A reportagem doPortal Vermelhoacompanhou a concentração que iniciou por volta das 15 horas. Aos poucos, homens, mulheres, jovens, crianças, idosos foram ocupando a praça e, por volta das 18 horas, já eram mais de 60 mil pessoas. Quando os manifestantes chegaram à Paulista, eram mais de 75 mil.
A defesa da democracia e o rechaço à intolerância deram o tom da manifestação. Cartazes com os dizeres “Fica Dilma!”, “Não vai ter golpe!” e “Trabalhador não vai pagar pela crise. Taxação das grandes fortunas já!”, podiam ser vistos por todo o protesto.
Homenagem às vítimas da chacina
O ato político foi iniciado com uma homenagem as 18 pessoas, em sua maioria jovens, assassinados em chacina na região de Osasco e Barueri, região Metropolitana de São Paulo. Enquanto era feita a leitura do nome de cada uma das vítimas, a multidão gritava “presente”.
“Nós não temos moral seletiva”, disse Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), se referindo ao ato realizado no domingo convocado pela oposição golpista. “Não ouvimos o som das panelas pelos 18 mortos da chacina de Osasco”, enfatizou Boulos, afirmando que “essa gente não gosta do povo, a não ser que esteja no elevar de serviço”.
Diferentemente do ato de domingo, a juventude teve presença marcante no protesto. Com instrumentos de percussão, militantes da União da Juventude Socialista, a UJS, puxavam palavras de ordem e reafirmaram o compromisso com o Brasil.
Carina Vitral, presidente da União Nacional do Estudantes, a UNE, destacou: “Essa passeata é muito diferente da realizada no último dia 16 de agosto. Aqui está a diversidade do povo, com estudantes e trabalhadores. Nós defendemos a democracia. A juventude está do lado do avanço e não do lado de quem pede a intervenção militar e o retrocesso”.
Contra o retrocesso, Carina também defendeu a ampliação de direitos como as políticas públicas de educação e inclusão social, principalmente na garantia de programas como Fies e ProUni.
Agenda dos trabalhadores
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, ressaltou que além da defesa da democracia, o protesto também reivindicava uma agenda garantias dos direitos e pelo desenvolvimento econômico.
“Estamos aqui para pisar no calo dessa elite. Para dizer que a nossa agenda, a agenda do povo, quer a taxação das grandes fortunas. Nosso projeto quer mais investimentos na Educação e para isso temos que defender a Petrobras que eles querem entregar”, declarou Adílson.
Guilherme Boulos, do MTST, também defendeu que o governo federal precisa ter uma agenda pautada nas reivindicações do povo. “Queremos uma saída popular para a crise que coloque o ajuste no lombo dos ricos”, defendeu.
PCdoB presente
O presidente municipal do PCdoB de São Paulo, Jamil Mourad, afirmou que a polarização política é resultado do inconformismo da direita, que não aceita a quarta vitória consecutiva das forças progressitas. "O povo trabalhador e os estudantes estão nas ruas em defesa da liberdade, da demcoracia e do resultado legítimo da eleição, que a direita não quer aceitar. Eles não respeitam a democracia, pois para eles a democracia é só quando eles ganham. Quando eles perdem querem virar no tapetão. Nós estamos aqui para dizer que não vai haver virada de mesa", disse.
“A hora agora é de unir o Brasil pela democracia, pela retomada do crescimento e para preservar os direitos dos trabalhadores”, afirmou o deputado federal e presidente estadual do PCdoB de São Paulo, Orlando Silva, que qualificou o ato como uma “manifestação extraordinária”.
“É uma manifestação onde os movimentos sociais reafirmaram o seu compromisso com a democracia e, ao mesmo tempo, reivindica uma pauta que garanta mais direitos. Acredito que tão importante quanto a Agenda Brasil, apresentada pelo Senado, é essa agenda apresentada neste ato”, destacou o parlamentar comunista.
Segundo ele, “caberá ao governo dialogar com essa agenda reconhecer a importância dos vários temas pautados e unir o Brasil”.
Do Portal Vermelho
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