Pedágios em São Paulo
POR MARCONE RODRIGUES
Os meios de comunicação
sempre divulgam que as rodovias de São Paulo são as melhores do País. Mas o que,
raras vezes divulgam, é que isso tem um custo altíssimo aos motoristas, que é
repassado aos preços dos produtos transportados nessas rodovias, no caso de
repasse ao custo do frete. Com isso, todos nós pagamos a conta. Não tem como
escapar. São rodovias bem cuidadas e bem sinalizadas, não restam dúvidas.
Contudo, questiono o valor e a quantidade de praças instaladas em todo o Estado.
Senão vejamos: nos 5280 km de rodovias administradas pelas empresas
concessionárias se espalham 227 praças de pedágios. Quando era o DER havia uma
política de se evitar uma implantação de praça de pedágio com distância inferior
a 50 km entre uma praça e outra. Mas com a criação da DERSA, no governo do PSDB,
isso não foi observado e existem praças com distância bem inferior. Exemplo
disso é uma viagem de São Paulo a São Carlos, percorrendo uma distância de 255
km, tem 06 praças de pedágios, o que dá uma média de 42,5 km de distância entre
uma praça e outra. Desde que o programa de concessão de rodovias foi implantado
em 1998 no governo do PSDB em São Paulo, foram implantados mais de 09 praças por
ano no Estado. É como se a cada 40 dias os motoristas tivessem que se preocupar
com uma nova praça de pedágio implantada. E o valor da tarifa cobrada é
absurdamente alto, não havendo custo que justifique tal valor. Um exemplo
prático é de uma carreta que transporta mercadoria do porto de Santos até
Ribeirão Preto/SP, no período de um ano o dono pagará de pedágio o valor
equivalente ao de outra carreta. Na maioria das viagens feitas dentro do Estado
de São Paulo o motorista gasta mais com pedágio do que com combustível. Muitas
ações na justiça questionam os valores abusivos dos pedágios por todo o Brasil,
mas os grupos que controlam as rodovias estão cada vez mais fortes e
estruturados. As concessionárias gastam muito dinheiro na grande mídia, para
evitar reportagens esclarecedoras. O tema é muito polêmico e requer muita
mobilização da população para não permitir os abusos. A questão não é pagar para
trafegar numa determinada rodovia, mas o quanto se paga. Aqui em São Paulo
paga-se por tudo e muito caro. As pessoas estão acostumadas. É uma questão
cultural. É mais fácil pagar do que reclamar. Não vemos ninguém reclamando de
forma organizada. Muitos criticam, mas pouco se faz. Será que não está na hora
de dar um basta nisso ou, pelo menos, mudar a direção do comando do nosso
Estado? Como se não bastasse, ainda está prevista a criação do chamado “pedágio
urbano”, que seria a implantação de praças de pedágios dentro da região
metropolitana de São Paulo. Vejam o que pensa sobre isso o novo Prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad: "A circulação da riqueza e das pessoas dentro da região
metropolitana precisa ser facilitada, e o pedágio urbano vai no sentido
contrário dessa integração". É que segundo reportagem do jornal Folha
de S. Paulo, o pedágio eletrônico poderia ser aplicado na ligação da
capital ao aeroporto de Cumbica, a São Bernardo do Campo e a Cotia, entre
outros. Em nota, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou
que não há prazo para a implementação do novo sistema de cobrança e que o modelo
levará em conta as particularidades de cada estrada. Se levar em conta o modelo
adotado pelo PSDB até agora, a concessão será para os mesmos grupos e os valores
exorbitantes. É uma mina de ouro que precisa ser investigada e alguma coisa tem
que ser feita para evitar isso.
Vejam uma matéria
interessante que veiculou no sítio: viomundo.com.br
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