quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Ucrânia admite palco econômico pessimista


O ministério da Economia da Ucrânia reconheceu nesta semana, que o Produto Interno Bruto (PIB) decresceu no primeiro semestre de 2015 em 16,3%, a indústria em 20,5% e a agricultura em 9,3%.


Sergey Dolzhenko/EPA
 
 

Simultaneamente, os preços ao consumidor escalaram em 39%, os salários reais diminuíram 23,5 pontos percentuais e as exportações em 35,4%.

Causa de tensões sociais e protestos durante o ano em curso, o Banco Nacional reduziu a taxa oficial de mudança do dólar de 21,56 a 21,38 grivnas e incrementou a do euro de 23,47 a 23,85 por cada unidade.

O site Segodnia (Hoje, em ucraniano) informou que neste contexto decorreram, sem sucesso, em São Francisco, Estados Unidos, as negociações da ministra de Finanças, Natalia Yaresco, com o Comitê Especial de Credores.

Ao sublinhar que as discursões foram prorrogadas um dia mais, a fonte recorda que a titular partiu para a cidade norte-americana com a esperança de poder poupar US$ 15,3 milhões de dólares no próximo quadriênio, caso consiga um adiamento nos pagamentos das dívidas e o cancelamento de uma parte.

Segodnia considera que se as negociações sobre reestruturação da dívida externa de Kiev fracassam, a taxa de mudança das divisas pode crescer bruscamente, o que acrescentará mais pressão à onda de instabilidade que mantém em xeque à república ex-soviética.

Em um chamado à sensatez, o presidente do Centro Analítico Ucraniano, Alexandr Ojrimenko, reconheceu que a reestruturação permitiria às autoridades despreocupar-se com o pagamento dos débitos nos próximos dois anos, situação que qualificou de "conveniente".

No entanto, alertou sobre o exagero artificial deste tema, pois a economia do país não vai crescer se as negociações tiverem um resultado positivo, nem aumentarão os salários.

Por sua vez, o diretor executivo do Fundo Internacional Blazer, Oleg Ustenko, indicou que ainda que Washington e Europa concordem em cancelar entre 15 e 20 por cento da dívida e apliquem mecanismos adicionais de apoio financeiro a Kiev até 2019, se produzirá de qualquer jeito um default técnico.

"As dificuldades serão temporárias e neste caso seu efeito não se sentirá tanto", prognosticou.

"A Ucrânia faz questão de um cancelamento de 40% da dívida e no aumento do período de pagamento por um prazo pouco realista e os credores não aceitam, se produzirá imediatamente o default", disse.

Tal palco provocará um fechamento dos mercados financeiros externos por cinco anos. Kiev não poderá receber ajuda do Ocidente, o que, no plano interno, provocará instabilidade cambial e crise no setor bancário.

Adicionalmente, se produzirão um descenso do investimento direto, uma recessão econômica com o correspondente crescimento do desemprego e a tensão social, em um país levado à beira da quebra e à guerra civil pelo golpe de estado do 22 de fevereiro de 2014.



Fonte: Prensa Latina

Nenhum comentário:

Postar um comentário