Em uma coletiva de imprensa no Parlamento da Andaluzia, província espanhola, o eurodeputado da Esquerda Unida Willy Meyer registrou uma pergunta à Comissão Europeia, para aclarar a sua suposta comunicação com o Ministério de Economia sobre um decreto andaluz referente à moradia. Se o atual modelo europeu “não mudar, a União Europeia não tem sentido”, disse, após afirmar que o desenho atual “elaborado pela direita e pela socialdemocracia” provoca “desespero e humilhação” a milhares de cidadãos.
Meyer falou à imprensa junto ao porta-voz do grupo parlamentar, José Antonio Castro, sobre a pergunta que havia registrado ante a Comissão Europeia, pedindo esclarecimento sobre a possibilidade de a instituição ter enviado um comunicado ao governo espanhol, relativo ao decreto-lei sobre a função social da habitação, e solicitar, nesse caso, o detalhamento da missiva.
Para Meyer, a suposta carta supõe um “caso insólito” que, se confirmado, suporia entender que a Europa defende o “silêncio clamoroso” ante a lei hipotecária espanhola de 1993, e que se dá “celeridade” com um decreto aprovado há menos de um mês pelo governo andaluz.
Em 10 de maio a Agência EFE revelou que a Comissão Europeia vazou a informação de que havia enviado uma comunicação ao governo espanhol, mostrando a preocupação de Bruxelas com o decreto andaluz para a habitação, já que poderia chocar com o memorando firmado para o resgate do setor bancário espanhol. Isto suporia o incumprimento do “memorando de entendimento”.
Neste sentido, o porta-voz da Esquerda Unida (EU) no Parlamento andaluz, José Antonio Castro, tachou de “má intenção” do Governo da Espanha, se for demonstrado que se trata de um “vazamento” interessado. Em sua opinião, produziu-se um caso “estrambótico” com um vazamento de uma “suposta” carta “de que ninguém conhecia o seu conteúdo”.
Castro também afirmou que o ocorrido com esta “polêmica carta” supõe um episódio extravagante ante um Decreto Lei que cumpre com o Estatuto, a Constituição e a recente sentença do Tribunal de Luxemburgo. Castro disse ainda que o que mais preocupa à EU neste momento é “o maldito memorando de entendimento” assinado entre o Governo da Espanha e a União Europeia “para defender os interesses do setor bancário, acima do que propõe a Constituição”.
Por tudo isso, Castro pediu ao presidente do Governo espanhol Mariano Rajoy que explique o conteúdo deste documento, que detalha os compromissos da Espanha com a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional), para que a cidadania se pronuncie.
Na polêmica desatada, para a Esquerda Unida fica evidente o “desconcerto” que o modelo da União Europeia construído pela “direita e pela socialdemocracia” sofre, e que para EU precisa mudar através de um processo constituinte que acabe com um desenho feito por “banqueiros e multinacionais”.
Fonte: Partido Comunista da Espanha (PCE)
Tradução da redação do Vermelho
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