domingo, 20 de dezembro de 2015

TABIRA: ALGUMAS LIÇÕES EXTRAÍDAS DOS ÚLTIMOS EPISÓDIOS DA LUTA DE CLASSES NO BRASIL CONTRA O GOLPE



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REFLEXÃO DA SEMANA Nº 37

Por Dedé Rodrigues

Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Nesta semana que passou as forças de esquerda que defendem a  democracia brasileira conseguiram quatro importantes vitórias contra as forças de direita e do atraso que insistem em dar uma golpe contra o governo Dilma sem motivos ou justificativa jurídica, que na essência, tem o objetivo camuflado sob o combate a corrupção,  embora ele não digam, de barrar as mudanças progressistas que o  Brasil conquistou nestes últimos 13 anos.   A primeira vitória foi nas manifestações de ruas, a segunda foi a volta do aliado de  Dilma ao cargo de líder do PMDB; a terceira foi a vitória obtida no Supremo Tribunal Federal contra o golpe de Cunha na Câmara e a quarta foi a condenação a prisão, depois de 11 anos,  do amigo de Aécio Neves, Eduardo Azeredo do PSDB.  Que lições podemos extrair destas vitórias?
 

Cada vitória desta se reveste de muita importância para a democracia brasileira.A passeata do DOMINGO, dia 13,  por exemplo, que queria tirar ilegalmente a Dilma do poder, foi bem menor do que a outra dia 16, além do mais, de acordo com uma pesquisa do Datafolha, a maioria dos participantes era branca, rica e declaradamente de oposição. Perto da metade dos entrevistados (44%) possuía renda familiar superior a R$ 7.880 mensais - sendo que para 4%, ela era superior a R$ 39.400. A imensa maioria se definiu como branca (80%). O protesto reuniu os frustrados com a derrota nas eleições presidenciais do ano passado - 84% declararam ter votado no tucano Aécio Neves; apenas 3% votaram em Dilma. Enquanto a passeata do dia dia 16, última quarta-feira, contra o golpe, foi bem maior em todo o Brasil e tinha toda a diversidade da sociedade brasileira: pobres, negros, movimentos sociais, as chamadas   minorias etc. O Brasil real estava lá.

A segunda vitória importante para a democracia brasileira foi a volta do deputado Picciani (RJ) que reassumiu o controle do PMDB,   após ter sido substituído em 9 de dezembro por Leonardo Quintão (PMDB MG), favorável ao impeachment.

A terceira vitória importante foi a votação do Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira, impetrada pelo PC do B, derrotando os intentos golpistas de Eduardo Cunha. Agora, meus amigos e amigas ouvintes, O Senado pode arquivar o processo, não haverá votação secreta para comissão do impeachment, como queria  Cunha e  não terá mais chapa alternativa. Ou seja, a eleição da comissão do impeachment terá de ser refeita, o que praticamente impede o plano golpista de Eduardo Cunha pelo menos até fevereiro de 2016, se houver recesso no Congresso Nacional. Por 8 a 2, o STF decidiu por fim que maioria simples do Senado instaura o processo de impeachment.

A quarta vitória, meus queridos ouvintes, foi a condenação  do “Amigo de Aécio Neves” que  pegou 20 anos de prisão”. Mas esta notícia, segundo o jornalista Altamiro Borges,  dificilmente será estampada na capa do jornal da famiglia Frias – amiga dos generais golpistas, dos torturadores da ditadura e dos neoliberais de plantão. Nesta quarta-feira (16), Eduardo Azeredo – ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB – foi condenado a 20 anos e 10 meses de cadeia, em regime fechado, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A sentença em primeira instância foi proferida pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage, e se refere ao escândalo do “mensalão tucano” – que a mídia privada insiste em chamar carinhosamente de “mensalão mineiro”. Afinal, todo tucano é santo e basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, condenado e, muito menos, ser preso, disse ele. Depois de 11 anos, alguém do PSDB é condenado, até que enfim!  

Meus amigos e amigas ouvintes, essas vitórias temporárias da democracia contra o golpe no Brasil nos fazem tirar algumas conclusões. Primeiro a turma que quer tirar Dilma do poder fariam um governo  muito pior do que o dela. Essas forças que encabeçam este crime golpista, são herdeiras da casa grande e da senzala. Foram os ancestrais deles que exterminaram os nossos irmãos índios, que escravizaram os negros e, recentemente, governaram o Brasil no final dos anos 90 entregando as nossas riquezas para o imperialismo americano e matando o povo de fome.

A segunda lição importante  é que a luta não acabou e que o resultado positivo dela, estampado nessas quatro vitórias acima, foi a confirmação de um frase da manchete de um dos últimos editoriais do Portal Vermelho de que “o impeachment será barrado nas ruas”.  Só o povo nas ruas, como fez na passeata do dia 16, pode salvar o Brasil daqueles que não gostam da pátria, nem muito menos do seu povo. A preocupação deles, é única e exclusivamente com o bolso. Que a jovem e brava democracia brasileira, por intermédio da luta do povo consciente,  viva, resista e vença o golpismo. Muito obrigado!

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