quinta-feira, 13 de junho de 2013

Pesquisa da Unicap defende que movimento estudantil perdeu força com redes sociais



(por Sandro Ferreira)


Estudantes protestam pelas ruas do Recife em 1968. Foto: DP/Arquivo
Estudantes protestam pelas ruas do Recife em 1968. Foto: DP/Arquivo
O movimento estudantil não é mais o mesmo no Brasil e em Pernambuco. Mesmo com a eleição da pernambucana Virgínia Barros, de 27 anos, à presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE) neste mês de junho, analistas defendem que o quadro mudou e a juventude está “desarticulada”. Uma pesquisa da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) diz que o movimento estudantil se enfraqueceu, sobretudo, com a consolidação das redes sociais. O quadro vem mudando desde o fim da ditadura militar (1964-1985) no país. Hoje, argumentam pesquisadores, os universitários enfrentam uma escassez de pautas sociais e políticas. Um simples “curtir” ou um “compartilhamento” no Facebook substituiu as mobilizações políticas de outros tempos.
“A internet influi bastante neste processo de despolitização dos jovens. Ela faz com que muitos estudantes passem a se contentar com meia dúzia de informações via web. Além disso, com as chegadas das redes sociais, vários estudantes preferiram protestar com um simples ‘curtir’ ou compartilhando links em vez de saírem às ruas para lutar pelas causas do movimento estudantil”, diz a estudante da jornalismo Clara Herzog, de 23 anos, que, ao lado de Leonardo Lucena, 23, defendem nesta quinta-feira (13), às 19h, no bloco A da Unicap, no bairro da Boa Vista, o projeto experimental 
Metanoia.
No projeto, os estudantes apresentam a história do movimento estudantil, sua atuação na ditadura militar e as novas “lideranças” que estão neste cenário. Num vídeo o militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR) Edval Nunes da Silva, mais conhecido como Cajá, relata um pouco da história do militante Carlos Marighella, falecido ao cair numa emboscada na cidade de São Paulo em 1969. Marighella também foi do PCR e criou a famosa Aliança Nacional Libertadora (ANL), em 1967. O grupo de esquerda funcionou até 1974.
“O que mais me chamou atenção no resultado do projeto foi a discussão envolvendo o jovem e a política no século 21. Acho interessante as diferentes opiniões sobre o assunto. Óbvio que não podemos deixar de comentar que os contextos históricos são diferentes, mas mesmo assim, temos enfrentado uma época economicamente satisfatória para a nossa juventude e isso causa uma abrandada nas movimentações e lutas políticas”, considerou a estudante.
Para conferir o projeto experimental Metanoia basta clicar aqui.
fonte: Tércio Amaral - DP
Publicação: 13/06/2013 10:55 Atualização: 13/06/2013 11:39

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