Por que a Folha não divulga, nunca, a avaliação PESSOAL da
Dilma ?
Diante do Datafalha – “Datafalha, Dilma não caiu” -, o
ansioso blog procurou reunir alguns pedaços de analise, consultou o Tirésias, o
Oráculo de Delfos, o Vasco e outros confiáveis intérpretes, e se permitiu
algumas observações:
Era impossível que, depois do “terremoto neopolítico”, engendrado na “doença infantil do
transportismo” não ocorresse uma
queda na avaliação da presidenta e de todos
políticos, sem exceção.Porém, Dilma reúne condições para se recuperar por causa dos seus atributos pessoais, do seu governo – o Lulilma – e do campo político do qual faz parte, onde desponta Lula.
Alguns aspectos:
TÉCNICOS
1. Mesmo com a grande queda, o índice ainda é positivo:
a) o número maior é de regular (43%)
b) o segundo é de ótimo e bom (30%)
c) o terceiro ruim e péssimo (25%)
2. Foi mantida a tendência de o aumento do regular ser maior que o do ruim e péssimo;
3. A avaliação por nota continua boa : agora é 5,8 quando antes era de 7,1 (queda de apenas 1,34. Curiosamente, a Folha mais uma vez omite a aprovação pessoal da presidenta (que deve estar); acima de 50% – como, normalmente, existe uma proporcionalidade entre a nota e a aprovação, este índice pode estar girando entre 55% a 58% ;
5. Mesmo com toda a queda, este momento de inflexão de Dilma é maior do que o ponto mais baixo de Lula (28%) e de FHC (13%);
6. E O MELHOR, DO PONTO DE VISTA POLÍTICO: 68% APROVAM A IDÉIA DO PLEBISCITO E 73% ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE .
POLÍTICOS
a) seguramente não foi apenas a imagem de Dilma que
despencou. Sem dúvida, a de todos os políticos,
em especial a dos principais
chefes de executivos: Alckmin, Cabral, Tarso, Anastasia, Eduardo
Campriles, Aécio (por tabela), Paes, Haddad.
Os prefeitos das grandes capitais também devem ter
despencado ;
b) a massa numérica é maior na presidenta por alguns
motivos: quem está mais em cima, cai mais forte;
c) em momento de crise aguda, a pessoa que ocupa o poder
central vira o maior
alvo, momentâneo, de insatisfações pois além de ser a
“grande autoridade” recebe o “lixo” dos problemas localizados de cada Estado;
d) trata-se de um impacto político-emocional, que pode ser
passageiro, pois as condições objetivas da vida das pessoas (salário, emprego,
consumo) não mudaram tão abruptamente nas últimas três semanas;
e) o dado mais preocupante é que a crise atingiu seu Governo em um momento já de
queda gradativa, por causa da economia);
f) como não há nenhum líder de oposição ou partido capaz
de encarnar a revolta popular, a
possibilidade de recomposição da presidenta é mais fácil.
A única exceção é, talvez,
Joaquim Barbosa, que pode reencenar o Fernando Ferrari contemporâneo: o
“mãos limpas”;
Mas, como se sabe, Ferrari perdeu para o Jango.
E se Barbosa tem “mãos limpas” há de ter alguns defeitos
para ser um candidato presidencial palatável.
A sua própria isenção ficará comprometida se, em sua
presidência, não legitimar a Satiagraha.
Cadeia para todos os partidos, ou o PSDB tem privilegio de
fôro ?
E seu ponto mais forte é o fato de a Globo – que sonega
impostos – o eleger como “o que mais faz a diferença”.
No Brasil, isso vale mais do que toda a bancada do PMDB na
Câmara e a do PT no Senado …
g) duro, mesmo, vai ser aguentar os mervalicos pigais (*) ,
as cantanhedes, os prousts de Brasília…
h) Agora, com zé cardozo, Helena Chagas, Bernardão, Gleisi …
aí já não é limonada – é óleo de rícino !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais
conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única
rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram
num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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