segunda-feira, 6 de maio de 2013

Para Marina, PT tem medo da própria sombra

(por Sandro Ferreira)

Ex-senadora volta a criticar a legenda petista e o governo, que estariam articulando para evitar a criação da Rede Sustentabilidade.
Aniele Nascimento / Gazeta do Povo / Marina Silva caminhou ontem na Rua XV para atrair simpatizantes para a nova legenda


A ex-senadora Marina Silva, idealizadora do partido Rede Sustentabilidade, afirmou ontem, em Curitiba, que o PT tem “medo da própria sombra”, referindo-se a ela, como uma ex-militante da legenda que agora trilha caminhos próprios. Segundo Marina, as lideranças petistas e o governo da presidente Dilma Rousseff manobraram no Congresso Nacional para dificultar a criação de novos partidos por meio de projeto de lei 4470/12. E a ex-senadora é categórica: o PL é uma “lei de encomenda”.
“Tem de olhar para o contexto. Foi criado recentemente um partido, o PSD, com o apoio e incentivo do próprio governo e do PT. Para esse partido, não foi criado nenhum impedimento. Mas numa mesma sessão, aprovaram a mordaça para a Rede Sustentabilidade e a criação de 32 novos cargos para lideranças para o partido do Kassab (o PSD)”, afirmou Marina.
Para a ex-senadora, o governo de Dilma Rousseff é bem avaliado e não deveria temer o confronto. “É uma situação esdrúxula. Quando a Rede começou a se movimentar, apareceu esse projeto apoiado pela base do governo”, disse Marina. Ela lembrou ainda que o PT usa dos mesmos expedientes utilizados contra o partido à época de sua criação. “Nunca imaginei que iam utilizar contra mim os casuísmos utilizados contra o PT.”
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou a suspensão da tramitação no Congresso do PL que dificulta a criação de novos partidos. A proposta, de autoria do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), impede que parlamentares que mudem de legenda no meio do mandato transfiram para a nova agremiação parte do fundo partidário e do tempo no rádio e na tevê da sigla de origem. Pelas regras atuais, a maior parte do fundo e da propaganda eleitoral é distribuída de forma proporcional ao tamanho das bancadas.
A ex-senadora disse que trata a candidatura à Presidência no ano que vem como uma “possibilidade”. “O mais importante no momento, no entanto, é discutir a crise de valores éticos, econômicos, ambientais e culturais que vivemos.”
A ex-senadora concedeu entrevista no salão nobre do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ao lado de militantes. Na sequência, fez uma caminhada pela Rua XV de Novembro para atrair simpatizantes para a formação da nova legenda.
fonte: www.gazetadopovo.com.br

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