terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ESTADOS UNIDOS: Na Cultura da Morte ressurge com força a frase bíblica, “quem fere com o mesmo ferro é ferido”.

 Por Dedé Rodrigues.
 criança

O povo dos Estados Unidos tem sofrido bastante com atentados contra a vida praticados pelos próprios cidadãos americanos. Os canais da “TV golpista” têm noticiado muitos fatos lamentáveis como esse mais recente de Newton, em Connecticut. Os “especialistas” e os comentaristas da grande mídia ligados aos interesses da grande burguesia mundial sempre analisam os fatos pelas beiradas, raramente procuram ir mais a fundo em questões como essa. Nas discussões que eles têm apresentado até o momento prevalece como uma causa desse massacre a liberdade que existe nos Estados Unidos para se conseguir comprar uma arma. Por mais que uma coisa tenha relação com a outra, esse fato, a meu ver, não deve ser analisado e nem compreendido na sua dimensão isoladamente do modelo de sociedade que o próprio Estado Americano tem cultuado e pregado para os seus filhos, bem como, para o resto do mundo.




Mauro Santayana, em seu blog nos ajuda a ampliar o conceito sobre as causas desse e de  outros massacres. Segundo ele:
 “Uma sociedade que envia seus jovens ao mundo inteiro para matar, em nome dos negócios, não pode espantar-se com os massacres de seus adolescentes e suas crianças, como o de Columbine, e o de anteontem, em Newtown, em Connecticut”. Ele ainda faz um rápido histórico sobre a cultura norte-americana que tem sido, desde a guerra deliberada contra os índios e o avanço para o Oeste, uma cultura da morte. Segundo o mesmo:

“Para formar exércitos de assassinos, é necessário adestrar seus possíveis integrantes para matar sem vacilações”. “Para isso é preciso criar os mitos, como os do heroísmo, da coragem, da ousadia, da força física, da astúcia dos predadores, contra os povos indefesos do mundo inteiro. É preciso reduzir o homem ao réptil que foi na origem dos tempos”.
Para Santayana:

“a ideia de matar é estimulada nos americanos desde a infância”. “Na adolescência, a arma de fogo, para muitos, é símbolo da masculinidade”. “E esse apego à violência e ao sangue tem sido exportado ao mundo inteiro pela sua fantástica indústria do entretenimento, na literatura, no cinema e, mais recentemente, nos jogos eletrônicos e nos enlatados da televisão”.
Na Psicologia social, ele afirma que: “a intimidade com o sentimento da morte gera também o medo, o pânico, e a vontade paranoica do suicídio”. “Todos os massacres nos Estados Unidos, e os que se repetem, por emulação, quase sempre terminam com a morte ou o suicídio dos assassinos”. Ele conclui o raciocínio dizendo:

Mas o homem já se encontra em extinção há muito tempo, esvaziado do humanismo que o distinguia da vida selvagem. “Estamos voltando à pré-história, mas dotados de fuzis, metralhadoras, mísseis e armas nucleares”.
Esse mundo que Santayana apresenta é ainda fortemente dominado pela cultura capitalista de competição, individualismo e destruição. A guerra é o desfecho mais cruel das contradições que o capitalismo encerra nele mesmo. Na verdade, o capitalismo não sendo destruído, ele conseguirá destruir o próprio homem que não terá mais nem tempo, nem oportunidade para chorar a morte dos seus próprios filhos com os de  Newtown. Eu prefiro acreditar que o ser humano, antes da sua própria autodestruição, será capaz de destruir esse modelo social trazendo outro bem diferente desse cultuado pelo governo americano. Assim a frase “quem fere como o mesmo ferro é ferido” não terá mais razão de ser repetida nem praticada no mundo.    

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