terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Zapatistas voltam a se manifestar e falam em nova era


No dia 21/12/2012 muitas foram as especulações com a simbologia do fim do calendário maia. Para alguns, a data marcaria o fim do mundo, para outros, tratava-se de uma data mística devido ao alinhamento total dos planetas. No México, no entanto, os descendentes maias valeram-se da data e, em absoluto silêncio, milhares de zapatistas deixaram suas comunidades nas montanhas de Chiapas e tomaram pacificamente as ruas de San Cristobal de las Casas, Ocosingo e Las Margaritas.


ZapatistasManifestação dos zapatistas ocorre um dia antes do aniversário de 15 anos do Massare de Acteal, que deixou 45 indígenas mortos



Da Redação do Vermelho,
com agências

Com as bandeiras da EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) e do México, os indígenas, vestindo máscaras, voltaram a se manifestar depois de 19 anos de silêncio. O sigilo sobre o ato foi mantido até a véspera e o ato surpreendeu os mexicanos. Homens e mulheres, na sua maioria jovens, passaram sobre o templete (pequeno templo) em cada cidade e levantaram o punho. Essa foi a expressão mais simbólica de todo o ato.

A manifestação foi realizada um dia antes do aniversário de 15 anos do Massare de Acteal, quando o Estado mexicano, por meio de cem paramilitares, assassinou 45 indígenas, sendo 18 crianças e 22 mulheres, enquanto rezavam em um templo religioso em Chiapas. O massacre ainda não foi julgado. Em 30 de janeiro de 2008, porém, a Comissão Civil Internacional de Observação dos Direitos Humanos sinalizou que o Estado teve responsabilidade nos fatos.

No final do dia foi divulgado um comunicado oficial do líder máximo do EZLN, Subcomandante Marcos, dizendo apenas: “A quem interessar possa. Escutaram? É o som do seu mundo caindo. E o do nosso mundo ressurgindo. O dia que foi o dia era noite. E noite será o dia que será o dia. Democracia! Liberdade! Justiça!

A música Como a cigarra (Como la Cigarra) de María Elena Walsh, interpretada por Mercedez Sosa acompanha o comunicado. A letra fala em persistência, força e renascimento. “Tantas vezes me mataram, tantas vezes morri, no entanto estou aqui ressuscitando (…) Cantando ao sol, como a cigarra, depois de um ano debaixo da terra, igual a um sobrevivente que volta da guerra”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário