Em fevereiro de 2013 estive na República de Cuba. Participei do III Encontro Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, no qual se encontraram 800 delegados de 44 países. Pude caminhar sozinha, conversar com o povo cubano, pegar táxis à noite, indo e vindo, com a mais absoluta liberdade e segurança. Tive oportunidade de aferir a opinião daqueles que andam pelas ruas, daqueles que vivenciam as dificuldades.
Por Jô Moraes*
Todos sabem que o Governo de Cuba, enfrenta há 52 anos, um bloqueio desumano, um bloqueio econômico, um bloqueio de medicação, um bloqueio tecnológico, que impede que haja parcerias para a construção do desenvolvimento do país.
Tive a oportunidade também de me encontrar com o presidente Raul Castro que, em conversa informal na Embaixada do Brasil no país narrava com entusiasmo o debate que estava fazendo com o povo cubano sobre as mudanças que estavam sendo propostas.
O Governo cubano, naquela ocasião acabara de tomar medidas modificando a sua política econômica. Algumas dessas mudanças foram registradas no Vermelho, em artigo de Théa Rodrigues e Vanessa Silva da redação do Vermelho, em dezembro de 2013 sob o nome de ”Em 2013, Cuba anunciou reformas para fortalecer economia”.
“Apesar da manutenção do bloqueio econômico que impede o desenvolvimento econômico de Cuba, o país tem adotado importantes medidas para aperfeiçoar seu sistema e preservar suas conquistas sociais.
Uma das principais mudanças é que o país se abre aos investimentos estrangeiros mediante empresas mistas, nas quais o Estado cubano sempre dispõe de uma maioria de ao menos 51%. O novo modelo também promove as cooperativas, pequenas propriedades agrícolas e trabalhadores independentes, com a finalidade de reduzir o papel do Estado nos campos estratégicos.
Cuba também atualizou sua política migratória, o novo código de trabalho, o sistema de compra e venda de carros e criou a Zona de Desenvolvimento Especial de Mariel (ZDEM), uma das medidas econômicas mais importantes do país.
A ZDEM é o maior investimento em infraestrutura das últimas duas décadas em Cuba e tem 80% de capital brasileiro. A zona possui instalações portuárias para acomodar os novos e maiores navios de contêineres, seguindo a expansão do Canal de Panamá e também uma zona de processamento de exportações e nova infraestrutura de comunicações e transporte terrestre”.
É dentro desse esforço por mudanças que Cuba recebeu os presidentes e chefes de Estado dos 33 países que compõem a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que estiveram reunidos em Havana, Cuba, para debater os novos rumos do organismo integracionista.
*É deputada federal pelo PCdoB de Minas Gerais e coordenadora da bancada feminina na Câmara
Jô Moraes e o ex-presidente Lula encontraram-se com o presidente cubano Raul Castro
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