Por Dedé Rodrigues.
Na passagem
por essa vida cada um de nós deixa um legado que faz parte da nossa história. Assim
também foi com o companheiro Dilton Marcolino que teve uma passagem relativamente
rápida por essa vida, mas deixou a sua marca de bom pai, esposo, filho, amigo e
defensor dos pobres. Dilton era um homem calmo e, ao mesmo tempo, muito
esforçado no seu trabalho. Muitas pessoas pobres lembravam no dia do sepultamento dele de alguma causa jurídica que teria ganhado a seu favor em ação como defensor
público. Eu mesmo lembro-me de uma ação que vencemos na primeira instância
contra uma eleição do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tabira. Leia mais e veja as fotos abaixo.
Dilton Marcolino, alem disso tudo, era um homem de mentalidade progressista que primava
pelo desenvolvimento de sua terra, daí porque, a meu ver, a sua perda torna-se
ainda maior, não só para a sua família, amigos e companheiros de trabalho da Defensoria
Pública de Pernambuco, mas também para a sociedade pernambucana. No dia anterior à sua partida concedeu uma entrevista
no Programa de Nill Junior na Rádio Pajeú, no qual dizia: “o sistema prisional do
Brasil não é para ser humano, é um ambiente que causa indignação, é preciso
cobrar do governo a resocialização do preso e condições carcerárias”. Não é a toa
que era uma autoridade também de destaque na OAB -PE.
O
SEPULTAMENTO.
Milhares de
pessoa vieram a Tabira de muitos lugares nesse dia 17 de abril para prestigiar
esse tabirense, Pernambucano e brasileiro na sua última viajem. Amigos da Defensoria
pública, autoridades de todos os partidos e ideologias e as pessoas simples que
o amavam acompanharam o cortejo até o cemitério. Uma representação de alunos da
Escoa Monteiro Lobato trazida por uma Professora de História de Afogados da Ingazeira
esteve presente prestigiando também. Muitos
ramalhetes de flores levados por um grupo de meninas puxavam o cortejo e o seu
pai, Zezinho Brandino, com uma dor cortante no coração ainda teve a coragem de
pegar no microfone e agradecer a todos que vieram prestigiar o seu filho. A música
que dizia “eu sei que vou te amar, em cada despedida, eu vou te amar”, tocava
os corações daquela multidão que também não continha as lágrimas. Frases como a do Dr. Doglas que dizia na hora do sepultamento “ é muito difícil
falar nesse momento daquele que fez muito pelo pobres, mas sei que
vamos nos encontrar em alguma tribuna cheia de estrelas”. Os representantes da Defensoria
Pública da subseccional de Afogados da Ingazeira que me foge a memória os nomes
diziam frases assim: “Dr. Dilton foi um homem que defendia a justiça social e a
cidadania”. “Nós estamos perdendo um irmão que assumiu a causa dos desvalidos
se tornando o advogado dos pobres”. “ele deixou um exemplo de vida e de luta
pela a cidadania, estamos orgulhosos por isso”. Para Dr. Luciano Bezerra numa
entrevista no dia anterior: “somos do primórdio da Defensoria Pública do Estado.
Tínhamos uma relação de irmão. Não é jogando flores por que ele se foi, é a
verdade. Dilton era um defensor público
24 horas por dia, morreu no combate quando ia para o Recife. Tabira perde um
filho e a Defensoria Pública perde um baluarte”.
Muito ainda
poderia falar de bem desse amigo da gente, mas termino desejando aos que mais sentiram
a sua partida Dinca, Deja, Deita, Risia, seu pai, sua mãe e suas filhas que
sejam fortes para superarem esse momento difícil.
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