamado “pedágio urbano”, que seria a implantação de praças de pedágios dentro da região metropolitana de São Paulo. Vejam o que pensa sobre isso o novo Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: "A circulação da riqueza e das pessoas dentro da região metropolitana precisa ser facilitada, e o pedágio urbano vai no sentido contrário dessa integração". É que segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o pedágio eletrônico poderia ser aplicado na ligação da capital ao aeroporto de Cumbica, a São Bernardo do Campo e a Cotia, entre outros. Em nota, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou que não há prazo para a implementação do novo sistema de cobrança e que o modelo levará em conta as particularidades de cada estrada. Se levar em conta o modelo adotado pelo PSDB até agora, a concessão será para os mesmos grupos e os valores exorbitantes. É uma mina de ouro que precisa ser investigada e alguma coisa tem que ser feita para evitar isso.

Vejam uma matéria interessante que veiculou no sítio: viomundo.com.br

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