domingo, 16 de dezembro de 2012

Rui Falcão nocauteia jornalista contrário à Lei de Meios


Por Carla Santos



Sobre a Lei de Meios, todas as vezes que o PT defendeu isso, como agora na CPI do Cachoeira, esse posicionamento contra a chamada grande mídia, o PT não ficou isolado? O senhor não acha que com essa defesa o PT tende a ficar novamente isolado?”, perguntou um jornalista não identificado ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, no final da entrevista coletiva concedida no sábado (8) à noite, logo após a reunião do Diretório Nacional do PT.
Sem medo de ser feliz, Rui Falcão lhe respondeu: “Nós queremos que os jornalistas como você tenham cada vez mais a possibilidade de se expressar livremente, inclusive vocês poderem ter um dia um código de ética, como tem em outros países, que seja também aceito pelas empresas que tem objeção de consciência, que vocês não sejam compelidos a fazer matérias nas quais não acreditam, que as suas matérias não sejam adulteradas por alguém que supostamente é superior a vocês nas redações, que leva ao ponto de vocês depois não assinarem as matérias porque não se reconhecem nelas”.

Depois do nocaute incontestável, resignado, o jornalista agradeceu: “Perfeito, obrigado”.



Embora a resposta de Rui Falcão tenha sido contundente e mereça todos os aplausos do mundo, na prática o partido não tem tido a mesma postura no Congresso Nacional. Durante a própria CPI do Cachoeira, citada pelo jornalista acima como prova da insistência do PT na Lei de Meios, o relator da CPI, Odair Cunha (PT/MG), cedeu às pressões da oposição e excluiu de seu texto as menções e pedidos de indiciamento do diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, Policarpo Jr., que, entre outras, solicitou aos arapongas a serviço de Cachoeira grampos ilegais de um parlamentar.

Além deste fato, pesa contra o PT e o governo o completo esquecimento das propostas aprovadas na primeira e única Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009.

De qualquer maneira, a resposta de Rui Falcão ao jornalista contrário à Lei de Meios é um exemplo de que não restam argumentos que sustentem a oposição a um marco regulatório para a comunicação no país. Cabe aos movimentos e ao povo pressionar o governo para que a mudança não seja apenas belas palavras, mas, sobretudo, ações contundentes em defesa do direito dos brasileiros à comunicação.

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