O povo dos Estados Unidos tem sofrido bastante com atentados contra a vida praticados pelos próprios cidadãos americanos. Os canais da “TV golpista” têm noticiado muitos fatos lamentáveis como esse mais recente de Newton, em Connecticut. Os “especialistas” e os comentaristas da grande mídia ligados aos interesses da grande burguesia mundial sempre analisam os fatos pelas beiradas, raramente procuram ir mais a fundo em questões como essa. Nas discussões que eles têm apresentado até o momento prevalece como uma causa desse massacre a liberdade que existe nos Estados Unidos para se conseguir comprar uma arma. Por mais que uma coisa tenha relação com a outra, esse fato, a meu ver, não deve ser analisado e nem compreendido na sua dimensão isoladamente do modelo de sociedade que o próprio Estado Americano tem cultuado e pregado para os seus filhos, bem como, para o resto do mundo.
Mauro Santayana, em seu blog nos ajuda a ampliar o conceito
sobre as causas desse e de outros
massacres. Segundo ele:
“Uma sociedade que
envia seus jovens ao mundo inteiro para matar, em nome dos negócios, não pode
espantar-se com os massacres de seus adolescentes e suas crianças, como o de
Columbine, e o de anteontem, em Newtown, em Connecticut”. Ele ainda faz um
rápido histórico sobre a cultura norte-americana que tem sido, desde a guerra
deliberada contra os índios e o avanço para o Oeste, uma cultura da morte. Segundo
o mesmo:
“Para formar exércitos de assassinos, é necessário adestrar
seus possíveis integrantes para matar sem vacilações”. “Para isso é preciso
criar os mitos, como os do heroísmo, da coragem, da ousadia, da força física,
da astúcia dos predadores, contra os povos indefesos do mundo inteiro. É
preciso reduzir o homem ao réptil que foi na origem dos tempos”.
Para Santayana:
“a ideia de matar é estimulada nos americanos desde a
infância”. “Na adolescência, a arma de fogo, para muitos, é símbolo da
masculinidade”. “E esse apego à violência e ao sangue tem sido exportado ao
mundo inteiro pela sua fantástica indústria do entretenimento, na literatura,
no cinema e, mais recentemente, nos jogos eletrônicos e nos enlatados da
televisão”.
Na Psicologia social, ele afirma que: “a intimidade com o
sentimento da morte gera também o medo, o pânico, e a vontade paranoica do
suicídio”. “Todos os massacres nos Estados Unidos, e os que se repetem, por
emulação, quase sempre terminam com a morte ou o suicídio dos assassinos”. Ele conclui
o raciocínio dizendo:
Mas o homem já se encontra em extinção há muito tempo, esvaziado
do humanismo que o distinguia da vida selvagem. “Estamos voltando à
pré-história, mas dotados de fuzis, metralhadoras, mísseis e armas nucleares”.
Esse mundo que Santayana apresenta é ainda fortemente
dominado pela cultura capitalista de competição, individualismo e destruição. A
guerra é o desfecho mais cruel das contradições que o capitalismo encerra nele
mesmo. Na verdade, o capitalismo não sendo destruído, ele conseguirá destruir o
próprio homem que não terá mais nem tempo, nem oportunidade para chorar a morte
dos seus próprios filhos com os de Newtown.
Eu prefiro acreditar que o ser humano, antes da sua própria autodestruição, será
capaz de destruir esse modelo social trazendo outro bem diferente desse cultuado
pelo governo americano. Assim a frase “quem fere como o mesmo ferro é ferido”
não terá mais razão de ser repetida nem praticada no mundo.
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