Desde o início de 2015, um grupo de economistas de diversas escolas se reúne periodicamente em São Paulo para discutir políticas de desenvolvimento que tenham foco no setor industrial. Reunidos sob o nome Grupo Reindustrialização, esse coletivo pretende apresentar alternativas visando a um crescimento sustentado e buscar espaço entre formadores de opinião, especialmente em tempos de "financeirização" da economia.
Trata-se de um debate antigo, conforme lembra o professor Antonio Corrêa de Lacerda, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. "É recorrente na história econômica brasileira", diz, citando como exemplo o embate protagonizado por nomes como Eugênio Gudin e Roberto Simonsen, nos anos 1940.
"Tem aqueles que acham que o mercado resolve tudo, e os que acham que a indústria pode induzir o desenvolvimento", observa Lacerda, para quem, neste momento, "nos tornamos um país de rentistas". Ele critica o câmbio permanentemente, e artificialmente, valorizado, e a elevada taxa de juros no Brasil.
Entre as medidas defendidas pelo GR, estão adoção de juros – básicos e de mercado – compatíveis com os principais concorrentes internacionais e uma taxa de câmbio "real", que garanta competitividade às empresas brasileiras "competentes ao longo do tempo". Eles também defendem redução de tarifas alfandegárias e da carga tributária, com desoneração das exportações e dos investimentos produtivos. Outra proposta é de reter parte da receita de exportação de commodities, em um fundo, "para reduzir a constante pressão pela apreciação cambial, visando a estimular a agregação de valor nas vendas externas".
Segundo Lacerda, o ponto comum no grupo é a ideia da reindustrialização como fator de desenvolvimento. "Isso parece óbvio, mas há economistas que não pensam assim."
Produtividade
Para o grupo, o país "clama" por uma política de desenvolvimento que vá além do atual ajuste. "Neste contexto, a reindustrialização do Brasil deve ser parte fundamental da agenda de crescimento dada a capacidade do setor industrial de gerar bens com maior valor agregado, de difundir tecnologia, criar empregos de qualidade e, através de seus encadeamentos produtivos, elevar a produtividade de toda a economia", afirmam os economistas, em documento.
Coordenado pelo professor Yoshiaki Nakano, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, e pelo diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Mario Bernardini, o grupo reúne economistas ligados a instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além da PUC. Também fazem parte do coletivo os economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira e Luiz Gonzaga Belluzzo, além do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Lacerda defende propostas que contemplem três esferas de política: macroeconômica (câmbio, juros, tributos), mesoeconômica (política tributária, ciência e tecnologia) e micro (atuação das empresas, inovação, gestão). "A nossa avaliação é de que uma não sobrevive sobre a outra." Da mesma forma, planos como o Brasil Maior são importantes, mas não suficientes. "Todas as políticas industriais são bem-vindas, mas elas não sobrevivem sem uma política macro", diz o economista.
Representantes do grupo já conversaram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, durante um encontro em São Paulo. E também tiveram contato com o então ministro do Planejamento Nelson Barbosa, agora titular da Fazenda, no lugar de Joaquim Levy. A expectativa é de mudanças na condução da política econômica. "Levy tinha um papel de representar o setor financeiro. Aparentemente, ele (Barbosa) vai dialogar mais com o setor produtivo."
"Tem aqueles que acham que o mercado resolve tudo, e os que acham que a indústria pode induzir o desenvolvimento", observa Lacerda, para quem, neste momento, "nos tornamos um país de rentistas". Ele critica o câmbio permanentemente, e artificialmente, valorizado, e a elevada taxa de juros no Brasil.
Entre as medidas defendidas pelo GR, estão adoção de juros – básicos e de mercado – compatíveis com os principais concorrentes internacionais e uma taxa de câmbio "real", que garanta competitividade às empresas brasileiras "competentes ao longo do tempo". Eles também defendem redução de tarifas alfandegárias e da carga tributária, com desoneração das exportações e dos investimentos produtivos. Outra proposta é de reter parte da receita de exportação de commodities, em um fundo, "para reduzir a constante pressão pela apreciação cambial, visando a estimular a agregação de valor nas vendas externas".
Segundo Lacerda, o ponto comum no grupo é a ideia da reindustrialização como fator de desenvolvimento. "Isso parece óbvio, mas há economistas que não pensam assim."
Produtividade
Para o grupo, o país "clama" por uma política de desenvolvimento que vá além do atual ajuste. "Neste contexto, a reindustrialização do Brasil deve ser parte fundamental da agenda de crescimento dada a capacidade do setor industrial de gerar bens com maior valor agregado, de difundir tecnologia, criar empregos de qualidade e, através de seus encadeamentos produtivos, elevar a produtividade de toda a economia", afirmam os economistas, em documento.
Coordenado pelo professor Yoshiaki Nakano, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, e pelo diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Mario Bernardini, o grupo reúne economistas ligados a instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além da PUC. Também fazem parte do coletivo os economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira e Luiz Gonzaga Belluzzo, além do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Lacerda defende propostas que contemplem três esferas de política: macroeconômica (câmbio, juros, tributos), mesoeconômica (política tributária, ciência e tecnologia) e micro (atuação das empresas, inovação, gestão). "A nossa avaliação é de que uma não sobrevive sobre a outra." Da mesma forma, planos como o Brasil Maior são importantes, mas não suficientes. "Todas as políticas industriais são bem-vindas, mas elas não sobrevivem sem uma política macro", diz o economista.
Representantes do grupo já conversaram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, durante um encontro em São Paulo. E também tiveram contato com o então ministro do Planejamento Nelson Barbosa, agora titular da Fazenda, no lugar de Joaquim Levy. A expectativa é de mudanças na condução da política econômica. "Levy tinha um papel de representar o setor financeiro. Aparentemente, ele (Barbosa) vai dialogar mais com o setor produtivo."
Fonte: Rede Brasil Atual
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