(por Sandro Ferreira)
Famílias de várias partes do Brasil poderiam ser beneficiadas pelo projeto. Além disso, é uma forma ecológica de gerar energia.
Filho de um eletricista, Eduardo Morais foi uma daquelas crianças que cresceu montando e desmontando aparelhos eletrônicos. Sempre usou a tecnologia para criar. Sua mais nova invenção é a Telha que gera energia elétrica a partir da força do vento, um dos projetos inscritos no concurso da Samsung Launching People – Revelando Talentos.
Eduardo mora em Fortaleza, capital do Ceará. Foi observando a capacidade eólica da sua cidade que ele inspirou-se para criar o projeto que usa o vento para gerar energia. Com ajuda de amigos, ele desenvolveu um sistema que é acoplado a uma telha de barro convencional. Mecanismos semelhantes a anemômetros de conchas (uma espécie de cata-vento) são girados pelo vento e geram energia em bobinas. A energia produzida é conduzida para uma central elétrica dentro da casa.
“Especialmente nos estados no nordeste, há um potencial eólico enorme. Mas esse projeto pode ser aproveitado em todo o Brasil”, diz Eduardo, 23 anos, estudante de Mecatrônica no Instituto Federal do Ceará.
A ideia das telhas para gerar energia surgiu dois anos atrás, quando Eduardo estava na escola estadual Professor Paulo Freire. De lá para cá foram muitos cálculos e testes até a construção de um protótipo. Foi construído um túnel de vento para simular a ventania das ruas. Eles conseguiram fazer lâmpadas funcionar com a força na natureza. “O projeto poderia ser usado por famílias de baixa renda para economizar energia. Também poderia ser implantado em regiões em que as redes elétricas ainda não chegaram”, observa Eduardo, que já apresentou o projeto em várias feiras científicas.
Custo é atrativo
As telhas eólicas seriam uma alternativa às telhas fotovoltaicas (geram energia a partir da luz natural) que já estão no mercado. “Pelos nossos cálculos, as telhas eólicas são mais econômicas. Com R$ 240 por metro quadrado, as nossas telhas podem produzir 64 watts. O custo médio da voltaica é de R$ 1,5 mil por metro quadrado para 80 watts”, diz. Ou seja, apenas um metro quadrado de telha eólica poderia alimentar uma lâmpada de 60 watts e uma de 20 watts. A vantagem é que em casas que já possuem a telha normal basta adaptar os equipamentos.
Para ganhar o Brasil, a ideia de Eduardo precisa de investimentos. A premiação do concurso da Samsung seria um impulso para aperfeiçoar o projeto. “Já comprovamos que funciona. Nosso desafio agora é conseguir recursos para baixar o custo do sistema para que ele seja ainda mais atrativo para a comercialização”, explica o universitário que hoje ensina alunos da sua ex-escola a criar projetos inovadores.
Além de beneficiar famílias de baixa renda, o projeto seria mais um passo na conservação dos recursos naturais. O sonho de Eduardo é ver esse trabalho conhecido por todo o Brasil e, quem sabe, pelo mundo. “Cada residência poderia ter autonomia de energia. Poderíamos economizar com a construção de hidrelétricas e outros sistemas de geração de energia”.
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