quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Renato Rabelo: “Continua vital a luta pela democracia”


Ao analisar a situação política, o ex-presidente do PCdoB, Renato Rabelo, destacou o esforço da presidenta Dilma Rousseff em enfrentar a crise política e econômica. “Recompondo sua base de apoio, a presidenta reiniciou um amplo diálogo, não só com os setores políticos, mas também com o movimento social”.  Renato falou também da intenta inconsequente dos golpistas. Segundo ele, é preciso unir as forças, pois "continua vital a luta pela democracia”.


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Na edição do programa Diálogos, desta terça-feira (25), o dirigente comunista alertou sobre o agravamento da crise econômica mundial e o recuo de setores da oligarquia econômica, preocupadas com essa crise. Renato disse estar surpreso com a reconsideração de parte da oligarquia financeira que fez afirmações contrárias as tentativas golpistas de derrubada da presidenta Dilma. O dirigente citou ainda opiniões de setores rentistas e até da grande mídia, nacional e internacional, que, preocupados com a instabilidade econômica mundial, recuam no discurso golpista.

Para ele, outros fatores importantes, como o artificialismo da oposição que não apresenta alternativa e ainda a falta de evidências que provem que a presidenta Dilma esteja comprometida com atos ilícitos ou com a corrupção, também colaboraram com o enfraquecimento das forças oposicionistas.

Mesmo assim, pondera Renato, a oposição não dará tréguas. “Quero alertar que isso não quer dizer que a estratégia de derrubar a presidenta Dilma ficou de lado, pelo contrário, essa estratégia continua em ação. A trama golpista já foi longe. Muitos destes agentes políticos já assumiram muitos compromissos e continuam seu trabalho”. Eles continuam suas ações nos bastidores, disse Renato, com o que chamou de “minas plantadas” que podem explodir a qualquer momento. “Eles assumiram vários compromissos na estratégia de destituir a presidenta”, alertou.

Essas tentativas de estratégia golpistas continuam. Mais recentemente, lembrou Renato, setores da oposição tentaram puxar parte do PMDB, aliado do governo, para a oposição. “Por isso, nós temos que considerar e fortalecer o papel político da presidenta Dilma”.

Para Renato Rabelo, é preciso barrar os setores mais extremados. E para isso, o governo deve persistir em reorganizar essa base de apoio, firmar uma aliança com o PMDB, “daí o papel importante que tem o vice-presidente da República, Michel Temer”, ponderou. É preciso barrar esses setores mais golpistas. Por isso, o papel do Temer é importante.

“O movimento popular acende o seu pavio”

“Intensificar o diálogo com o movimento social”, para o comunista, essa é uma tática crucial do governo neste momento de crise. Para Renato, deve-se considerar que o movimento social “é a base popular que pode apoiá-la [a presidenta Dilma] e isso é decisivo numa hora como essa”, salienta.

Sobre as manifestações do dia 20, Renato Rabelo destacou a importância do apoio popular dado ao governo neste momento. Para ele, os atos representaram “o começo de um despertar do movimento popular”. 

O dirigente comemorou o sucesso das manifestações, principalmente, por que tiveram um campo bem definido. “Uniram amplo setores populares e da esquerda num mesmo campo, defendendo bandeiras como da defesa da democracia, do mandato da presidenta Dilma, contra o golpe”, analisa. 

O comunista informou também que o movimento começa a se regimentar. Os setores com afinidades de esquerda começam a se articular e a formularam a proposta de criação de uma Frente Brasil Popular, que já tem programação estabelecida, aponta ele. E o PCdoB tem participado. O ato que deve reunir amplos setores da esquerda e dos movimentos ocorrerá no próximo dia 5 de setembro, em Belo Horizonte.

Grave crise do capitalismo 

Renato tratou ainda sobre as espetaculosas quedas das bolsas de valores, ocorridas no mundo nesta segunda-feira (24), reafirmando, segundo ele, que a crise econômica financeira iniciada em 2007 continua e pode se agravar ainda mais. 

Ouça a íntegra do programa na Rádio Vermelho


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Do Portal Vermelho, Eliz Brandão

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